terça-feira, junho 26, 2007

Morangos finlandeses

Quando chegamos aqui os brasileiros e finlandeses falaram para nós que os morangos finlandeses são "os melhores do mundo", mas não levamos tanto a sério. Vindo de um brasileiro, poderia ser só uma compensação da falta das comidas brasileiras e assim qualquer coisa "boazinha" se torna MARAVILHOSA. Vindo de um finlandês, poderia ser uma puxação de saco básica.
Disseram que em Julho os morangos finlandeses começam a aparecer nos mercados. Então, esperamos sem muita pressa Julho chegar. Enquanto Julho não chegava, provamos os morangos espanhóis e holandeses em Junho. Os morangos espanhóis e holandeses são muito mais saborosos que os nossos morangos brasileiros. Já perceberam que os morangos brasileiros tem cheiro de morango mas sem gosto de morango, é azedinho e com miolo branco? Esse é o máximo que podemos ter naquelas terras tropicais.
Julho chegou. Nessa semana fomos no mercado e compramos um pacote de 500gr por 5€, é caro mesmo, mas tudo vale à pena para provar os famosos morangos.


Morangos finlandeses

Chegamos em casa, lavamos e comemos um. E...os morangos finlandeses são os melhores do mundo! Não é pilha, não! Os morangos finlandeses são doces, não precisa colocar creme, açúcar ou qualquer outra coisa, macios, todos vermelhos por fora e por dentro, tem cheiro de morango, são MARAVILHOSOS, espetaculares, suculentos, aquele slogan "é impossível comer um só" combina perfeitamente.
Morangos finlandeses: é impossível comer um só!


É impossível comer um só!

segunda-feira, junho 25, 2007

São joão

O São João foi embora, eu nunca poderia imaginar que passaria um São João na Finlândia. Dois anos indo para São José das Itapororocas (interior da Bahia), já tinha me acostumado com tal programa. Na verdade, eu nunca imaginei que poderia um dia morar na Finlândia, mas a realidade é essa, estamos aqui e passamos nosso São João na Finlândia.
Aqui o São João é chamado de Juhannus. É uma festa da luz e do meio do verão. Lembrem-se que aqui tem luz, sim! Não é só aquela escuridão do inverno. Quando o verão chega com toda sua luz, é preciso comemorar muito. A escuridão é insuportável. Notaram que falei do verão e da sua luz, mas não falei do verão e do seu calor. Dizem que o calor não dura muito, até agora tivemos uma única semana de muito calor em torno de +27°C, mas depois dessa semana, a temperatura não passou de +23°C. Esse período de Juhannus também é um pouco triste para os finlandeses e para nós, pobres baianos, pois indica que metade do verão já passou e os dias começam a ficar mais escuros. E fica uma dúvida no ar: será que teremos outra semana como aquela ou mais quente? Já estou com saudades da metade do verão que já passou!
Deixando as saudades de lado, vou continuar falando sobre o Juhannus. Nesse período, a maioria dos finlandeses vão para suas casas de campo, escondidas no meio do mato, sem energia elétrica. Ficam lá fazendo sauna, mergulhando no mar ou lago, tomando cerveja e comendo makkara (salsichão). É sem dúvida, um programa bem calmo e familiar. Além disso, é um período para limpar a casa e enfeitar a porta da casa e o terraço com galhos de árvores. Hasteiam a bandeira da Finlândia e algumas pessoas vestem suas roupas típicas. No dia de São João, eles vão para beira de um lago ou mar beber, fritar makkara no grill ou na fogueira e, é claro, preparar uma fogueira para acender a meia-noite. Depois (ou antes ou durante, depende do grau de alcoolismo dos participantes) eles dançam e cantam.
A fogueira é uma antiga tradição por aqui, que simboliza muita luz e espanta os maus espíritos para bem longe.
No dia 23.06, além de comemorarem o Juhannus, também comemoram o dia da bandeira finlandesa. Por que eles não escolheram outro dia? Assim teríamos mais um feriado no ano e mais um dia para descansar. Tudo bem, sei que tive um típico pensamento brasileiro, mas acho que eles iriam gostam também de ter mais um dia do ano para descansar.
Aqui, no São João, o sol brilha mais forte, diz a crença finlandesa que nesse período as simpatias são mais eficazes, especialmente na noite de São João. Nessa noite os finlandeses fazem diversas simpatias, a mais comum é tentar ver o(a) seu(sua) futuro(a) noivo(a) em um sonho na noite de São João. Para tanto, você precisa colher 7 flores e colocar debaixo do seu travesseiro ou calçar uma meia ao contrário no pé esquerdo. Se tiver muito desesperado(a), recomendo fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Será que eles fazem essas simpatias para Santo Antônio? Acho que não, a maioria dos finlandeses são luteranos, no entanto, eu acho que acreditam muito em espíritos bons e maus, espíritos da floresta, entre outros que não faço a mínima idéia. Mas quando eu ouvi essas simpatias, lembrei muito das simpatias para Santo Antônio.
No Brasil, chamamos de festa junina. Li na wikipedia, que essa festa originou-se na Europa e era relacionada a festa pagã do solstício de verão (21 ou 22 de Junho), quando o dia é mais longo. Lembro de ter estudado isso na escola e que não fazia muito sentido para mim, já que não sentíamos diferença nenhuma desses dias aos demais dias do ano. Era só teoria. No entanto, agora na Finlândia tudo faz sentido, o dia é mais longo mesmo, acreditem! :) Por exemplo, hoje o sol nasceu às 3h58 e irá se pôr às 22h51.
Essa festa foi cristianizada na Idade Média e foi chamada de São João. Como a Finlândia é um país luterano, o São João também é comemorado por aqui. Na Finlândia também tem o costume do casamento junino. Eu e Lu fomos na sexta-feira passada para Seurasaari e lá teve um casamento junino real. Casamento sério mesmo, logo depois que ele se casaram, eles acenderam a principal fogueira de Seurasaari. Que romântico!
No Brasil, a festa junina é bem mais forte no nordeste. Quando lembro das festas juninas, lembro só das comidas, são tão boas, tão deliciosas. Que saudade! Mas não ficamos para trás, não. Salete, minha sogra, mandou uma caixa com muitas delícias para nós e uma das delícias foi um saquinho de milho branco para mungunzá (canjica). Já fizemos e ficou muito bom!


