sexta-feira, janeiro 26, 2007

Primeiras aulas de finlandês

Nessa semana eu tive as minhas primeiras aulas de finlandês. As aulas foram na universidade, na terça-feira e quinta-feira e cada aula teve 1h30 de duração.
Lu foi comigo no primeiro dia de aula (na terça-feira passada), almoçamos juntos e logo em seguida, fomos procurar o prédio da universidade. Foi bem fácil encontrar o lugar, ainda bem, porque a temperatura não estava muito agradável para ficarmos perdidos no meio da rua, fazia muito frio, uns 17 graus negativos. É frio do queixo ficar duro! Impressionante!
Enfim, chegamos no prédio da universidade, lá dentro estava bem quentinho, mas continuei com o meu casaco e minhas luvas, ainda estava com frio e demorou um pouco para me aquecer. Achamos a sala de aula, me despedi de Lu, que tinha que voltar para o trabalho, entrei na sala, escolhi minha cadeira e sentei. Pronto, depois de tanto tempo esperando por esse momento, lá estava eu esperando a aula começar. A sala estava em silêncio, mal as pessoas se olhavam. Um clima muito estranho. Eu estava um pouco ansiosa, um pouco nervosa e muito feliz também.
O silêncio foi quebrado quando a professora chegou e disse "Hyvää päivää!" (Boa tarde!) e algumas pessoas responderam. A professora é uma finlandesa bem simpática e sorridente. Na primeira aula, vimos algumas expressões comuns do dia-a-dia, o alfabeto e os sons de algumas palavras. Os sons, é a parte mais difícil para mim. Eles usam uns sons que não são comuns no português. Então tive que me esforçar muito para tentar repetir exatamente o som principalmente de duas letras: ä ("a" com som de "é") e y (som do "u" do idioma francês). A professora fala pouquíssimo inglês durante a aula, ela fala um finlandês bem devagar, gesticula muito, faz umas caras e bocas muito engraçadas e pede para a gente repetir várias e várias vezes a mesma coisa. É uma ótima professora! No início da aula, ela entregou alguns papéis que continham desenhos com diversas situações e frases corriqueiras. Assim eu aprendi minhas primeiras palavras e frases em finlandês, sem saber ao certo o que cada palavra significava, só fazia repetir e entender o contexto no geral.
Acho que é assim que aprendemos quando criança, fazemos associações de coisas e palavras, expressões e situações, depois disso, repetimos e somos entendidos. Simplifiquei bastante, mas foi assim que eu me senti na aula de finlandês e esse método dá muito certo, a fixação é mais rápida.
Na minha sala tem gente de todo lugar do mundo, é bem misturado. O inglês é a língua mais usada nas conversas e por isso, ainda me sinto um patinho feio no meio de tantos cisnes que falam perfeitamente e fluentemente o inglês.
Tenho conversado com as pessoas que estão sentadas do meu lado, mas o assunto se restringe a aula. Às vezes, sentia vontade de expandir a conversa e saber mais da vida delas, por que estão aqui, no que trabalham, essas coisas extra sala de aula, mas me sinto travada, sem vocabulário, falando um inglês truncado, lento e de poucas palavras. Isso me deixa sufocada e angustiada. Tudo bem, tudo tem seu tempo, mas isso não impede de me sentir assim.
Tem um brasileiro na minha turma, além do português, ele fala inglês e outras línguas que não me lembro agora. Ainda não tive oportunidade de conversar com ele, ele sempre está acompanhado de uma amiga e sempre estão conversando em inglês. Fico receosa de falar com ele em português, atrapalhar a conversa deles e deixar a amiga dele de fora da conversa. Talvez ainda não tenha aparecido a oportunidade, outras aulas virão e com certeza, em alguma dessas aulas isso irá acontecer. Por enquanto, fico esperando.
Depois da primeira aula, cheguei em casa cansada e com dor na garganta, acho que forcei de mais falando aqueles sons esquisitos. Já estou melhor, a dor na garganta já passou. Na quarta-feira estudei um pouco, vi o significado de algumas palavras no dicionário e ensinei algumas frases a Lu. Foi bem divertido.
Na quinta-feira, ontem, fui sozinha pra segunda aula. Cheguei lá bem cedo, fiquei vendo a minha agenda nova enquanto os minutos passavam. Os alunos começaram a entrar na sala e lá fui eu também para dentro da sala. Que silêncio! Duas pessoas conversavam na fila da frente, mas uma conversa bem baixinha. Mais alunos foram chegando e a sala foi ficando um pouquinho mais barulhenta. Até que a professora entrou e disse "Hyvää päivää!" e todos nós respondemos "Päivää!". Nessa aula, revimos o assunto da primeira aula e aprendemos novas frases, perguntas e respostas em finlandês.
Ainda não estudei. Hoje, acordei com preguiça, vou fazer um esforço para estudar mais tarde, ensinar a Lu mais algumas frases em finlandês e me preparar para a próxima aula.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Entrevista no ministério do trabalho

