quarta-feira, maio 30, 2007

Um pouco de calor

Sábado passado, 26 de maio, fomos para o festival chamado "Maailma kylässä". Nesse festival, músicos dos mais diversos países se apresentam. Também é possível experimentar comidas bem diferentes e ver/comprar artesanatos bem bonitos. No entanto, antes do festival, Lu foi para o baba e eu fui ver. Lu jogou direitinho, mas o time dele, hummm, não foi lá aquela maravilha e por isso, perderam de 7 X 5. Como não estava mais acostumado, ficou essa semana inteira, sentindo dor no corpo todo, tadinho. Próximo sábado tem de novo, se o tempo estiver legal, eu vou e gravo uma parte.
Quando o jogo terminou, fomos para o festival em Kaisaniemi. Nós encontramos com Sanna lá, ela almoçou comida africana e ela deixou a gente provar um pouquinho, estranho mas estava gostoso. Infelizmente, eu e Lu tínhamos almoçado antes de ir e ainda estávamos cheios, mas no próximo ano nós almoçaremos lá com certeza. Tinha comida de tudo quanto era país. Para dizer que não comemos nada, comemos uma makkara (salsichão), uma comida típica do verão finlandês, Sanna ficou indignada, "como vocês vêm para um festival internacional e comem makkara? Vocês estão virando finlandeses!", será?
Foi muito legal conhecer e ver tantos países diferentes em um só lugar, em cada barraca dava para ouvir um idioma diferente. Pena que não tiramos nenhuma foto, estava chovendo, mas prometo que no próximo ano a gente tira.
Quando estávamos saindo do festival para tomar um café, Lu ouviu alguém falando português. Era português mesmo! Um angolano entrevistava outro angolano, em português (é claro) e a entrevista foi transmitida pela rádio. O outro locutor era brasileiro de Macéio. Conversamos um pouco com ele e percebemos logo o sotaque. Sempre é bom ouvir português.
Agora sim, o festival estava completo. Fomos para cafeteira e encontramos com Sabrina, uma paulista que encontramos na pista de patinação, naquela vez (única) que fomos com uma galera patinar e caímos muito. Sabrina é uma pessoa muito simpática, rimos e falamos muito, muito mesmo. Foi tudo muito bom!
No domingo ficamos em casa mesmo, Lu mal conseguia se mover. :)
Na segunda-feira encontramos com Teea e fomos para um bar ao ar livre. Sim, ao ar livre! Essa semana fez sol e calor. Não, não fez 30 graus ou algo do tipo, fez somente 20-25 graus (acho que chegou a fazer 27 graus), foi o suficiente para tirar o casaco, sentir o calor e o vento batendo nos braços. Nesses momentos, sinto muita falta de uma praia. Foram dias deliciosos, eu e Lu nos sentimos muito bem mesmo, foi revitalizante!
É ótimo ver as pessoas usando camisetas, tops, shorts e saias, sentadas em qualquer lugar que tenha grama, fazendo piqueniques, jogando bola ou só tomando sol. Eu resolvi fazer a mesma coisa, ontem, fui tomar um solzinho perto do meu prédio, sentei em um banquinho e fiquei lendo um livro enquanto pegava sol. Maravilhoso! Se o tempo estviver bom, na próxima vez vou para praia!
Hoje está chuvendo, pelo menos não está frio, faz 17 graus. Uma temperatura razoável, só não gosto da chuva, ela sempre incomoda.

sábado, maio 26, 2007

Banda "Miau and the Boys"

Sábado passado (19 de Maio), a banda "Miau and the Boys" se apresentou em Helsinki, no festival Kallio Kukki (Kallio floresce, Kallio é um bairro de Helsinki).
Encontramos com Cássio e Patrícia e fomos para Kallio. Quando chegamos no lugar não tinha muitas pessoas mas tinha o suficiente para encher um pouquinho. Tinha dois palcos, o menor onde a banda de Lu tocou e um palco maior, quando nós chegamos uma banda africana tocava e alguns finlandeses apelidados por Lu de "contact improvisation" dançavam loucamente. "Contact improvisation" é a galera alternativa, as mulheres geralmente vestem um saião, duas blusas bem folgadas (ou não), um lenço na cabeça ou um chapéu feito de lã e estão descalças ou calçam sandálias de couro, os homens vestem uma calça folgada, uma blusa folgada e sandálias de couro. Todos dançam se esfregando, com os braços para cima e um tanto molengas. É a galera hippie. Acho que maioria do público era de "contact improvisation". Foi legal porque eles dançam de tudo, qualquer coisa que aparece eles dançam. Antes da banda, fomos ver uma roda de capoeira. O mestre de capoeira é brasileiro e puxava as músicas. Eu ainda fico intrigada como a cultura brasileira chega tão longe e sinto que somos queridos por causa da alegria que temos, do futebol, da capoeira e de outras coisas mais. Fico muito orgulhosa do nosso Brasilzão!


Galera "contact improvisation"


Banda Africana


Roda de Capoeira


Patrícia e Cássio

A banda "Miau and The Boys" tocou músicas de Falamansa, são músicas de forró bem lentas. Acho que são músicas mais fáceis para eles tocarem e para os finlandeses dançarem. Imagine se tocassem uma música de quadrilha, eles iriam ficar perdidos. Os músicos ficariam perdidos, o público, como eu já disse, dança qualquer coisa, isso não seria um problema. Na banda todos são finlandeses, menos Lu (zabumba improvisada) e Celsinho (conga), que são brasileiros. A banda é formada por Miau, a cantora, que é acompanhada por uma melódica (substituiu a nossa sanfona), baixo, zabumba, congas, triângulo e prato, violão e violino. Todos os finlandeses da banda se chamam pelos apelidos da capoeira. Por exemplo, o cara que toca a melódica se chama Leão mas é claro que não existe finlandês chamado Leão e nem muito menos Cipó (o baixista). Quando a gente diz que é da Bahia, eles ficam deslumbrados e logo perguntam "você joga capoeira?", eles sabem que nem todos os baianos jogam capoeira, acho que eles perguntam isso na empolgação mesmo.