Mungunzá na Finlândia

Nosso São João foi bem tranquilo, na paz. Na sexta-feira pela manhã fomos conhecer outra praia que fica perto da nossa casa, Haukilahti. O lugar é bonito, mas ainda prefiro Matinlahti, a praia de Matinkylä. Estava ventando frio, ficamos um pouco lá e depois voltamos para casa.


Barcos em Haukilahti


Eu de "lupa" nova em Haukilahti


Lu de "lupa" nova em Haukilahti


Cisnes no mar


Flor em Haukilahti


Mais flores em Haukilahti

Mais tarde, fomos para Seurasaari conhecer o São João finlandês. Pagamos para entrar, tinha muita gente, muito turista. Quando entramos vimos algumas barraquinhas de artesanato, de café e de comida (makkara). Depois fomos para margem do mar e ficamos esperando a fogueira ser acendida. Demorou muito! Enquanto nós esperávamos uma bandinha tocava ao fundo. Entre uma música e outra, o cantor com uma voz do tipo "tô de saco cheio!" falava alguma coisa em finlandês, eu não conseguia entender, pois ele falava muito rápido. Foi um porre! Não vamos voltar com certeza, foi bom para conhecer e nunca mais. No próximo ano a gente faz a nossa própria fogueira.


Senhora com roupa típica em Seurasaari


Artesanatos em Seurasaari


Muita gente em Seurasaari


Barco com os recém-casados que irão acender a fogueira


Fogueira, até que enfim!!!


