terça-feira, dezembro 02, 2008

Do finlandês para o inglês

Desde o dia 11 de Novembro, estou no curso de inglês, comecei no nível intermediário, graças aqueles ao colégio que fiz em Salvador aprendendo a mesma coisa todo o ano, o que é o verbo "to be" e como conjugá-lo no presente e no passado, graças também ao vestibular e aos anos na faculdade de computação que me obrigou a ler em inglês e por isso meu vocabulário aumentou um pouco mais, e claro ao período que moramos na Finlândia, ouvindo inglês na TV e nos filmes ou quando encontrávamos para nossa sorte e salvação algum finlandês que falava inglês, o inglês soava como algo divino.
O curso que estou fazendo usa um método chamado Callan. Eles dizem que aprendemos inglês 4 vezes mais rápido do que nos cursos das outras escolas. Eu acho que para quem não fala nadinha, realmente eu concordo, deve aprender mais rápido mesmo, mas para quem já fala alguma coisa, é um curso bom para acostumar o ouvido com inglês britânico, escrever e falar razoavelmente. Nesse caso, não faz muito sentido dizer que aprendemos 4 vezes mais rápido. Sei lá. Não entendo de onde eles tiraram esse número, de qualquer jeito, isso não importa, o que importa é se o curso acrescenta alguma coisa ou não acrescenta nada para o aluno. Só fazendo para saber.
A principal característica desse método é a repetição. Todo dia vou para o curso e fico lá durante 3 horas. Nessas 3 horas, temos 3 aulas cada aula com um(a) professor(a) diferente, cada professor tem 50 min (10 min de ditado + 10 min de leitura + 30 min de perguntas e respostas, a duração dessas atividades é aproximada, depende de cada professor), entre duas primeiras aulas e as duas últimas temos 10 min de intervalo. As perguntas, a leitura e o ditado ficam indo e voltando, em um dia ouvimos perguntas, respondemos e escrevemos sobre diferentes partes/temas do livro. Além disso, em cada aula aprendemos algumas palavras novas. Os professores são britânicos e explicam as novas palavras em inglês. Toda aula eu aprendo alguma coisa nova, presto atenção também na gramática e como as frases estão estruturadas.
Todo dia saio do curso caminhando com uma amiga do curso, Estela, ela é espanhola e percebo que às vezes uso algumas frases do curso como base para as nossas conversas. Por isso, acho que o curso está me ajudando bastante.
Nesse curso a gente sempre fala, sempre temos a vez para responder as perguntas. As aulas ficam mais legais quando o professor sai um pouco do livro, conversa com a gente e deixa a gente usar as nossas próprias respostas.
O livro que usamos é antigo foi publicado em 1960 e como existem muitas escolas usando esse método durante muito tempo, eles dizem que fica difícil atualizar todos os livros com suas respectivas traduções e enviar depois para todas as escolas. Não acho que isso é um motivo, mas não quero discutir isso, deixa para lá, eles sabem o que fazem. Por isso, às vezes, a gente se depara com assuntos sobre guerra, batalhas, navios, soldados e outros assuntos bem ultrapassados. A última pergunta esquisita que ouvi na sala foi "Which do you think it's worse to lose, a leg or an arm?", que pergunta, né? Quando vou falar sobre isso com alguém? Que assunto mais mórbido! No entanto, por mais absurda que seja, nós temos que responder e a resposta para essa pergunta é "I think it's worse to lose a leg, because we can do most things with only one arm, but we can't walk very well with only one leg". Se você achar que o melhor é não perder nem um nem outro, para alguns professores você não poderá responder isso, pois tem professores que seguem o livro a risca, então para essa pergunta você só pode responder que o pior é perder uma perna, se você responder outra coisa, o professor diz enfaticamente "a leg is worse". Ainda bem que temos outros professores que não são tão rigorosos e até tiram sarro dessas perguntas malucas. :-)
O engraçado desse método é que às vezes quando não sabemos o que a pergunta significa, consequentemente, não sabemos se é para concordar ou discordar ou completar a resposta com algo mais, então, às vezes, o aluno da vez diz "no...??" e o professor fala "yes..." ou deixa passar e lá no meio da frase o aluno descobre que era para ser "yes", e na maioria das vezes, o aluno dá um sorrizinho e repete a frase toda de novo só que agora afirmando. Outra coisa engraçada é quando não sabemos o que estamos dizendo, não temos a mínima noção qual é o significado de uma palavra ou como se escrever, nenhuma referência e temos que falar mesmo sem saber. Vem aquele som que não sabemos o que é, nem como escreve e nem como se fala, a boca fica meio mole, tentando acompanhar a forma como a boca do professor mexe. É muito engraçado, sai cada coisa, me sinto uma criança aprendendo a falar. hehehe...
Me divirto também com o ditado, principalmente, a primeira vez que fiz o ditado foi muito engraçado. Para cada frase o professor fala 2 ou 3 vezes, já tinha escrito 3 frases tranquilamente quando veio esta frase: "Where inside a building and came here because outside", entenderam alguma coisa? Nem eu. Eu ouvi isso, quando comecei a escrever pensei (achando que estava abafando) "começou com 'where' deve ser uma pergunta", só que depois não apareceu nenhum verbo, pensei já dando risada comigo mesma "escutei errado, agora vou até o fim e depois vejo o que eu errei", aí escrevi essa frase completamente sem sentido. A frase correta era: We're inside a building and can hear the cars outside (tudo isso com um forte sotaque britânico). Muito louco, né? O que me tranquiliza é que só errei uma frase inteira assim no meu primeiro ditado, então está tudo bem. :-)
Enfim, o curso está sendo bem legal. Tenho conversado bastante nos intervalos das aulas e com isso, estou conseguindo soltar mais o inglês. Estou mais confiante para fazer algumas coisas sozinha, consigo perguntar coisas básicas, na medida do possível, estou me virando bem. Talvez mais para frente, se eu achar necessário, procure outro curso que tenha mais teoria do que esse. Por enquanto vou ficando nesse curso e estudando gramática nos livros.
Voltando a Finlândia, também tenho que agradecer muito ao tempo que fiquei estudando finlandês e tentando me comunicar. Hoje por causa do finlandês sei como devo estudar um idioma completamente novo, não me atrapalho quando uso pronome possessivo ou adjetivo, sei que sempre vem na frente, e muitas outras coisas que nem sei de fato, mas que fizeram meu cérebro trabalhar muito para aprender a pensar usando todas aquelas declinações. However, I am so happy because I am studying and speaking a language easier than finnish. Ebaaa! (finlandeses, perdoem minha sinceridade) :-)
Já escrevi demais, até o próximo post!
Maybe I'll write my next post in english, hã? Até parece... hehehehehe...