Banda Miau and the Boys


Lu tocando na banda


O povo dançando

O show foi bem legal, dançamos muito e conhecemos outros brasileiros por lá. No início de algumas músicas, Miau ensinava como dançar, os finlandeses não tinham vergonha nenhuma, se acabaram no forró. Depois do show (às 21h) eu, Lu, Cássio e Patrícia passamos no Iguana (restaurante mexicano), ainda estava claro. Depois de comer e muito conversar voltamos para casa.
Na próxima vez, vou tentar me lembrar de colocar um aviso na comunidade "Brasileiros na Finlândia", dessa vez eu esqueci. Fica para a próxima.
Na terça-feira e na quinta-feira passada, fomos (eu e meus colegas de curso) para três lugares diferentes pela escola de finlandês. Foi muito divertido.
Na terça-feira fomos para uma universidade de odontologia e aprendemos a cuidar melhor dos dentes, eu achei um programa de índio mas é preciso, já que tem muita gente no meu curso com dentes podres ou sem dente (espero que eles não aprendam português e depois leiam meu blog!). Depois da universidade, fomos visitar o Weegee, um lugar com vários museus e algumas salas com exposições de arte. Vimos algumas obras de arte, como sempre, algumas são bonitas e outras muito esquistas.
Na quinta-feira, fomos para Porvoo, a segunda cidade mais antiga da Finlândia (não tirei nenhuma foto, mas nesse link tem algumas fotos de lá). É uma cidade pequena, aproximadamente 40 mil habitantes e bem bonitinha. As casas são feitas de madeira e pelo o que eu entendi algumas construções são bem antigas (não lembro de qual século). Uma senhora bem simpática foi a nossa guia, ela falava só em finlandês, algumas coisas eu consegui entender, outras "passaram direto". Ela mostrou para a gente a Igreja Ortodoxa, que estava sendo restaurada depois do incêndio que aconteceu no ano passado. Nossas professoras disseram que a Igreja era muito bonita e que os finlandeses sentiram muito quando souberam do acontecido. Conhecemos a cidade antiga, visitamos algumas feirinhas próximas a cidade antiga e depois voltamos para o ônibus. O clima não ajudou muito, estava chovendo e fazia frio. Outro dia, vou lá com Lu em um dia de muito sol para ele conhecer também.
Hoje, iremos para o festival de Kaisaniemi e encontraremos Sanna, Marina e Eduardo. Antes do festival, Lu vai "bater um baba" (uma pelada, jogo de futebol) com o pessoal do Nokia e depois vai encontrar com a gente em Kaisaniemi. Espero que o tempo melhore, parece que vai chover. Na próxima semana conto como foi!

sexta-feira, maio 18, 2007

Viagem para Talin (2)

Esqueci de comentar sobre as bebidas que pedimos no Olde Hansa e sobre a visita que fizemos ao monastério dominicano. Quando sentamos perguntaram o que iríamos beber. Eu e Lu olhamos rapidamente ao nosso redor e vimos que ninguém bebia refrigerante. Então resolvemos pedir alguma coisa da casa. Eu pedi uma cerveja preta e Lu pediu o vinho da casa. A cerveja tinha um gosto diferente, era cerveja com mel, esquisito mas gostoso. Não consegui beber tudo. E o vinho de Lu também tinha um gosto diferente, foi preparado com ervas. Sobre o monastério, no sábado, estávamos andando, andando, quando vimos um portão, estava aberto então entramos. Subimos uma escadinha e entramos em uma sala a luz de velas. Aí percebemos que estávamos em um monastério. Uma senhora gritou lá de dentro "Came on! Came on!". Ficamos encantados com o silêncio e com o lugar, no entanto... a velha (não é mais senhora) era muito, muito, muito mal humorada, não sei porque escolheram ela para ficar recebendo as pessoas no monastério, talvez hoje só ela cuida daquele lugar e só podia ser ela mesmo. Enfim, não teve um "good afternon", ela foi logo dizendo "one pay 30 kroon, but to you, 2 pay 30 kroon", nós ficamos sem graça de dizer que não, pagamos e ela em seguida falou rispidamente "first you go downstairs, and turn left and turn left and go upstairs, here, ok?", Lu fez uma cara de quem não entendeu, ela respirou fundo e começou a falar novamente. Olhamos tudo, tudo muito silencioso e escuro. Quando estávamos voltando para o andar de cima ouvimos a tal velha perguntando para três mulheres se elas tinham visitado tudo, a velha estava quase brigando com elas. Grossa! Saímos de lá, sem falar com ela, foi melhor assim, aquele mal-estar podia contagiar nosso passeio e estragar tudo.
Agora posso continuar a contar a viagem de onde eu parei no último post. No domingo nós acordamos às 9h30 e fomos tomar nosso café da manhã. Depois fomos visitar a outra metade da Cidade Antiga. Subimos a colina de Toompea e vimos o jardim do Rei Dinamarquês, tão bonito, tão bem cuidado. Antigamente, o "povão" de Talin morava no pé da colina de Toompea, perto do mercado. Toompea veio de catedral, em estoniano Toom. Nessa colina foi construída o Castelo Dinamarquês e a Catedral do Santo Alexandre Nevski. Com a chegada dos dinamarqueses, a colina de Toompea foi transformada em uma fortaleza. Na verdade tinha duas fortalezas, uma menor onde é o Castelo Dinamarquês e outra que protegia toda a colina. Desde 1920 que as sessões do Parlamento são realizadas nesse castelo. Essa catedral para mim é a mais bonita da Cidade Antiga. Eu não sou muito fã de visitar igreja, mas essa valeu à pena.