Pôr do Sol em Seurasaari

No sábado saímos um pouco para caminhar, depois voltamos para casa e assistimos alguns filmes. Dois filmes marcaram nosso fim de semana um filme baiano "Ó pái ó" e "Children of men". O primeiro filme foi uma sugestão de Julyane, minha irmã e Liberato, o namorado dela. O filme é bem leve, às vezes, bem forte, mostra o lado não turítico do Pelourinho, a vida real por trás das fachadas coloridas das casas do Pelô. Demos muitas risadas com Lázaro Ramos e Wagner Moura. Relembramos as autênticas gírias baianas e rimos muito! O segundo filme é excelente, forte e comovente, traz uma visão bem caótica do futuro do mundo. Sucesso! Recomendamos os dois.
No domingo fomos para praia de Matinkylä e na volta passamos na quadra de tênis para jogar um pouquinho. Isso mesmo! Estamos jogando tênis! Eu nunca joguei tênis na minha vida e Lu jogou uma vez quando era criança, então dá pra imaginar como estão sendo as nossas partidas? Ele saca, eu olho, corro para pegar, mas rebato para o jogador da quadra do lado, quando não acontece isso, eu rebato o ar e me pergunto sem graça "onde está a bola?". Não aconteceu só comigo, Lu também furou muitas bolas e jogou muitas bolas para a rede. Algumas vezes acertávamos ou seja, muito raro, não passava de 3 rebatidas. A primeira vez que jogamos fiquei toda dolorida, na segunda vez (ontem), não senti tanta dor, o corpo está se acostumando a nossa nova vida de atleta (quem lê até acredita, hehehehe). Tivemos essa idéia depois que vimos 3 quadras públicas perto de casa, compramos 2 raquetes fulerinhas e 7 bolinhas de tênis. Agora estamos jogando, quer dizer, tentanto. Quando eu era criança lembro de ter visto raquete e bolinhas de tênis lá casa, agora eu sei, está no sangue! hehehehe...
Outra novidade na nossa casa é o violão. Semana passada, decidimos comprar um violão para Lu, ele está todo feliz. Vai poder tocar todas as músicas do Paroano, da Pretutu, do Djavan, da Vanessa da Mata e outras mais que der na telha. Quem sabe não role um luau em Matinkylä, hein?

sexta-feira, junho 15, 2007

XVII Helsinki Samba Carnaval

No sábado passado, dia 9 de Junho, fomos para o Carnaval de Helsinki. Antes de irmos, almoçamos um churrascão na casa de Patrícia e Cássio. Uma delícia, faz muito tempo que não comíamos churrasco. Teve farofa, que eu adoro, carne, tomate, cogumelos, linguiças, tudo no grill, maravilhoso!
Depois desse super-almoço, fomos para o carnaval. Pegamos nosso ônibus em direção à Helsinki. Quando chegamos em Helsinki, mais especificamente, no Kamppi, fomos procurar o painel que Johan, um amigo do trabalho de Lu, comentou. Calma, vou explicar que painel é esse. Nesse mesmo dia pela manhã, Johan mandou uma mensagem para o celular de Lu dizendo que tinha visto a gente em um painel perto do Kamppi. Na mesma hora, nos perguntamos: Como assim?! Onde? Por que? Ele nos passou o link do painel. Esse painel acessa fotos públicas do Flickr e vídeos públicos do Youtube de acordo com o tema escolhido, ou seja, faz uma busca por todo material, seja foto, seja vídeo, com a tag relacionada ao tema desejado. Esse painel parece com aquele painel do filme "Minority Report", onde Tom Cruise usa as mãos para passar, escolher, arrastar, aumentar e diminuir as fotos. Muito legal! Lu tirou uma foto desse painel para registrar que nós aparecemos lá. :)
Continuamos nossa caminhada até a praça do Senado. Antes de chegar na praça, vimos uma loja que vende sandálias havaianas. Nessa loja o preço de uma sandália simples, sem enfeite, toda de uma cor só (lisa), era 14,90€. Vi hoje no site do Banco do Brasil a cotação do euro para compra é de aproximadamente R$2,56. Então, fazendo as contas, uma havaina lisa custa R$38,14 aqui. Ainda bem que eu e Lu compramos as nossas sandálias no Brasil e só custaram R$9, cada uma. Ao mesmo tempo que eu acho caro, eu sinto muito orgulho de ver um produto brasileiro valorizado por aqui e poder dizer essa sandália vem do Brasil! Uhu!
Depois de tantas paradas, chegamos ao nosso destino. Lá encontramos mais amigos brasileiros e finlandeses. Como o sol estava forte, forte mesmo (acreditem!), preferimos ir para uma rua próxima da praça do Senado com sombra para poder ver o desfile mais confortavelmente. O dia estava muito agradável, fazia calor e não tinha muita gente, tal como no Vappu, mas estava cheio.