Esses dias estava com muita preguiça de escrever, por isso não escrevi na sexta-feira, mas hoje vou contar como foi a entrevista no escritório do ministério do trabalho.
A entrevista aconteceu na terça-feira passada, no dia 16.01, pela tarde. Eu e Lu nos encontramos no ponto de ônibus perto daqui de casa. Lu foi comigo para me acompanhar e me ajudar caso eu tivesse que falar em inglês.
Chegamos no escritório 30min antes, ficamos na sala esperando dar 14h. Quando faltava 5min, uma moça da minha idade falou com a gente em português. É muito estranho ouvir uma finlandesa falando português, a gente sempre espera que eles falem finlandês, mas aí escutamos um idioma conhecido e tudo fica esquisito. Lu fez uma comparação boa dessa sensação, é a mesma coisa quando você está esperando comer uma comida salgada e você é surpreendido com um gosto doce. Acho que o cérebro precisa de um tempo para se acostumar com a nova sensação, isso tudo em questões de segundos.
Ela disse que Lu não podia entrar, que ela iria traduzir a entrevista toda para mim e ele teve que ficar lá fora me esperando.
Na sala estava eu, uma moça do ministério que falava finlandês e a outra moça que traduzia para português. Detalhe que com o tempo fui percebendo que ela falava português de Portugal, mas era melhor do que o finlandês incompreensível.
A entrevista demorou 1h30, acho que na verdade a entrevista seria a metade desse tempo, já que tudo que a moça do ministério falava, a tradutora repetia para mim e quando eu falava, a tradutora repetia em finlandês para a moça do ministério. Haja paciência!
No início da entrevista mostrei todos os meus certificados de coordenação de projetos, certificados de instrutora, o contrato de professora substituta na UFBA e meu diploma. Falei das minhas participações no UFBANET e no CEDECA. A moça do ministério registrou tudo no sistema e disse que quando eu começar a procurar emprego que seria bom eu ter esses documentos traduzidos. Não preciso me preocupar com isso por agora, já que não conseguirei nenhum emprego. Talvez daqui a 6 meses ou um ano.
Durante a entrevista, fiquei sabendo que eu não conseguiria o seguro desemprego só com o curso de finlandês que me inscrevi na universidade (2 vezes na semana) pois não é equivalente aos cursos oferecidos pelo governo. Se eu tivesse me inscrito no curso de 4 vezes na semana, não teria problema, pois tomaria todo meu tempo, ou seja, eu estaria dedicada a aprender finlandês e não teria tempo para ser empregada. Ela me mostrou outro curso de finlandês que eu poderia me inscrever, 5 vezes na semana, 6 horas por dia. Fiquei muito tentada a me inscrever, só que achei melhor conversar com Lu antes para saber a opinião dele. Ela me deu um formulário preenchido em finlandês como modelo caso eu quisesse me inscrever nesse curso.
Ela começou a preencher outro formulário e me entregou dizendo que eu teria que ir no KELA, a instituição que pagará o seguro desemprego, para entregá-lo junto com o último contra-cheque de Lu. Para isso, eu tenho que terminar de preenchê-lo dizendo o que eu faço em cada dia durante as próximas duas semanas.
É impressionante como eles sabem da minha vida, eles sabiam que eu tinha mudado de endereço (logo que chegamos demos o endereço do hotel onde nós estávamos hospedados para uma instituição pública, que agora não lembro o nome e nem a sua função, e depois a gente mudou para a nossa nova e atual casa), eles sabiam todos os meus números, não precisei levar xerox de nada e nem mostrar nenhum documento. Quase um big brother, sempre bate um certo medo de estar sendo vigiada.
No final da entrevista, ela me disse que devo avisar sempre que for viajar e avisar caso eu mude de endereço. Se eu não avisar, eu perco o seguro desemprego e deixo de ser uma "cliente" do ministério do trabalho, ou seja, vou ter que procurar emprego por conta própria. Isso seria um problema para mim, já que ainda não temos uma grande rede de contatos.
Soube que tenho 6 dias de férias por ano. Por aqui, até os desempregados tem férias, engraçado, né?
A partir de agora vou receber 2 tipos de correspondências do ministério do trabalho: uma, com sugestões de cursos para eu fazer e outra, com sugestões de emprego. Pelo o que eu entendi, eu não posso recusar as indicações para um determinado emprego, tenho que ir para a entrevista mesmo não querendo. Desse jeito, não tem quem fique desempregado!
A entrevista terminou e saí de lá muita satisfeita com a organização e o apoio deles. No caminho para o ponto de ônibus conversei com Lu sobre o curso de finlandês oferecido pelo ministério e achamos que deveríamos me inscrever. É um curso todo de graça, não precisa comprar material e vai ser bom que irá ocupar bastante meu tempo. Depois disso, eu voltei para casa e Lu, para o trabalho.
No dia seguinte, acordamos bem cedo e fomos me inscrever no curso. Essa inscrição não garante que eu já estou no curso. O primeiro critério considerado é quanto tempo a pessoa está esperando pelo curso, quanto maior é o tempo, maior é a probabilidade de entrar. O segundo critério é o grau de escolaridade, quanto maior é o grau, maior é a probabilidade. Nesse segundo critério, a moça disse que eu tenho boas chances. :)
A resposta se eu serei aceita ou não, chegará em algum dia entre 26 de janeiro e 08 de fevereiro. Então, cruzem os dedos com a gente e vamos ver o que acontece! Até lá, vou fazendo o curso de finlandês da universidade, 2 vezes na semana, e o curso de inglês, 1 vez na semana. A boa notícia é que mesmo que eu não termine o curso de finlandês da universidade, a Nokia vai restituir a grana que pagamos pelo curso.
Sinto que as coisas por aqui estão começando a melhorar. ;)

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Primeira aula de inglês

Nesse post e no próximo vou contar como foram os dois primeiros dias dessa semana, se eu pudesse resumir em duas palavras diria que foram intensos e importantes.
Antes disso queria contar uma novidade, eu e Lu compramos no sábado passado uma máquina de fotografar muito boa! Foi um investimento muito bom, já não aguentava mais a nossa máquina de fotografar (e filmadora e celular ao mesmo tempo). Na verdade ela é um excelente celular, mas como máquina deixava a desejar em alguns momentos. Não conseguíamos tirar fotos de noite e nem a meia-luz, saía um horror! Agora imaginem essa máquina aqui na Finlândia, onde só temos 6 horas de luz. Tivemos que fazer aquele passeio da semana passada bem rápido, para podermos aproveitar a luz do dia e registrar todos os lugares que passávamos.
Já testamos a máquina nova em algumas situações e ela é excelente! Vejam as fotos abaixo. Dá para perceber a diferença na qualidade das imagens, definitivamente, foi um bom investimento!
Tivemos 2 motivos para comprar essa máquina: um é que a nossa máquina de fotografar (e filmadora e celular) não é boa e o outro motivo é que Lu tem repetido várias vezes que gostaria muito de fazer um curso de fotógrafo. Acho que isso vai fazer muito bem para ele, vai sair mais de casa, vai ver mais a natureza, vai deixar ele mais tranquilo e menos ansioso. Sinceramente, não sei que horas ele pretende fazer isso, talvez ele arranje um tempinho extra depois que ele entregar a monografia do mestrado. Estou torcendo para que dê certo!