Subida para colina de Toompea


Jardim do Rei Dinamarquês


Eu na frente do jardim


Catedral do Santo Alexandre Nevski


Lu perto da catedral


Castelo de Toompea


Depois disso, descemos a colina e continuamos nosso passeio. Vimos mais igrejas, muros e torres. Uma estátua me chamou atenção. Ela fica no alto do prédio da Embaixada Russa. É uma estátua de um homem olhando as pessoas que passam pela rua. Quando você olha para ele parece que ele está te encarando com um sorrizinho maroto. Não sei se ele está pensando alguma besteira sobre as mulheres que passam na rua ou se ele está rindo de alguma coisa que alguém fez naquela rua. Não encontrei nenhuma explicação para terem construído essa estátua.


Estátua em cima da Embaixada Russa


Mais ou menos às 13h, terminamos o nosso passeio. Pensamos em ir no Museu Aberto de Talin, só que não encontramos o ponto de ônibus para o tal museu, enquanto andávamos começou a chuviscar, acho que mesmo se a gente tivesse ido não teria sido muito bom, pois depois do chuvisco caiu um pé d'água! Na hora que começou a chover pra valer, estávamos dentro do restaurante almoçando. :)
Na praça da Cidade Antiga tem um restaurante brasileiro, fomos lá dar uma espiadinha no menu, os pratos não me pareceram tão brasileiros e além disso, achamos o preço bem carinho.
Depois do almoço, parou de chover e fomos passear nas lojinhas de artesanatos, eu adoro, Lu não gosta muito mas me acompanhou. Compramos algumas coisinhas, nada muito especial, só para lembrar da cidade. Depois fomos tomar um café e comer uma torta em uma cafeteria de lá. Eu adoro os doces daqui, será esse motivo da minha bochecha ter crescido? Sei não, continuo comendo. Depois fomos para a praça ver o show do dia das mães. Bem bonitinho.


Café e bolinho (hummm!)


Show na praça


Depois pegamos nossas malas no hotel e fomos para o porto. Ficamos mofando lá umas 2h, não tínhamos mais nada pra fazer, por isso resolvemos ir logo para o porto e ficar fazendo hora por lá. Entramos no navio às 20h30. Todo mundo com suas malas repletas de cerveja, vodka e outras bebidas. Muitas pessoas bêbadas, degradante, mas enfim, é o programa deles, eu respeito com tanto que não incomode a gente. Chegamos em casa às 23h30, estávamos mortos de cansados.
Passei essa semana inteira tentanto me recuperar. Hoje me sinto melhor, dormi muito durante essa semana, consequentemente, não estudei nada de finlandês. Talvez esse fim de semana, quem sabe?
O estoniano é um idioma muito parecido com o finlandês, deve ser fácil para eles aprenderem finlandês. Como a maioria dos turistas de Talin são "turistas de um dia" (vão e voltam no mesmo dia para o seu país de origem) e acho que esses turistas são na sua maioria finlandeses, por isso é muito comum ouvir, ler e falar finlandês por lá. Na minha turma de finlandês tem uma estoniana, ela comentou comigo que da última vez que foi lá, só falou em finlandês. A influência da Finlândia em Talin é muito forte, não tenho certeza qual é o motivo disso, não sei se é por causa da diferença econômica, se é porque a Estônia é um país que conquistou sua independência recentemente e ainda está tentando se fortalecer como nação, se é porque para os finlandeses é muito rápido chegar lá, ou se é tudo isso junto, sei lá. Não conheço muito bem o país para saber ao certo o motivo. Valeu muito a pena conhecer essa cidade, nos sentimos "de volta aos tempos medievaaaaaaaais"!

quarta-feira, maio 16, 2007

Viagem para Talin (1)

Na sexta-feira passada eu e Lu convidamos Cássio e Patrícia para comer umas pizzas aqui em casa. Foi tudo muito bom, conversamos um bocado, rimos muito como sempre. Eles são muito divertidos. Comemos pizzas e tomamos vinho. Para sobremesa bati uma caixinha de creme de leite fresco, que depois de muito batido virou um creme delicioso e colocamos-no em cima de alguns morangos cortadinhos. Ficou muito bom, sobremesa simples e muito boa! Esse tipo de creme de leite é muito comum por aqui, os mercados vendem vários tipos de creme de leite, um para usar no comida (com diversas porcentagens de gordura), outro para bater (e virar creme) e outro para colocar no café. Não sei se consegui lembrar de todos. Mesmo com tanta variedade nada se compara ao creme de leite que usamos na comida aí no Brasil, o creme de leite daí é mais consistente do que os daqui. Os cremes de leite daqui não são ruins, só são aguados, até agora estamos conseguindo viver com eles. :) Enfim, foi um jantar maravilhoso.