A nossa foto no painel (tem o nome de Lu embaixo)


Bandeira do Brasil estilizada, reparem que tem umas
havainas nas pontas do desenho



Brasileiros e finlandeses na escada da Catedral


Lu na praça do Senado


Esperando o desfile começar

Mais ou menos às 15h, o desfile começou. No total, vimos as 7 escolas de samba, sendo que 5 estavam na competição para o título de melhor escola, as escolas de samba "Samba Tropical" e "Maravilha do Samba" não competiram. Vimos também 2 escolas de capoeira, uma exibição de carros antigos e um grupo animado dos Hare krishna. Tem de tudo!
O rei e a rainha do carnaval abriram o desfile, não sei quem escolheu e nem quais foram os critérios, mas na minha opinião tinha outras finlandesas bem mais bonitas do que a rainha, mas enfim, estávamos lá para assistir e não questionar. Só mais um detalhe, o rei do carnaval finlandês é bem mais magrinho que o nosso Rei Momo. Acho até melhor, inspira mais saúde e com certeza ele deve aguentar bem mais o carnaval.
Depois veio a escola de samba de Estocolmo (Suécia), chamada Maravilha do Samba/Samba de Souza (fundada em 2004) (nesse link dá para ouvir o som da bateria deles), estava de vermelho e amarelo (eu desconfio que essas sejam as cores da escola, mas não tenho certeza). Essa escola foi menor que as outras, não tinha carro alegórico, baianas e nem comissão de frente, mas tinha bateria, passistas e porta-bandeira.


O rei e a rainha do carnaval


Porta-bandeira e passistas da escola de
samba "Maravilha do Samba"



Bateria da escola de samba "Maravilha do Samba"


Sanna, eu e Teea

Depois veio a escola de samba Samba Tropical (fundada em 2003) da cidade Seinäjoki com aproximadamente 42 integrantes. Essa escola tinha carro alegórico, baianas, passistas, porta-bandeira, mestre-sala e bateria. O que me chamou atenção nessa escola de samba, como eles não tinham cavaquinho, usaram a guitarra. Meio estranho... Mas no carnaval vale tudo!
Depois da "Samba Tropical", veio a escola de samba Império do Papagaio (fundada em 1989) de Helsinki com 267 membros, suas cores são vermelho, amarelo e verde. Nesse ano escolheu o tema "Canção para Europa". Esse tema fez menção ao Eurovision. Lembrei agora que esqueci de falar sobre o que é o Eurovision. Vou tentar resumir: Eurovision é uma competição de cantores/bandas da Europa, cada cantor(a)/banda representa o seu respectivo país. Todo mundo pode votar em qualquer cantor(a) ou banda que gostou, mas não pode votar na banda ou cantor(a) do seu país. No ano passado, a banda finlandesa Lordi ganhou, nesse ano foi uma cantora da Sérvia.
Vamos voltar ao carnaval. A comissão de frente dessa escola, para mim, foi a mais bonita, a fantasia, a maquiagem e a coreografia estavam bem produzidas. Essa escola também tinha mais alas, teve até a ala da velha guarda.
Logo em seguida, desfilou a escola de samba Maracanã (fundada em 1981, a mais antiga) da cidade Lahti com aproximadamente 41 membros, suas cores são preto, amarelo e prata. O tema do desfile foi "Idade Média na Finlândia". Essa escola tinha carro alegórico, passistas, porta-bandeira, mestre-sala, bateria e baianas.
Depois que a Maracanã desfilou, vieram alguns carros antigos. :/


Carro alegórico da escola de samba "Samba Tropical"


Mestre-sala e porta-bandeira da escola de
samba "Samba Tropical"



Baianas da escola de samba "Samba Tropical"


Guitarra no carnaval


Comissão de frente da escola de samba "Império do Papagaio"


Bateria da escola de samba "Império do Papagaio"


Velha guarda da escola de samba "Império do Papagaio"


Carro alegórico da escola de samba "Maracanã"