Eu (foto com a máquina nova)


Lu (foto com a máquina nova)


Agora vou contar o que aconteceu nessa semana. Na segunda-feira, combinei com Lu para irmos juntos a Universidade de Helsinki fazer a minha inscrição no curso de finlandês. É, o dia da inscrição tinha chegado. Às 16h, chegamos no local da inscrição e já tinha uma fila enorme, estava previsto para começar a matrícula às 16h30. Lu estava ansioso, ia toda hora no começo da fila ver se já tinham começado a atender. Eu estava tranquila, estávamos na fila e nada iria tirar a gente de lá, só precisávamos ter paciência. Começaram a atender pontualmente às 16h30 e a fila andava lentamente, demorava muito. Isso porque para cada pessoa, a atendente conferia o recibo de pagamento do curso, entregava o formulário, esperava a pessoa preenchê-lo, explicava onde comprar o livro, onde seria a aula e, é claro, tirava todas as dúvidas, todas mesmo, até as que a pessoa não tinha. Por que a pressa?
Ficamos em pé esperando chegar a nossa vez. Na nossa frente tinha um casal da nossa idade que falava uma língua esquisita e na frente deles uma senhora, bem velhinha de muleta. Percebemos que não tinha atendimento preferencial, a velhinha ficou na fila como a gente, não sei como aguentou esperar tanto tempo. Acho que ficamos na fila uns 40 minutos. Já estávamos perto de sermos atendidos, só faltavam 3 pessoas. Quando eu olhei para o lado e mostrei para Lu, "olhe, o curso 1D!". A atendente tinha escrito "FULL" bizarramente na placa do 1D. Não demorou muito para a atendente da nossa fila (do curso de nível 1 e 2) se virar e escrever "FULL". Todos que estavam na minha frente e atrás não acreditaram e nem a gente. Como pode? Full? Mas a gente pagou, estávamos com o recibo...
Lu foi lá na frente saber o que deveríamos fazer naquela situação, como ter o dinheiro de volta ou saber se iria abrir outra turma, sei lá. Nesse momento não tinha mais fila, tinha um bolo de pessoas rodeando a atendente para saber o que deviam fazer e Lu estava lá no meio. Depois de alguns minutos, Lu se virou para mim e disse "vá para a fila do curso 1A" e lá fui eu para a outra fila. Ainda bem que nessa fila só tinha uma pessoa na minha frente e ela já estava sendo atendida. Perguntei para Lu o que era esse 1A e ele me explicou que era um curso referente ao nível 1, será oferecido duas vezes na semana e 4 horas por dia (2 horas de aula e 2 horas de exercícios). Bem diferente do curso que eu estava querendo (nível 1 e 2), que era 4 vezes na semana e 4 horas por dia (2 horas de aula e 2 horas de exercícios). Enfim, não tínhamos outra opção, a não ser pegarmos o dinheiro de volta, mas tínhamos que garantir esse curso de finlandês, não podíamos despediçar essa chance, já estava perto de ser atendida. Até que chegou minha vez, me inscrevi e pronto! Saímos da Universidade, Lu voltou para o trabalho e eu para casa.
De noite, às 19h, eu e Lu nos encontramos perto de casa. Estávamos indo para a minha primeira aula do curso de inglês. Lu foi comigo para me ajudar a procurar o local do curso de inglês, não queria me perder sozinha. A gente tinha o endereço certinho, mas não foi tão fácil, andamos muito, andamos, andamos e andamos. O número 8 parecia que tinha sumido, a gente achava o 10, 9, 11 e nada do 8. Decidimos que só voltaríamos para casa quando achássemos o lugar. Já estava atrasada para a aula, mas mesmo assim continuamos a procurar. Até que vimos uma placa em finlandês que eu deduzi que era algo sobre o lugar do curso, seguimos a placa e lá estava o número 8! Encontramos! Cheguei correndo, falei com a recepcionista, ela me disse qual era a sala e entrei já falando "I am sorry!". A professora disse que não tinha problema e disse para eu entrar. Nem estava acreditando que tínhamos conseguido. Lu ficou do lado de fora me esperando.
A aula foi bem tranquila, foi sobre esportes. A professora explicava as questões em finlandês e repetia em inglês. Algumas palavras a turma não sabia o que significava, a professora para simplificar (pra ela e pra turma, é claro) explicava em finlandês, nesses casos eu usava o meu dicionário. Ainda bem que tinha levado meu dicionário! Quando dava eu pedia para ela explicar em inglês e eu conseguia entender uma palavra ali, outra aqui e assim consegui acompanhar a aula inteira. Eu acho que todos os alunos são finlandeses, não tive tempo para conhecer todos e ter certeza disso, mas eles entendem a professora quando ela fala finlandês e o jeito como eles falam inglês não dá para negar, são finlandeses! Então, eu suspeito que vou aprender finlandês também na aula de inglês, que loucura!
Tenho certeza que esse curso vai ser muito bom para mim, vai me forçar a pensar e falar em inglês. Terei que ir todas as segundas-feiras, a aula tem 1h40 de duração e termina no dia 02.04. Eu acho pouco, vou procurar um grupo de conversação em inglês aqui no meu bairro para complementar o meu aprendizado.
Só posso dizer uma coisa, me senti muitíssimo bem, pela primeira vez, me senti útil. Pude conversar com outras pessoas que não fosse Lu e nem brasileiros. O problema é que ainda me foge as palavras, me sinto sufocada, às vezes, queria comentar alguma coisa durante a aula e até lembrar das palavras e formular a frase, o momento para fazer o comentário já tinha passado. Eu percebo que quando eu falo, é muito lento. Imagine eu falando lento! Em alguns momentos isso me deixa angustiada, mas respiro fundo e, simplesmente, abstraio. Tirando essas minhas angústias, foi um dia que eu me senti bem mesmo! Na próxima segunda-feira tem mais!
Amanhã, eu conto o que aconteceu, na terça-feira, quando fui fazer a entrevista no ministério do trabalho.

domingo, janeiro 14, 2007

Passeio no fim de semana (3)