Cássio e Lu


Patrícia


No dia seguinte (sábado) bem cedinho, às 5h30 eu e Lu já estávamos acordados. Tínhamos que pegar o ônibus às 6h30 para o porto. Às 7h, chegamos no porto, trocamos alguns euros por kroon (moeda da Estônia 1€ = 15EEK) e pegamos as passagens de navio para Talin. Ficamos lá mofando até 8h. Entramos no navio às 8h. Antes de entrar no navio, todo mundo precisa mostrar os seus passaportes, já que estamos indo para outro país e não para Ilha de Itaparica. Quando era a vez de um europeu, ele passava rapidinho pelo guichê, mas quando chegou a nossa vez, demorava um pouco mais, eles olhavam o passaporte de cima a baixo. Sei que isso é o correto, mas por que olhar todas as páginas do meu passaporte até as páginas vazias? Não entendi. De qualquer jeito nós entramos sem problemas, carimbaram o nosso passaporte e seguimos a nossa viagem. O navio só partiu às 8h30. Foi um pouco cansativo. Lu dormiu um pouco durante a viagem mas eu não consegui. Ficamos a viagem inteira sentados. Como a viagem é curta (2h de duração) não precisávamos comprar uma cabine, muita gente fez a mesma coisa. O salão estava lotado de gente com suas malas conversando, bebendo e bebendo. Tinha um casal do nosso lado que bebeu 3 copões de cerveja cada um, cada copão devia ter 500 ou 600ml. Tão cedo e já estavam bebendo. Sem contar as outras pessoas que estavam bebendo conhaque, vodka e outros drinques que não identifiquei. Nós não bebemos nada, primeiro que não gostamos tanto de beber e quando bebemos está de noite. A maioria das pessoas levavam malas vazias, a intenção é levar a mala vazia e voltar com muita bebida de Talin. Lá as bebidas são mais baratas para os finlandeses. Quando não eram malas vazias, eles levavam um carrinho para trazer caixas e mais caixas de bebidas. Que programa mais doido, né? Não estou acostumada com isso, sempre morei em lugares que não eram fronteira com outros países. Provavelmente, isso deve acontecer na fronteira do Brasil também, não só com bebidas, como também comida, aparelhos eletrônicos entre outras coisas. Dizem que Talin é o quintal da Finlândia, os finlandeses sempre quando podem vão lá comprar bebidas e passear, no mesmo dia a noite eles voltam para Helsinki. Viajar para outro país e voltar no mesmo dia, é tão estranho para mim e para Lu. Viagens como essa com duração de 2h nos levavam para algum interior da Bahia e não para outro país com outra cultura, com outra história, com outra moeda. Muito doido! Isso é muito comum por aqui, já que os países estão muito próximos uns dos outros.


Lu no navio indo para Talin


Fugi um pouco do assunto, continuando... Chegamos em Talin às 10h30, saímos do navio e pegamos um ônibus do navio para o terminal. Saímos do ônibus e subimos uma escada para o terminal. Andamos tanto que Lu dizia que a viagem tinha um acréscimo de meia hora só de caminhada. Chegamos no terminal, eles viram nossos passaportes novamente. Demorou também, porque eles anotaram os nossos números do passaporte mas pelo menos não viram todas as folhas do meu passaporte.
Depois disso fomos no ponto de informação para turistas perguntar qual ônibus nós podíamos pegar para chegar no nosso hotel. Ela disse o número do ônibus e lá fomos nós andando, andando sem saber para onde. Até que resolvemos voltar e perguntar onde era o ponto do tal ônibus. Devíamos ter feito isso antes, às vezes somos muito desligados. Depois de perguntar e saber onde era o ponto, fomos para o lugar indicado e esperamos mais ou menos 30min no vento. Não foi muito agradável. Pegamos o ônibus, a viagem para o hotel deve ter demorado menos de 10 min, se nós soubéssemos que era tão perto, tínhamos ido andando ao invés de ficarmos esperando 30min o ônibus. Pelo menos o ônibus parou na frente do hotel. Mais ou menos às 12h, chegamos no hotel, no entanto só podíamos fazer o check-in depois das 15h. Deixamos uma mochila lá e fomos conhecer a Cidade Antiga de Talin.
Enquanto nós caminhávamos, notamos que Talin não é uma cidade tão rica, pelo menos nessa região que nós andamos. Tinha muitos idosos pedindo dinheiro na rua, não vimos nenhuma criança, ainda bem. Deu para perceber que a cidade também não é bem cuidada, mas ao mesmo tempo existem lugares muito bonitos.
Entramos na cidade e fomos comer alguma besteira no Mc'Donalds. Depois disso, pegamos o mapa e começamos a nosso tour.


Eu na entrada da Cidade Antiga de Talin


Uma das torres da entrada


Vista da rua Viro (na entrada da cidade)


Um pouco de história. Antigamente, a baía de Talin era muito conveniente para os barcos vikings que contribuíram para o crescimento de Talin. O primeiro registro de Talin foi em 1154. O nome "Talin" veio de "taani linnus" ou Castelo Dinamarquês que foi construído para o rei Valdemar II da Dinamarca. Ele chegou em 1219 em Talin e com isso, os estônianos perderam a sua independência. Depois de setes séculos, Talin pertenceu a dinamarqueses, alemães, suecos e russos. A Estônia reconquistou a sua independência em 1991. Tão recente!
A cidade se desenvolveu muito no período medieval e até hoje existem muitas construções daquele período. Por exemplo, a muralha que protegia a cidade. Essa muralha foi construída pela primeira vez no séc. XIII e com o passar dos tempos ela teve que se adaptar ao rápido desenvolvimento das armas. As partes da muralha que ainda estão na cidade foram construídas no séc. XV. Em meados do séc. XVI Talin era a cidade mais fortificada da Europa, tinha um total de 66 torres, sendo que 26 resistem até hoje. Em 1997, a UNESCO reconheceu Talin como monumento histórico da arquitetura hanseática. Hansa foi uma aliança de cidades mercantis que mantiveram o monopólio comercial de todo o norte da Europa e Báltico, entre os sec. XIII e XVII.
Depois desse resumão, vou continuar o post. Vimos muitas igrejas, muros e torres. No primeiro dia conhecemos metade da cidade, vimos a praça da cidade e conhecemos a farmácia que funciona desde 1582 até hoje. Andamos, andamos e andamos muito.