Carros antigos


Eu, Patrícia e Priscila

A escola de samba Samba el Gambo desfilou depois dos carros antigos. Essa escola vem da cidade Kokkola, foi fundada em 1998 e tem aproximadamente 101 integrantes. O tema do desfile foi "Samba dá asas". Essa escola também estava bem produzida, as fantasias estavam bem bonitas. Tinha carros alegóricos, baianas, bateria, puxador de samba (com cara de pagodeiro), passistas, mestre-sala, porta-bandeira e ala das crianças.
Entre essa escola e a próxima vimos uma apresentação de capoeira. Bem legal!
Logo em seguida, a escola de samba Samba Carioca desfilou com o tema "Vinho - a bebida divina". Essa escola é de Turku, foi fundada em 1986, tem aproximadamente 163 membros, suas cores são azul e branco. As passistas dessa escola, na minha opinião, eram as mais bonitas. Em outras escolas, tinha mulher de tudo quanto é corpo e idade. Ás vezes, eu sentia vergonha das pelancas e gordurinhas de algumas mulheres. Como já disse: vale tudo!
Outro detalhe que eu observei foi que a maioria das escolas de samba é a mulher que puxa/canta o samba. Isso mostra a força e a coragem das mulheres finlandesas, só elas para se aventurarem em um ritmo tão diferente. Mais um detalhe: todas as músicas são cantadas em finlandês, todinhas!


Comissão de frente da escola de samba "Samba el Gambo"


Mestre-sala e porta-bandeira da escola de
samba "Samba el Gambo"



Ala das crianças da escola de samba "Samba el Gambo"


Puxador com cara de pagodeiro


Capoeira


Comissão de frente da escola de samba "Samba Carioca"


Madrinha da bateria da escola de samba "Samba Carioca"


Puxadoras de samba e atrás delas um cara com
uma camisa que tinha a frase: "Swinga minha bateira"


Depois da escola "Samba Carioca", veio um grupo de Hare Krishna muito animado dançando, cantando "Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare, Hare...", essa letra eu já conhecia, foi mais fácil de cantar e a dança é bem fácil também, basta pular de braços abertos. Adorei!
Depois dos Hare Krishna, desfilou a escola de samba União da Roseira (fundada em 1987) da cidade de Tampere, com aproximadamente 157 componentes, as cores são prata, rosa e branco. O tema do desfile foi "Roseira ruusunen" (não sei como traduzir isso). Essa também estava bem bonita, toda de "rosa bem pink"!
Quando essa escola terminou de desfilar, vimos no começo da rua um mini-trio-elétrico. Acho que tinha 4 dançarinos em cima e um monte de gente embaixo seguindo os passos da coreografia. Quando o mini-trio-elétrico foi se aproximando, eu pude ouvir a música que eles colocaram para dançar. Era a música "Cachaça" da Timbalada. Fiquei muito emocionada, não conseguia desgrudar os olhos desse bloco, é claro que dancei também a coreografia junto com as finlandesas! :)
Esse bloco teve o maior número de dançarinas, na verdade, é um bloco formado pelos alunos que fazem a aula "Sambic", esse nome está escrito do lado do trio-elétrico. A minha academia tem essa aula toda sexta-feira, acho que vou lá algum dia.
Depois do "Sambic", veio a escola de capoeira Força Natural, com aproximadamente 41 integrantes, suas cores são verde e branco. Essa foi outra escola que mais gostei. Depois de um monte de roupas coloridas, as roupas brancas dessa escola me conquistaram. Quando as meninas dançaram ao som das músicas de capoeira com as suas roupas brancas, os movimentos eram tão simples e tão bonitos.


Hare Krishna


Comissão de frente da escola de samba "União da Roseira"


Madrinha da bateria da escola de
samba "União da Roseira"



Mini-trio-elétrico


Galera dançando ao som da Timbalada


Escola de Capoeira "Força Natural"

Depois dessa maratona de carnaval, voltamos para casa de carona no carro de Priscila e Jarmo, com Cássio e Patrícia. Fomos para casa de Cássio e Patrícia conversamos um pouco, vimos as fotos e depois voltamos para casa. Estávamos mortos de cansado. Foi um dia diferente, interessante e animado, gostei muito. No próximo ano iremos de novo com certeza!
Ontem, dia 14 de Junho, saiu o resultado do XVII Helsinki Samba Carnaval. A escola de samba União da Roseira ganhou. Durante a apuração dos votos, o primeiro lugar estava muito concorrido entre essa escola e a Império do Papagaio. No final da apuração, a União da Roseira e a Império do Papagaio receberam a mesma pontuação 99,5. Para desempatar, eles fizeram outra votação na qual a União da Roseira ganhou (não tenho certeza se foi outra votação ou outro critério de desempate). As outras escolas que estavam na competição tiveram as seguintes pontuações: Samba Carioca (93), Samba el Gambo (83) e Samba Maracanã (76,5).