Saímos da margem da baía de Töölö, atravessamos a rua e fomos andando em direção ao Estádio Olímpico. Assim que chegamos perto do estádio, vimos o Sports Hall, que agora é um centro de recreação, mas antes era um lugar para feiras e comércio. Não tiramos nenhuma foto desse lugar porque estávamos um pouco distantes e para tirar essa foto tínhamos que chegar bem perto. Fica para a próxima vez. Continuamos o nosso passeio, vimos a estátua de Paavo Nurmi (1897-1973) que fica na frente do estádio. Ele é um dos grandes corredores da Finlândia. Eu e Lu ficamos surpresos pois achávamos que era só um corredor que participou dos jogos olímpicos. Que nada! Ele foi muito bom, quebrou vários recordes, ganhou nove medalhas olímpicas de ouro e três de prata, o que torna ele um dos atletas que ganhou mais medalhas de ouro da história dos jogos olímpicos (junto com Carl Lewis, Mark Spitz e Larissa Latynina). Um dia me disseram que os finlandeses tem pelo menos um representante em cada esporte, que eles tem coragem de competir e se esforçam para conseguir ganhar alguma coisa. No futebol eles não são tão bons como os brasileiros, mas como eu disse eles se esforçam.


Estátua de Paavo Nurmi


Depois de ver a estátua de Paavo Nurmi, fomos ver o Estádio Olímpico. Esse estádio começou a ser construído em 1930, foi interrompido por causa da guerra e concluído em 1952 para os Jogos Olímpicos. Do lado do estádio tem uma torre de 72 metros de altura, lá de cima você tem a vista para Helsinki e para o mar. Deve ser bonito, nós não fomos, mas da próxima vez a gente toma coragem e vai lá em cima para ver como é. Dentro do estádio tem um museu dos esportes finlandeses, a gente não foi lá também, mas já está prometido!


Estádio Olímpico (do lado esquerdo, a torre)


Fomos andando ao lado do estádio e vimos outra estátua, a estátua de Lauri Pihkala (1888-1919), um famoso incentivador do esporte finlandês, dizem que ele é o pai do baseball finlandês e que desenvolveu vários jogos. Não achei muita coisa a seu respeito em inglês ou português, mas eu desconfio que ele foi uma pessoa muito importante para o esporte em geral.


Estátua de Lauri Pihkala


Mais adiante, entramos em um lugar com uma casa e na frente da casa tem um jardim muito bonito. Essa casa é chamada de City Winter Garden, é uma estufa com plantas e flores do mundo todo. Tem plantas até do Brasil, mais especificamente, da caatinga. Esse tipo de vegetação não existe por aqui, esse é o motivo deles terem importado, colocado em uma estufa e, provavelmente, estão estudando todas essas plantas de mais perto. Minha mãe iria adorar esse lugar!


City Winter Garden


Eu na frente do jardim do City Winter Garden


Lu na frente da entrada do City Winter Garden


Quando você entra na casa, você sente logo a calma, a tranquilidade do lugar. É quente, acolhedor, bem colorido, muito verde, flores e frutos. Além disso, no fundo você pode ouvir uma música leve, é um lugar perfeito para conversar, ler um livro e ficar de bobeira, sentado na cadeira só curtindo o lugar. É apaixonante, foi difícil sair de lá, vamos voltar com certeza!


Eu dentro do City Winter Garden


Lu dentro do City Winter Garden


Dentro do City Winter Garden


Saímos do City Winter Garden, atravessamos a rua e voltamos para a margem da baía de Töölö. Andamos mais um pouco, saímos da baía de Töölö e pegamos uma passarela que passava por cima dos trilhos dos trens. Logo que saímos da passarela vimos o Teatro da Cidade e uma estátua de Thalia e Pégasus em frente ao Teatro.


Estátua de Thalia e Pegasus


Logo adiante, à margem da baía de Eläntarha, vimos um monumento em homenagem a primeira ministra do parlamento finlandês, Miina Sillanpää (1866-1952). Ela foi eleita em 1907 e trabalhou como membro do parlamento um total de 38 anos. O papel da mulher aqui na Finlândia é muito forte, a mulher é muito respeitada em qualquer profissão. A Finlândia construiu isso durante a sua história, em outro post eu conto mais sobre isso.


Baía de Eläntarha


Monumento em homenagem a Miina Sillanpää


Depois disso, fomos almoçar no Rosso, a comida estava muito boa, a sobremesa estava uma delícia!


Maçã cozida com sorvete de creme


Pagamos a conta e continuamos nosso passeio. Percebi que estávamos em Hakaniemi, perto dos mercados de imigrantes. Por isso que é sempre bom conhecer a cidade a pé, você começa a entender onde está cada lugar e a distância entres eles. No caminho, vimos uma estátua de dois boxeadores, não tinha nada escrito da estátua e o livrinho também não dizia nada. Muito estranho.


Os boxeadores


Seguimos nosso roteiro e entramos no parque de Kaisaniemi. Nesse parque tem outra casa de estufa, só que quando chegamos já estava de noite e não deu para visitar, mas iremos voltar, esse parque deve ser bonito na primavera, "fica para um outro dia".
Lá tinha outras estátuas e bustos mas não conseguimos tirar uma foto que prestasse, já estava muito escuro. Saímos do parque e chegamos na pista de gelo que fica atrás (ou do lado) da Railway Station. Ficamos um tempo lá olhando as pessoas patinarem. Acho que só vamos patinar mesmo com uma pessoa que já sabe, não dá para eu e Lu patinar sozinhos, sem saber patinar, vai ser um show de caídas, vai ser engraçado mas nada agradável e, além disso, não aprenderemos nada. Depois voltamos para nossa casa e enfim, terminamos o roteiro 2 do livrinho.
O passeio foi bom, vamos fazer com certeza os outros números, estamos esperando um dia bom para fazer os números restantes. Esse fim de semana está nevando e ventando muito, talvez o próximo.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Passeio no fim de semana (2)

Depois de ver a imensidão do prédio do Parlamento finlandês seguimos o nosso passeio. A próxima estátua que vimos fica ao lado do Parlamento. Essa estátua é do quarto presidente da Finlândia Kyösti Kallio (1873-1940) e foi feita no ano de 1962. Perceberam que o segundo presidente nem teve a sua estátua? Por que será?
Kyösti Kallio presidiu de 1937 a 1940 e durante a Guerra de Inverno, entre a Finlândia e a Rússia, ele resistiu à idéia de ceder qualquer território a Rússia. No entanto, em 1940, foi forçado a assinar o acordo de paz com a Rússia e teve que ceder alguns territórios finlandeses. Isso marcou o fim da Guerra do Inverno. Antes de ser presidente ele fez uma lei chamada "Lex Kallio" que permitia que o estado comprasse terras para encorajar novos assentamentos. Notaram que ele não foi presidente durante 6 anos como os outros? Em 1940, ele sofreu um sério golpe e o primeiro ministro, Risto Ryti, assumiu a presidência. Não entendo como isso pode acontecer, eu imagino que um dia ele estava distraído e, ops, perdeu o mandato. :)
Sei que não deve ter sido tão simples assim, acho que só vendo uma situação parecida para entender como isso pode ter acontecido.