Praça da Cidade Antiga de Talin


Lu na frente da farmácia


Um dos muros da cidade


Uma das igrejas da cidade


Decidimos voltar ao hotel para fazer o check-in, tomar banho e descansar os pés um pouquinho. Saímos do hotel às 18h e voltamos para jantar na Cidade Velha. Jantamos no restaurante Olde Hansa.
Quando entramos no restaurante tinha uma bandinha tocando uns instrumentais bem medievais, sem caixa de som, só com o som ambiente. Parecia que tínhamos voltado no tempo. Todas pessoas que nos atendiam estavam vestidas como nos tempos medievais. O lugar é impressionante, todo iluminado a vela, a decoração é toda medieval, os copos, o menu, as bebidas, as comidas, tudo é medieval. Ficamos apaixonados pelo lugar. O impressionante que esse restaurante não é o mais caro da cidade antiga. Gostamos muito mesmo!
Quando sentamos na mesa, a garçonete medieval nos explicou como eram os pratos, muito exóticos para nós. Antes da comida chegar ela nos perguntou se tínhamos trazido nossas armas (hã?), Lu respondeu que não, ela explicou que muitos clientes trazem suas armas de casa (hã?), por isso ela preferiu perguntar primeiro. Depois ela completou, "ok, como vocês não trouxeram suas armas, então vocês vão comer com as mãos?" (hã?), Lu respondeu todo sem graça, que não. Eu não estava entendendo muito bem a conversa, mas percebi a cara que Lu fez (hihihihi). Ela sorriu e disse "tudo bem, nós podemos emprestar para vocês as nossas armas" e deixou em cima da mesa os talheres e guardanapos. Depois que os pratos chegaram ela explicou cada prato novamente e disse para eu ter cuidado que poderia ter algumas pedras no meu prato, eu sorri, não entendi o que ela tinha falado, como Lu sorriu, eu sorri também. Depois que ela saiu, perguntei para Lu o que ela tinha dito e aí pude rir sabendo o que tinha acontecido realmente. Quando entregaram a conta para gente, estava escrito no papel que podíamos pagar com algumas moedas ou pele de coelho. Nós não tínhamos nem uma coisa nem outra, pagamos com cartão crédito mesmo, uma invenção nem um pouco medieval mas eles aceitaram numa boa.


Entrada do Restaurante Olde Hansa


Dentro do Olde Hansa


Eu no Olde Hansa


Copos do Olde Hansa (um é de barro e
outro é de vidro verde, está na frente da vela)



Depois dessa volta ao passado, nós voltamos para o hotel e assistimos na televisão a final do Eurovision. Em outro post eu explico o que é o Eurovision, acho que já escrevi de mais. Outro dia continuo contando como foi o segundo (e último) dia em Talin.