Para quem quiser ver mais fotos do carnaval, veja no Flickr.

quarta-feira, junho 13, 2007

Excursão para Turku

Na semana passada, no dia 8 de Junho, eu e minha turma do curso de finlandês fomos para outra excursão. Fomos conhecer Turku, uma cidade do séc. XIII. É a cidade mais antiga da Finlândia e já foi a capital do país. Em 1640, a primeira universidade da Finlândia foi construída em Turku, mas quando Turku foi incendiada, a universidade foi queimada também. Hoje a universidade mais antiga da Finlândia é a de Helsinki (1820).
A viagem começou às 8h30, a duração foi de mais ou menos 2 horas (saindo de Espoo). Antes de chegarmos em Turku paramos em um lugar para comer alguma coisa. Foi uma viagem bem tranquila.


Lakshmi no ônibus indo para Turku


Durga


Huyen e Hong


Minha professora (à esquerda), Riikka, e a professora da outra turma


Gadzhi e Dmitry


Mai e Ezster


Dmitry e Lionel


Parada para o lanche

Quando chegamos em Turku, o clima estava maravilhoso, fazia sol e calor. Fomos direto para a Catedral de Turku (Turun tuomiokirkko, séc. XIV) e logo em seguida, conhecemos o nosso guia. Ele é de Turku, é uma pessoa muito simpática e foi muito paciente com a gente, explicava tudo bem devagar e assim, foi possível entender muita coisa.
Essa Catedral é Luterana mas já foi católica. Como a religião luterana não acredita em santos, a Catedral ainda tem os lugares onde os santos católicos ficavam que hoje são só buracos vazios. Essa Catedral foi incendiada umas 20 vezes (não tenho certeza, mas sei que foram muitas) e Turku, 10 vezes (essa quantidade eu tenho mais certeza, pois a minha professora disse em sala de aula). A Catedral é bem alta (a torre tem 100 metros de altura em relação a superfície do mar) e é muito espaçosa (100 metros até o altar). Nem sempre foi assim, antes dos incêndios ela era menor do que é hoje.
Dentro da Catedral tem um órgão bem grande. Ele tem 8000 tubos e o maior tubo tem 8 metros de altura. Logo na entrada da Catedral tem uma "bacia" feita de gesso com água benta, onde as crianças são batizadas (não lembro o nome dessa bacia, hihihihi). O guia disse que eles colocavam essa bacia na entrada pois não queriam que crianças entrassem na Igreja sem antes serem batizadas. Acreditavam que as crianças quando nasciam não tinham Deus e muito menos religião e por isso, não eram dignas de entrar nesse lugar sagrado. O mais interessante foi que ele disse que antigamente as meninas eram batizadas com água fria e os meninos com água quente, já que eram mais especiais. Que absurdo! Ainda bem que hoje tudo está mudado, todo mundo é batizado em água fria, pena que não escolheram manter a tradição da água quente.
Dentro da Catedral, do lado direito e esquerdo, tem alguns monumentos em homenagem a pessoas que fizeram alguma coisa boa ou importante para a cidade ou para a Catedral.