Kyösti Kallio, quarto presidente da Finlândia


Quando atravessamos a rua depois de ter visto a estátua de Kallio, descobrimos onde fica o bar/restaurante Storyville. Já tínhamos lido sobre esse bar e dizem que tem bons shows de jazz, um dia vamos entrar para conhecer. Enquanto isso não acontece, vejam a foto da entrada.


Entrada do bar Storyville


Voltamos para o livrinho para saber onde nós estávamos e o que estava para vir. Bem perto do Storyville tem o Museu Nacional (1906) e em frente ao museu tem uma estátua de um urso. Tudo muito bonito! Li no livrinho que esse museu tem achados arqueológicos, arte religiosas, materiais etnológicos e mobílias antigas. Não tivemos tempo para entrar no museu, fica para um outro dia. Acho que a lista do "fica para um outro dia" está aumentando, mas enfim, temos tantos dias ainda na Finlândia que por enquanto não precisamos nos preocupar com isso.


Museu Nacional


Lu na frente do Museu Nacional (embaixo da estátua do urso)


Atravessamos a rua e vimos o Finland Hall, um centro de concertos e congressos que foi desenhado por Alvar Aalto, um famoso arquiteto finlandês.
Seguimos nosso passeio andando pelo parque que fica à margem da baía de Töölö. Esse parque deve ser bonito na primavera, agora está tudo muito cinza, sem cor, e as árvores sem folhas, uma paisagem triste. Com certeza deve ser mais bonito na primavera, já é um passeio certo na nossa agenda!


Finland Hall


Parque à margem da baía de Töölö


Parque à margem da baía de Töölö


Pato na baía de Töölö


Continuamos andando pela margem da baía de Töölö e seguindo o percusso pelo livrinho. O próximo lugar que vimos foi o Finnish National Opera. Não consegui achar uma tradução que ficasse legal, por isso deixei em inglês mesmo. A primeira ópera foi em 1993, bem recente. Atrás do prédio tem um anfiteatro ao ar livre, acho que no verão, ele deve ter mais utilidade, nesse frio não é nada agradável ficar sentado no chão frio e com o vento batendo em nossos rostos.


Finnish National Opera


Depois saímos da margem do Töölö e seguimos em direção ao Estádio Olímpico. Amanhã eu continuo contando como foi o final do passeio, acho que o post já está grande o suficiente, vou parar por aqui.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Passeio no fim de semana (1)

Quando Salete esteve aqui ela pegou no ponto de informação para turistas que fica perto da praça Esplanadi um livrinho que tem 6 circuitos para fazermos a pé por Helsinki. No sábado passado, fizemos o circuito 2 do livrinho que vai da Railway Station até o Töölö.
Pegamos um ônibus para o Kamppi e começamos o nosso passeio. Fizemos o circuito ao contrário, mas isso não foi problema, deu tudo certo. Saímos do Kamppi pela saída que dá acesso a avenida Mannerheimintie. Aquele prédio baixinho que fica na frente do Kamppi era uma estação de ônibus, que foi concluída em 1832. Acho que hoje está desativada, nunca vi nenhum ônibus parado lá. Sempre que passo por lá vejo algumas exposições ao ar livre no lugar onde os ônibus paravam, é muito bom ter isso a nossa disposição, a cidade fica mais bonita. Na foto abaixo dá pra ter uma noção do que eu acabei de falar.


Estação de ônibus (1832)


Passamos bem rapidinho por lá, só o tempo para tirar uma foto. É um lugar que a gente sempre passa, outro dia podemos ver com mais calma, mas foi bom saber qual era a sua função.
Atravessamos a avenida Mannerheimintie em direção a uma estátua de um cavaleiro. Essa estátua é do Field Marshal C. G. E. Mannerheim montado em seu cavalo. Mannerheim foi o comandante do exército finlandês durante a Segunda Guerra Mundial. É por isso que essa avenida se chama Mannerheimintie, agora sim, tudo ficou mais claro.


Estátua do comandante Mannerheim (1870-1956)


Atravessamos de volta a avenida Mannerheimintie e vimos um monumento bem bonito que nos chamou a atenção, não constava no nosso livrinho, mas como era caminho a gente foi dar uma olhadinha no que se tratava. Era um monumento em homenagem aos 100 anos de democracia da Finlândia (1906-2006), são muitos anos de democracia, né? Fiz uma pesquisa rápida no google para saber quantos anos o Brasil tem de democracia, já que o Brasil é o meu país de referência. Descobri que o Brasil foi um país democrático de 1946 a 1964, até o golpe militar. Após o fim da ditadura militar em 1985, o Brasil voltou a ser um país democrático e isso se mantém até hoje. Então, façam as contas comigo: (1964 - 1946) + (2007-1985) = 40 anos de democracia. Então dá para perceber que 100 anos não é pouco tempo.