domingo, maio 06, 2007

Dúvidas sobre o Vappu

Vou tentar responder as dúvidas sobre o Vappu, mas vou logo dizendo que não sei se tudo está correto, como vocês sabem não sou finlandesa, estou vivenciando e conhecendo ao mesmo tempo a cultura finlandesa. Fiz uma busca rápida pelos inúmeros livrinhos que tenho aqui em casa sobre a Finlândia, não encontrei nada a respeito do Vappu e da Havis Amanda (a estátua), então, vou apelar ao google e a nossa queridíssima wikipédia.
Li na wikipedia um artigo em finlandês sobre o Vappu, foi difícil traduzir, tinha muitas palavras novas para mim e muitas declinações que ainda não estudei. Enfim, eu tentei. Finlandeses e brasileiros (quase finlandeses) de plantão, se tiver alguma coisa errada, por favor me corrijam. Vamos lá.
Vappu deve ter vindo de Valpuri (isso não está claro), que é um nome de mulher. Vappu/Valpuri veio do nome de uma santa católica chamada Valburg.
Aqui na Finlândia existe um calendário com nomes para cada dia do ano, por exemplo no dia 01 de Maio o nome escolhido para o dia é Valpuri.
No Brasil acho que não temos calendário como esse. Acho que seria divertido ter um nome para cada dia do ano. Que dia seria para José, Valdemar e Maricleide? Difícil, hein? Acho que o brasileiro tem muita criatividade para criar nomes, é cada nome que aparece. Acho que esse pode ser o motivo principal para não termos esse tipo de calendário, quem iria escolher os nomes que ficariam no calendário? Como seria essa seleção? Acho que seria muito difícil. Não sei como e nem quando os finlandeses fizeram tal calendário, mas saibam que existe, pois recebi no curso de finlandês e já vi sendo usado em muitos lugares públicos. Ou seja, além do seu aniversário, você tem outro dia para comemorar, o dia que possui seu nome! Para mim os nomes ainda são uma incógnita, não sei identificar se o nome é de mulher ou homem, às vezes, acho que é de mulher mas não, é de homem. Por exemplo, Vappu para mim parece ser de homem, mas é de mulher. Acho que os finlandeses devem achar a mesma coisa de alguns nomes brasileiros. Para eles é mais difícil ainda, o idioma finlandês não possui gênero, ele e ela são a mesma coisa, você não sabe se é homem ou mulher. A pessoa usada para representar ele&ela é "hän", só dá para saber se é homem ou mulher se você pescar alguma pista durante a conversa ou se não tiver outro jeito você terá que perguntar.
Acabei saindo do foco, voltando ao Vappu. Desde 1890 que a Finlândia comemora o Vappu, essa festa foi trazida da Suécia, no texto não está claro se sempre foi no dia 01.05, enfim, isso é só um detalhe. Nesse período a Finlândia não pertencia mais a Suécia, mas imagino que ainda existiam muitos suecos na Finlândia, que devem ter influenciado em alguns costumes finlandeses. No Vappu é comemorado o início do primavera e o dia do trabalho, sendo que os estudantes comemoram muito mais no dia 30.04 e continuam a festa no dia 01.05. No dia do trabalho ocorre o tradicional desfile, não sei quem desfila mas tem desfile, tal como no Brasil.
Não sei quando os estudantes começaram a fazer parte desse dia e nem por que. Acho que isso não deve ter uma data específica, é impossível saber quem foi a primeira pessoa que usou quepe, acho que deve ter acontecido por acaso, uma pessoa achou legal sair com o quepe que tinha recebido no dia da formatura, os outros viram e acharam legal também, no ano seguinte usaram também e até hoje eles usam seus quepes.
Também, li um texto à respeito da Havis Amanda na wikipédia (esse está em inglês). Havis Amanda é uma estátua de uma mulher nua, que foi esculpida por Ville Vallgren em 1906 em Paris. Ela foi trazida para a Finlândia em 1908, simbolizava o renascimento da Finlândia. Um pouco de história... Em 1905, ocorreu na Finlândia uma greve geral contra a opressão czarista, na época a Finlândia ainda não era independente, pertencia a Rússia. Em 1917, a Finlândia declarou independência e Havis Amanda estava lá acompanhando tudo de perto. :)
Ville Vallgren chamou esse trabalho de Merenneito, só que os jornais finlandeses e suecos começaram a apelidar a estátua de Havis Amanda, em finlandês Haaviston Manta ou simplesmente Manta. Na época, a estátua foi muito criticada, principalmente, pelas mulheres (é claro) que achavam inapropriada a sua nudez. A estátua veio no período em que as mulheres conseguiram o direito de voto, as primeiras na Europa a alcançar tal direito. Fico imaginando como deve ter sido, o mínimo que eu conheço e já ouvi falar sobre as finlandesas, elas são "jogo duro". Deve ter sido muito difícil para os finlandeses convencerem-nas. Brincadeiras a parte, o motivo principal é que elas consideravam que a estátua enfraquecia a imagem da mulher, fazendo parecerem fracas, como objeto sexual, diminuindo o valor das mulheres. Algumas mulheres diziam que ela era como uma prostituta francesa. Outros finlandeses não gostavam dos trabalhos de Ville Vallgren. Com o tempo, eles começaram a aceitar a estátua e hoje ela foi votada como a mais bonita e importante peça de arte em Helsinki. Não achei quando começaram a lavar a estátua e nem por que. Será que começou com uma brincadeira de algum bêbado muito doido? Sei não, mas eu tenho uma leve desconfiança. :)
Será que ficou mais claro? Sei que algumas coisas que ainda ficaram em aberto, talvez no próximo Vappu (sendo muito otimista) eu consiga ler mais textos em finlandês e explicar mais coisas sobre essa festa.

sábado, maio 05, 2007

Vappu - 1 de maio

No dia primeiro de Maio acontece uma das maiores festas daqui da Finlândia, chamada de Vappu.
A festa começa no dia 30.04, Vappuaatto (véspera do Vapuu), e continua no dia 01.05. O clima é de carnaval mas sem trio elétrico, é claro! Algumas pessoas se fantasiam, compram serpentinas e balões de bichinhos e personagens de desenho animado. Meigo, né?
Outras pessoas vestem macacões coloridos que foram usados quando eram estudantes e também tiram do baú o quepe que receberam na formatura do segundo grau. Essa também é uma festa dos estudantes.
Os finlandeses comem nessa época um pão chamado de tippaleipä, que tem o mesmo gosto da massa de sonho e vem com açúcar por cima, só que a massa é mas seca, em tirinhas e toda enrolada, bem melhor que o mämmi, mil vezes! Também bebem sima, bebida fermentada, feita com limão e açúcar (no meu dicionário tinha escrito "hidromel fermentado", não sei se ajuda). Eu não bebi então não sei como é o gosto, não sei se é bom ou ruim, prefiro não comentar.
Nesses dias, algumas pessoas vão para restaurantes, outras vão para as ruas para se encontrarem com seus amigos e familiares.


Algumas pessoas de macacões


Tippaleipä


No dia 29.04, eu e Lu não estávamos muito empolgados para ir para a festa, Lu precisava escrever a dissertação de mestrado e eu queria ficar em casa descansando, mas tudo mudou! No dia 30.04, depois da aula de finlandês sobre o Vappu, eu fiquei curiosa para conhecer a tal festa. Liguei para Lu e ele tinha me dito que Cássio e Patrícia tinham chamado a gente para ir com eles. Lá fomos nós!
Às 17h, eu, Cássio e Patrícia fomos para o Kamppi, lá encontramos com Lu e depois andamos até a praça Esplanadi. Quando chegamos na praça, já tinha muita gente, fazia frio, algumas pessoas faziam piquenique no gramado da praça, alguns cantavam, se abraçavam, todos muito alegres e falantes (isso não é normal, acho que já era a bebida fazendo efeito).