Frente da Catedral


Dentro da Catedral


Órgão gigante


Um dos monumentos em homenagem a alguém
que não me lembro agora



Altar

Depois da Catedral, fomos para o museu ao ar livre o qual tem 200 anos. Nesse museu tem algumas casinhas de artesãos, são bem parecidas com as casinhas que vi em Seurasaari. Quando Turku incendiou, esse foi o único lugar que não pegou fogo e até hoje eles conseguiram manter com bastante cuidado. O guia disse que esse lugar não incendiou porque é o lugar mais alto da cidade. Antes de chegarmos no museu, eu vi pela janela do ônibus a ladeira para o museu, posso garantir que não chega nem perto da nossa ladeira do Acupe. Mas tenho certeza, que Brotas e Federação sobreviveriam muito bem a qualquer incêndio ou desastre ecológico.
Esses incêndios constantes em Turku tinham três motivos: as casas e quase todos os móveis eram de madeira, eles usavam lareira para se aquecerem do frio e as casas eram construídas muito próximas umas das outras. Às vezes, uma faísca saía da lareira e queimava a casa inteira e assim todas as casas ao redor queimavam também.
Tinha uma coisa nessas casinhas, tanto em Seurasaari quanto nesse museu em Turku, que me deixava intrigada, por que as portas e as camas eram tão pequenas? Antes que vocês tirem alguma conclusão louca, já vou logo avisando, eles não eram anões, não. Por coincidência, o guia explicou. Eles construíam casas com portas pequenas e poucas janelas para manter a casa mais quente, pois se tivessem uma porta grande e muitas janelas, o calor sairia, viria o frio de doer os ossos e o custo para manter a casa aquecida, seria muito alto. E sobre as camas pequenas, o guia explicou que eles preferiam dormir sentados, porque eles acreditavam que se eles dormissem deitados, o sangue poderia ir para a cabeça, no dia seguinte eles acordariam com uma forte enxaqueca e em seguida, morreriam. Que loucura! Fico imaginando quando a primeira pessoa resolveu dormir deitada e sobreviveu a essa tarefa difícil, deve ter saído até no jornal.
Depois saímos do museu e fomos passear de balsa. Ficamos em cima da balsa no máximo 10 minutos, ela leva o povo de um lado para o outro do rio e já tem 100 anos, ainda bem que não afundou. :)


Casinhas do museu


Dentro de uma casinha


Eu na frente de uma casinha


Dmitry e Hong.
Nessa foto dá para ter uma idéia do tamanho da porta.
Hong é pequena, não conta, mas Dmitry é um pouco maior que eu,
para ficar do lado da porta ele teve que abaixar um pouco.



Moça vestida a caráter


Balsa

Logo em seguida, fomos para o Castelo de Turku (séc. XIII). Nesse Castelo moraram muitas pessoas: primeiro, o rei da Suécia, depois em 1556, o duque Juhana e depois em 1600, o governador geral Pietari Brahen. As paredes do Castelo tem 5 metros de espessura. O guia contou que quando os inimigos vieram, eles não conseguiram entrar no Castelo, tiveram que esperar 9 meses e nesses 9 meses, o Castelo mudou de dono 9 vezes. Não sei como eles entraram e nem quando aconteceu isso, eu só ouvi o guia falar.
Em 1941, o Castelo foi bombardeado, depois restauraram-no e ficou pronto em 1961. Os quartos, que são muitos, mostram como eram quartos antigamente. Desde 1881 que o Castelo funciona como o museu histórico da cidade de Turku.
O guia comentou também que os soldados bebiam 7 litros de cerveja por dia e como o rei não tinha como manter esse custo, eles fizeram greve e o rei teve que fazer um acordo com os soldados. O rei disse que poderia bancar 5 litros de cerveja para cada soldado durante 5 dias, um dia da semana, ele poderia dar 6 litros e outro dia da semana, dava 7 litros. Assim, todo dia da semana eles ganhavam cerveja e bebiam, bebiam e bebiam. Fico pensando como deve ter sido em período de guerra, será se esses soldados deram conta?
O guia explicou também porque os homens tem a mania de dizer com o sorriso no rosto: "Damas primeiro!". Ele disse que antigamente, as mulheres não eram tão importantes, então sempre que eles precisavam entrar em algum lugar diferente, no qual eles não sabiam se tinham inimigos, eles diziam "Damas primeiro!". Caso tivesse algum inimigo do outro lado da porta, matava primeiro a "dama" (coitada) e dava tempo para o homem "gentil" se preparar e matar o inimigo. Gente boa!


Primeira entrada do Castelo


Segunda entrada do Castelo


Dentro do Castelo (depois disso não pude mais tirar foto,
mas fica aí o gostinho de conhecer)


Depois do Castelo, fomos para o centro de Turku almoçar. Eu já estava azul de fome. Eu, Hong e Huyen "almoçamos" no Hesburger, uma lanchonete que surgiu em Turku. Depois de almoçar, andamos um pouco na praça, Hong e Huyen compraram algumas frutas e voltamos para o ônibus.


Feira na praça


Huyen e Hong tirando uma soneca dentro do ônibus voltando para Espoo

Chegamos em Espoo às 18h, eu estava muito cansada. Cheguei em casa e capotei.
Foi um delicioso passeio, aprendi muito e foi bem divertido! Prometo que no próximo post comento como foi o Carnaval de Helsinki.