Monumento em homenagem aos 100 anos de democracia finlandesa


Seguimos o nosso passeio e logo avistamos o Parlamento da Finlândia, é uma construção gigante e muito bem trabalhada! Foi construído entre 1925 e 1931 e no livrinho tem escrito que utilizaram os melhores materiais. Não entramos no Parlamento, mas acho que deve ser muito bonito. Quem sabe um dia a gente vai lá assistir uma sessão plenária? Com o nosso vasto finlandês, nós vamos entender tudo com certeza! :)


Eu na frente do Parlamento da Finlândia


Na frente do Parlamento tem duas estátuas. Uma estátua do presidente P. E. Svinhufvud (1861-1944) feita em 1961, ele foi o terceiro presidente da Finlândia, presidiu de 1931 até 1937. A outra estátua é do primeiro presidente da Finlândia K. J. Ståhlberg (1865-1952) feita em 1959, ele foi presidente de 1919 até 1925. Eu entendo porque fizeram a estátua de Ståhlberg, ele foi o primeiro presidente, mas qual foi o motivo para fazer a estátua de Svinhufvud? Li que ele foi o primeiro ministro do segundo presidente da Finlândia (Relander), quando foi presidente indicou Mannerheim para ser o presidente do conselho de defesa da Finlândia e que combateu os movimentos comunistas. Será se foi por essas coisas? Não sei...


Svinhufvud, presidente da Finlândia


Ståhlberg, primeiro presidente da Finlândia


No Brasil, o primeiro presidente foi Deodoro da Fonseca. Em 15 de novembro de 1889, ele proclamou a república brasileira e presidiu desse dia até 23 de novembro de 1891. Agora você descobriu o porquê do feriado de 15 de novembro, não foi? Não precisa ter vergonha por não saber, tem muita gente que também não sabe os significados de cada data comemorada no Brasil. São muitos feriados, tudo bem, mas acho que devemos saber um pouquinho mais do que somente ficar feliz porque é um dia livre. Eu sei algumas datas e o porquê de algumas, fui obrigada a decorar quando era criança. Hoje, minha visão sobre a história do Brasil e de outros países, como a Finlândia, mudou. Eu não leio mais por obrigação, já que não tem ninguém me obrigando e não tenho nenhuma prova para fazer a respeito disso. Leio por curiosidade para saber como foi a história do Brasil e da Finlândia, comparo as datas dos dois países, procuro saber o que estava acontecendo no Brasil quando um evento importante aconteceu na Finlândia e assim, posso entender um pouco sobre a cultura de cada país e compreender as diferenças de cada povo. Isso é legal, eu aprendo muito sobre os dois países.

Ah! Não pensem que sei todas essas informações, meus conhecimentos históricos sobre a Finlândia e o Brasil ainda são muito superficiais. Enquanto escrevia esse post, tinha o wikipedia me ajudando e de vez em quando o google, é claro! Com esse post aprendi mais um pouquinho da história dos dois países, amanhã continuo escrevendo como foi o resto do passeio e, se for possível, farei algumas comparações da história dos dois países.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Aos nossos familiares e aos nossos grandes amigos e amigas

Esqueci de mencionar no último post, no dia 28.12 que quando chegamos em casa, eu e Lu tivemos uma maravilhosa surpresa: duas cartas de dois grandes amigos, uma de Livinha e a outra de Maurício (Maurix). Ficamos muito felizes, é muito bom receber esse carinho mesmo estando tão longe. Sentamos no banco perto da porta, abrimos com todo o cuidado, fomos lendo e deliciando as duas cartas. Que maravilha! Valeu meus amigos! Eu e Lu agradecemos a atenção e o cuidado de vocês, de verdade! Não podia deixar de registrar isso, agora vou continuar do dia que parei no último post.

No primeiro dia do ano de 2007, Lu e Alele acordaram bem cedinho e foram para a estação de trem de Helsinki. Alele iria pegar o trem para Tampere e de Tampere pegaria o avião para Dublin. Lu fez questão de deixá-lo na porta do trem. Mais tarde Lu voltou para casa e fomos tomar o nosso café da manhã. Ficamos a tarde de bobeira em casa, vendo filmes, comendo besteiras, almoçamos e embalamos os presentes que estávamos mandando para o Brasil. De noite ajudamos Salete a arrumar a mala dela e tivemos notícias de Alele. Deu tudo certo com a viagem e ele já estava em casa. Depois dessa notícia, fomos ver mais alguns CSI e depois dormimos.

Na madrugada do dia 02.01, Salete viajou para Portugal, foi encontrar com Joaquim, o namorado dela. Estava muito ansiosa com medo do táxi não aparecer, mas deu tudo certo o táxi apareceu na hora exata, bem pontual. Mais tarde, ela ligou dizendo que já estava com Joaquim e que tinha feito uma ótima viagem. Nesse dia, eu e Lu acordamos às 10h e fomos no banco em Helsinki resolver algumas pendências. Tudo resolvido no banco, fomos almoçar juntos. Depois do almoço, ele voltou para o trabalho e eu para a casa.

A vinda de Salete e de Alele foi muito boa para gente, nos deu força para continuar aqui na Finlândia e reforçar a nossa vontade de visitar o Brasil, nossos amigos e amigas e nossas famílias nesse ano. Valeu Salete pelo carinho e atenção durante esses dias que você esteve aqui com a gente. Valeu Alele pelo seu bom humor e pelas boas conversas. Foi ótimo ter vocês dois aqui com a gente!

E aproveitando o embalo, queria agradecer as todas as pessoas que tem nos dado apoio e carinho conversando pelo ICQ, gtalk, MSN e skype, enviando comentários no meu blog e no de Lu, enviando e-mails e cartas. Temos a certeza que deixamos grandes amizades no Brasil e sentimos muitas saudades de todos!

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Volta para Helsinki e os últimos dias do ano de 2006

Antes de contar a viagem de Estocolmo para Helsinki, queria contar a sorte que Lu teve quando jogou pela primeira vez naquelas máquinas de jogo, que na maioria das vezes dá azar, mas naquele dia deu sorte para ele. Lu decidiu jogar em uma dessas máquinas que tinha dentro do navio na ida para Estocolmo. Ele colocou 1€, jogou algumas vezes e em uma dessas vezes ele conseguiu uma combinação de 3 figuras! Ganhou 5€! Muito sortudo! Toda vez que via uma máquina queria jogar. Tentou jogar mais uma vez, agora com 2€. Perdeu. Pelo menos, eu consegui convencê-lo que ele só iria perder, que era melhor ele parar. Imagine, se Lu fica viciado? Nem gosto de pensar nisso...