Piqueniques


No meio do caminho, ouvimos um pagodão, nossa suspeita foi confirmada, era um típico pagodão brasileiro. Cássio e Patrícia conhecia um dos caras que estava no meio do pagodão e esse cara é brasileiro, creio que o resto da banda também devia ser. Impressionante, tem brasileiro em todo canto, me fez lembrar daquela musiquinha: "Aha! Uhu! A Finlândia é nossa! Aha! Uhu! O Vappu é nosso!" Continuamos andando e encontramos com Priscila, também brasileira, ela estava com o marido dela, Jarmo que é finlandês. Ficamos esperando o grande momento do dia, quando colocam o quepe na Amanda. Vou explicar isso melhor. Para começar, acho que o Vappu é tão importante para os finlandeses quanto o carnaval é para os baianos, acho que perde até para a festa do Ano Novo. Os finlandeses bebem muito nesses dois dias. No dia 30.04, a festa começa na praça Esplanadi, quando lavam a estátua da Havis Amanda (carinhosamente chamada de Manta) e depois desse banho colocam o quepe nela.
Como a estátua é alta, eles penduram um círculo de pessoas por um fio e colocam esse círculo de pessoas ao redor da cabeça da estátua. Alguns segundos antes de colocarem o quepe na Amanda, todos os finlandeses balançam seus quepes no ar. Às 18h, aquele círculo de pessoas penduradas por um fio colocam o quepe na Amanda e na mesma hora todos os finlandeses colocam os seus quepes também. Tudo muito pontual, nada de atraso, me lembrou muito a contagem da virada do ano. Muitos champagnes são estourados.


Pessoas penduradas ao redor da Amanda


Lu e Cássio


Eu, Patrícia e Priscila


Amanda de quepe


Alguns finlandeses muito embriagados mergulham na fonte da estátua. Estava fazendo muito frio, ventava muito, o que só faz piorar e eles lá tomando banho naquela água gelada, mas não se preocupem todos que eu vi estavam usando aquelas roupas de mergulhador, mantém o calor do corpo. Nunca mergulhei, mas acho que essas roupas devem funcionar muito bem, já que todos os corajosos estavam sorridentes e segurando muito bem seu copo de champagne e a garrafa para não cair na água.
Tinha também uma bandinha, que mal a gente conseguia ouvir o som e quando ouvia, dava para perceber que tinha alguns instrumentos desafinados. Não dava para incomodar porque mal a gente conseguia ouvir. :)


Corajosos e/ou embriagados


Bandinha


Depois disso, nós fomos para frente da Catedral, tinha muita gente por lá. Vimos um pouco o show de Jazz ao vivo e depois nos despedimos de todo mundo e fomos para casa de Cássio (vou explicar isso no próximo parágrafo). Estava fazendo muito frio, muito frio mesmo, só com muita bebida para aguentar e não estávamos com clima para beber até cair.


Escada da Catedral


Banda de Jazz


No meio da festa, Cássio nos lembrou que o prazo para entregar o Imposto de Renda era até o dia 30.05. A gente não estava muito preocupado com isso, porque eu e Lu somos isentos, só que Cássio disse que o prazo para informar ao Brasil que estamos fora do país era até 30.05 também. Como todos sabem, eu e Lu usamos GNU/Linux e tem alguns programas do IR que não funcionam no Linux. Cássio insistiu dizendo que iria com a gente até a casa dele só para fazer isso emprestar o computador dele com Windows. Nós não queríamos incomodar, iríamos achar uma solução para isso, nem que tivéssemos que mobilizar todas as nossas famílias, mas ele insistiu. Então, fomos para a casa dele com ele e Patrícia ficou com Priscila.
Ficamos na casa dele até 22h, eu acho. Conclusão, não precisávamos fazer o tal formulário de saída permanente do Brasil, porque Lu tinha feito no ano passado na casa de meus pais no RJ. Imagina a vergonha! Ficamos nos sentindo tão mal, quem me conhece sabe que não gosto de incomodar ninguém, mas aconteceu, infelizmente. Fica aqui as nossas desculpas para Cássio e Patrícia.
Depois desse episódio IR, voltamos para casa e Cássio foi encontrar com Patrícia em Helsinki.
No dia seguinte (01.05), ficamos em casa. Nesse dia, os finlandeses costumam fazer piquenique em algum parque, o mais famoso é o Kaivopuisto (lembram? a gente foi lá). No entanto, nós não tivemos forças para sair de casa, ainda estava frio e Lu precisava adiantar a dissertação dele. Cássio e Patrícia ligaram para gente, mas perferimos ficar na nossa casa quentinha e aconchegante. Nesse dia também tem o cortejo do dia do trabalho, não sei como foi e nem como é, fica para o próximo ano.
Para concluir uma frase que resume tudo: Vappu é um carnaval tranquilo, sem trio elétrico e com um monte de gente de macacão colorido e bêbada. :)