Máquinas de jogo


Agora vou contar de onde eu parei no último post.
Voltamos para o navio e lá estava o fotógrafo de novo. Dessa vez passamos bem devagar para ele tirar uma foto bem legal de nós quatro. A foto ficou massa!
Obs: Não reparem na qualidade da imagem, eu tirei uma foto da foto, não temos scanner ainda. :)


Na entrada do navio


Depois disso, fomos direto para a cabine para Alele guardar a mala dele. Realmente a cabine é pequena, não cabia todos em pé, tínhamos que revesar. Acho que só dava para dois ficarem em pé, os outros dois tinham que ficar deitados ou sentados na cama. Ficamos um pouquinho na cabine, já que não era muito confortável.


Cabine apertada


Preferimos dar uma volta no navio para mostrar as lojas e os restaurantes para Alele. No caminho do nosso passeio, paramos para tomar cerveja, quer dizer, todos tomaram menos eu, não sou muito fã de cerveja.


Alele e Lu bebendo cerveja


Ficamos conversando um pouco e antes de subirmos para o restaurante, passamos no freeshop. Dessa vez não compramos nada. Fomos para o mesmo restaurante que comemos na ida para Estocolmo. Dessa vez a comida estava melhor, pelo menos, a minha estava.


Restaurante que a gente sempre ia


Jantamos, pagamos a conta, fomos dar uma voltinha no navio para fazer hora e não repetir o que aconteceu na ida, não queríamos dormir cedo novamente. Às 20h subimos para a cabine e fomos nos arrumando para dormir. Acho que dormimos às 22h, a noite foi bem melhor, dormi muito bem!
Acordamos às 7h30 e fomos tomar café. O navio atracou às 10h e fomos direto para casa.


Navio Silja Line


Nunca senti tanta saudade da minha cama, da minha casa. Deixamos as malas em casa e fomos almoçar com Lu no restaurante que fica perto do trabalho dele. Depois do almoço, Lu foi trabalhar e nós fomos fazer turismo e compras em Helsinki. Voltamos para casa exaustos!


Restaurante perto do trabalho de Lu


No dia 29.12, Lu saiu para trabalhar e nós ficamos em casa até a hora do almoço. Nesse dia, encontramos com Lu em um restaurante laponiano para experimentarmos a famosa carne de rena. A carne é muito boa, parece com carne de boi, com uma diferença sutil no sabor. Uma delícia!
Depois do almoço, Lu voltou para o trabalho e nós fomos de novo às compras. Voltamos para casa cansados, mas era um cansaço bom!


Restaurante laponiano


Brinde no restaurante laponiano


No dia 30.12, eu, Lu, Salete e Alele saímos para visitar o museu de Helsinki, muito legal, conta toda a história de Helsinki, desde os primórdios até hoje. Depois do museu a gente ia visitar o WeeGee, um lugar em Espoo que tem restaurantes, lanchonetes, exposições de arte e museus. Como eu disse a gente *ia*. Não deu certo, não encontramos o ponto do ônibus que nos levaria para o WeeGee, aconteceu de novo. Então, desistimos e fomos lanchar no Hesburger. Depois do lanche, passamos no supermercado para fazer as compras para o jantar de ano novo. Voltamos para casa cheios de compras e cansados.
No dia 31.12 fizemos uma picanha que eu tinha encomendado do Brasil, com farofa, vinagrete e arroz. Tudo uma delícia, chamamos Elmano para o banquete.


Alele, Elmano, eu e Lu comendo picanha


Depois disso, Elmano teve que sair para resolver um problema com a chave da casa dele e nós ficamos aqui em casa vendo CSI. Alele e Salete ficaram viciados também! Fizemos uma pausa no CSI e fomos jogar baralho, mais especificamente, buraco até às 23h30. Foi massa!
Às 23h30 começamos a vestir casacos e calças para aguentar o frio que fazia na varanda. Os finlandeses são muito ansiosos, começaram a estourar os fogos desde tarde, parecia São João. Levamos as taças e o champagne lá para fora. Acendemos aqueles fogos que não queimam e nem estouram, só soltam faíscas. Foi muito bonito! Vimos muitos fogos de artifício, parecia que estavamos em um campo de batalha! Nunca vi tantos fogos de tão perto, só em Copacabana, só com uma diferença: os fogos estouravam sem sincronia, eram uns aqui, outros ali, não esperaram dar meia-noite para estourarem tudo de uma vez só. Na virada do ano, o champagne já tinha sido estourado e estávamos todos abraçados desejando que o ano de 2007 seja bom para todos nós. Depois da virada, terminamos de jogar buraco e fomos dormir.
Foi muito bom passar a virada de ano com pessoas que a gente gosta! Faz muita diferença!


Fogos de artifício perto de casa


Amanhã, continuo contando os outros dias.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Viagem para Estocolmo

Acordamos no dia 26.12 às 11h, tomamos nosso café da manhã e fomos arrumar as nossas malas para a viagem. O navio iria sair às 17h e tínhamos que estar lá 45min antes. Então, decidimos que iríamos pegar o ônibus das 15h20 para não termos nenhum problema.

Foi isso que fizemos, pegamos o ônibus e fomos para o porto do Verenade Silja Line. Quando chegamos vimos que tinha muita gente querendo embarcar no navio! Parecia rodoviária de Salvador na véspera de São João. Eu achava que seria mais tranqüilo, que a gente chegaria, tiraria os bilhetes de viagem e entraria no navio, tudo bem rapidinho. Que nada! Acho que a gente ficou uns 40min na fila e como eu já comentei o serviço aqui é muito lento. Tem que ter paciência.

Depois dos 40min em pé na fila conseguimos os nossos bilhetes e fomos para o navio. Logo na entrada do navio tinha um fotógrafo tirando foto de quem chegava, passamos tão rápido que ele não conseguiu tirar uma foto decente de nós três. Estávamos ansiosos para chegar logo no navio e na nossa cabine. Entramos no navio e fomos direto para a cabine. A cabine é bem pequena, tinha quatro camas, um banheiro e nenhuma janela. Achei que ficaria agoniada, já que dormiria em um lugar tão pequeno e sem janela, mas tudo correu bem, nem senti falta dela! Acho que se tivesse janela, todos nós ficaríamos enjoados.

Depois de deixarmos nossas malas na cabine fomos conhecer o navio. Eu não tinha a mínima idéia de como era um navio por dentro. É impressionante como o navio é grande e parece muito com um shopping, só que em cima da água. Tem restaurantes, lanchonetes, freeshop, cassino, uma sala de jogos, pub, loja de perfumes e cosméticos, loja de roupas e de artesanatos. A gente só lembrava que estava dentro do navio quando a gente sentia o balanço dele. Que sensação esquisita!


Teto do navio


Restaurante do navio


Um lado do navio


Outro lado do navio


Vimos bem rapidinho as lojas, já que teríamos muito tempo para olhar com mais calma e fomos a procura de um restaurante para comermos alguma coisa, pois não tínhamos almoçado até aquele momento. Achamos um restaurante baratinho e cada um pediu um prato. Não foi uma refeição maravilhosa, mas deu para matar a fome. Fomos no freeshop, compramos algumas coisas e voltamos para a cabine. Deitamos na cama e logo dormimos. Essa noite foi difícil. Primeiro porque dormimos muito cedo (às 20h), a meia-noite eu acordei e depois Lu e Salete acordaram também, ficamos tentando dormir até 2h da madrugada. Segundo, que quando eu consegui dormir, o navio não parava de sacudir e balançar. E para completar, a minha cama não era reta, era inclinada e toda hora eu acordava pois eu estava caindo e tinha que "escalar" novamente a cama.

Enfim, acordamos no dia 27.12 às 7h30, tomamos banho e fomos procurar um lugar para tomar café da manhã. Encontramos um lugar no qual todos os passageiros do navio estavam indo. Descobrimos que a gente podia ter comprado o bilhete do navio já com café da manhã, a agente de viagem que vendeu a passagem para nós não tinha falado nada a respeito do café da manhã. Fica a lição para a próxima vez. De qualquer forma, pagamos o café da manhã e fomos comer. O navio atracou às 10h em Estocolmo. Deixamos nossas malas na cabine e seguimos as pessoas que estavam saindo do navio.

Na saída pegamos um ônibus da Silja Line que estava indo para o centro de Estocolmo. Foi bem rápido e o motorista era também um guia turístico, foi massa! Quando descemos do ônibus no terminal, conferimos onde nós estávamos no nosso mapa e fomos andando em direção ao Palácio Real.

No caminho conhecemos a Igreja de Sta. Clara e depois a Rua da Rainha, tudo muito bonito.


Igreja de Sta. Clara


Rua da Rainha


Estocolmo tem um clima diferente de Helsinki, é mais alegre, tem mais estrangeiros, tem mais mistura e além disso, achei a cidade mais movimentada e mais bonita. Mal a gente tinha entrado na Rua da Rainha, quando o celular de Lu acabou a bateria. Isso porque ficamos da hora que a gente acordou até a hora que o navio atracou em Estocolmo enviando fotos para o flickr e com isso a bateria foi embora. Isso era muito grave, já que o celular também era nossa máquina fotográfica e Alele iria ligar para Lu ou para mim quando chegasse em Estocolmo. E para completar o meu celular também acabou a bateria. Um desastre atrás do outro! Ainda bem que gente tinha levado o carregador! Entramos em uma lanchonete e perguntamos se podíamos carregar o celular, precisávamos carregar o suficiente para tirarmos mais algumas fotos e esperar a ligação de Alele. A atendente simpática disse que não tinha problema e colocou o celular para carregar, depois de tomarmos café e ficarmos fazendo hora para o celular carregar, decidimos ir embora, pedimos o celular e o carregador de volta, pagamos a conta e tentamos ligar o celular. É... tentamos, tentamos e nada do celular ligar. Então, descobrimos que a atendente simpática não tinha colocado o carregador direito na tomada. Enfim, saímos decepcionados, pois nosso plano não tinha dado certo. Continuamos nossa caminhada pela Rua da Rainha desolados, até que Salete teve a idéia de comprar uma máquina fotográfica para ela, já que ela não tinha e seria uma ótima oportunidade para tal investimento.

Voltamos para o início da Rua da Rainha e fomos a procura de uma loja que vendesse máquina fotográfica. Entramos em uma loja gigante, que vendia de tudo, roupas, objetos para casa, cosméticos e *máquina fotográfica*. Salete escolheu uma com ajuda de Lu e comprou imediatamente. Com isso, seguimos o nosso passeio tirando foto de tudo. :)

Quando chegamos na entrada do Palácio Real, estava acontecendo a troca da guarda real. Alguns soldados estavam meio atrapalhados, acho que estavam nervosos, mas no geral foi muito bonito. Depois visitamos 3 museus do Palácio Real, o primeiro do tesouro real, o segundo das vestimentas e dos aposentos reais e o terceiro da história do Palácio Real. No último museu, conseguimos uma tomada para carregar o celular de Lu, ligamos para Alele e combinamos com ele um local para nos encontrarmos. Marcamos na frente do terminal de ônibus às 14h.


Salete na entrada do Palácio Real


Eu e Lu na entrada do Palácio Real


Troca da guarda real


Troca da guarda real


Eu e Salete na frente do museu do tesouro real


Eu e Lu na frente do Palácio Real


Pôr do sol em Estocolmo


Já era 13h30, quando decidimos ir para o terminal de ônibus esperar Alele. Às 14h, Alele chegou em Estocolmo. Tínhamos que voltar para o terminal de ônibus às 15h para pegar o ônibus de volta para o navio, então, fomos almoçar e, se desse tempo, a gente andaria nas ruas do centro com Alele. Comemos uma pizza na Pizza Hut. Bizarro, né? Mas não tinha outra opção, não conhecíamos nenhum restaurante sueco perto do terminal e não podíamos correr o risco de perder o ônibus para o navio.

Saímos do restaurante na hora de pegar o ônibus, não deu tempo pra Alele conhecer Estocolmo, uma pena! Ele ia gostar. Pegamos o ônibus e voltamos para o navio. Foi tudo tranqüilo. Amanhã eu conto como foi a viagem de volta e os dias seguintes.