terça-feira, maio 01, 2007

Fim do módulo 1 e show do Incognito

Na terça-feira passada fizemos uma festinha para comemorar e marcar o término do módulo 1. Eszther, minha colega de classe, teve a idéia de fazermos uma surpresa para a professora, compraríamos rosas e um cartão para dar para a professora no dia da festa. Cada um contribuiu com 1€. No dia da festa, todos assinaram o cartão e as rosas estavam muito bonitas. Foi uma festinha bem tranquila, com música e comidas de cada país. Antes de começarmos a comer, entregamos as rosas para a professora e cada um disse obrigado no seu idioma. Ela ficou emocionada, não consegui ver se ela chorou, mas deu para ver que ela ficou muito emocionada. Foi muito bonito. Demorou para começarmos a comer, não sei se as pessoas estavam com vergonha ou era educação de mais. No Brasil, é só dizer "podem se servir" que a comida desaparece. Eu esperei alguém dizer essa frase célebre, mas ninguém disse, acho que falei umas duas vezes "Agora, vamos comer?!" e escutei como resposta, só os grilos cantando, ou seja, o silêncio. Então, tive que começar o trabalho, como não sou besta, perguntei a Gadzhi e a Dmitri se eles queriam arroz, eles responderam que sim, servi eles e comecei a ver resposta à minha ação. Todos começaram a se servir também. Só precisa de um empurrãozinho brasileiro. Comi de tudo um pouco, tudo estava bem gostoso. Para a sobremesa, a professora levou um bolo delicioso de frutas vermelhas com creme. Muito, muito bom!
Eu tentei levar pãozinho delícia, receita de Keilla. Como a festa era às 10h de terça-feira, tive que fazer na noite anterior. Na segunda-feira de noite, os pãezinhos estavam bons, no outro dia pela manhã eles viraram uma pedra e estava massudos, pesados. Preferi não levar. Se alguém tiver outra receita de outro prato brasileiro, me diga que na próxima festa eu vou tentar fazer e levar. Digo tentar, porque sabe lá o que pode acontecer. :)


Em pé da esquerda para direita: Mai (Estônia), Eszther (Ucrânia), Merdah e Maryam (Irã), Riikka (professora, Finlândia), Hong (Vietnã), Adil (Rep. Tcheca), Lionel (França), Cristian (Romania). Embaixo da esquerda para direita: Lakshimi (India), eu (Brasil, êêê!) e Durga (India)


Em pé da esquerda para direita: eu (Brasil, êêê!), Lakshimi (India), Maryam (Irã), Durga (India), Merdah (Irã), Adil (Rep. Tcheca), Hong (Vietnã), Dmitri (Rússia). Embaixo da esquerda para direita: Riikka (professora, Finlândia), Eszther (Ucrânia), Mai (Estônia), Gadzhi (Rússia), Lionel (França) e Vladimir (Rússia).


Mesa com todas as comidas e bebidas


Na quarta-feira, a professora do curso de finlandês nos levou para o Museu Nacional, fomos com o ônibus alugado pela escola, me senti no maternal, indo para um passeio "extra-classe", só faltou eu levar a minha lancheirinha.
É sempre bom ir no museu, conhecer como era a vida antigamente e é claro, conhecer um pouco mais da história da Finlândia. O museu conta a história da Finlândia desde a era pré-histórica até os dias atuais. Tudo bem detalhado, com roupas e objetos usados em cada período. Provavelmente, devo voltar lá com Lu, ele também gosta de museus e ainda não foi nesse.
Na quinta-feira de noite, eu, Lu, Patrícia e Cássio fomos para o show de Incognito. Foi um show dentro de um grande evento de Jazz que acontece aqui em Espoo, o AprilJazz. Lu queria ir para uns três shows, só que o ingresso não era tão barato assim, então escolhemos um só, no próximo ano iremos para o show de outra banda e assim por diante.
Não tínhamos combinado com Patrícia e Cássio, por acaso, Lu e Cássio descobriram que iríamos para o mesmo show. Foi muito divertido ir com eles! O show foi bem dançante. Eu não conhecia a banda, Lu já conhecia, sei que ele tem bom gosto musical, então confiei plenamente.


Show do Incognito


Não sou de ouvir bandas e músicas que nunca ouvi falar, gosto de ouvir as mesmas bandas de sempre, no máximo sinto curiosidade de ouvir todas as músicas de alguma banda que está fazendo muito sucesso no momento, mas nada do lado B. Lu é totalmente diferente, quando ele pode ele procura ouvir as mais diversas músicas, sem restrição ou preconceito.
No próximo ano tem mais AprilJazz e esse verão promete, por aqui tem muitos shows ao ar livre, se a gente souber antes, iremos com certeza para conhecer mais.
No sábado, fizemos um jantar aqui em casa chamamos Teea, Sanna, Marina e Eduardo. Não dá para chamar mais de 4 pessoas, temos louça e talheres para 6 pessoas no máximo e mesa para quatro. Enfim, seria bom receber mais gente, mas acho que nem sei cozinhar para tanta gente, acho que para 6 no máximo, está bom de mais.
Infelizmente, Marina e Eduardo não poderam vir, Teea e Sanna vieram. Fizemos salmão com creme de leite, ficou muito gostoso. Conversamos muito sobre a pesquisa de Sanna, a viagem de Teea e a de Lu para o Brasil e sobre Vappu (1 de Maio). Foi bem divertido, na sobremesa tomamos um espumante para comemorar aprovação do projeto de pesquisa de doutorado de Sanna. Parabéns Sanna!


Jantar com Teea e Sanna


Hoje também é feriado aqui na Finlândia, é uma das festas mais importantes para os finlandeses, eles chamam esse dia de Vappu. Nessa semana, vou arranjar um tempinho para escrever sobre essa festa, já escrevi de mais por hoje.