terça-feira, novembro 11, 2008

Agora em Londres

Chegamos em Londres!!!


Nossa mudança

No final dessa semana vai fazer 1 mês que estamos em Londres. Nossa viagem foi bem tranquila. Mariana, uma amiga de Salvador, foi no aeroporto receber a gente (Mariana é uma pessoa alto-astral, foi muito bom encontrar com ela, nos fez muito bem, fez uma grande diferença) e depois fomos para nosso apartamento de metrô. Quando chegamos em casa, uma pessoa da relocação estava esperando a gente para entregar o apartamento e algumas comidinhas que eles compraram pra gente. Nossas caixas que tínhamos mandado uma semana antes já tinham chegado e estavam do lado da nossa porta. Impressionante! Alguns dias depois chegaram as outras caixas restantes. Tinham dito pra gente que ia demorar 10 dias para chegar em Londres, foi uma boa surpresa. Começamos com o pé direito!
Nesse primeiros dias, Londres me lembrou muito o Brasil com todas aquelas burocracias. Digo isso porque para conseguir ter acesso a internet em casa, a gente precisava ter primeiro uma conta no banco e uma linha de telefone. A conta do banco demorou mais ou menos uma semana e meia, incluindo os dias que ficamos reunindo todos os documentos necessários para abrir a conta, mais uma semana para o telefone e enfim, na última sexta-feira a nossa conta de internet foi ativada. O lado positivo disso tudo foi que tivemos sorte e tudo correu dentro (ou até mais rápido) dos prazos que estávamos esperando.
Quando estávamos sem internet, me virava com os cybercafés e com a biblioteca do nosso bairro. Era tão desconfortável sair de casa, ir para lá, ficar no máximo 2 horas (até a biblioteca fechar) e voltar pra casa. Esses dias de abstinência de internet, me mostraram como é difícil ficar sem internet em casa. Por exemplo, para ver o horário do metrô/ônibus, como chegar em algum lugar, recarregar o celular, recarregar o cartão do metrô, procurar se tem aquela loja de eletrodomésticos perto de nossa casa, procurar emprego/voluntariado e outras coisas, ficava tão difícil fazer tudo isso em somente 2 horas de internet. Todo dia eu ficava meia hora lendo e respondendo emails, o resto do tempo (1h30) procurava por trabalhos voluntários e, quando achava, tinha que preencher formulários e mais formulários, lá iam minhas 2 horinhas.
De qualquer jeito, valeu a experiência, espero que nunca mais precise passar por isso. :-)
Nesse quase um mês de Londres, posso me arriscar a dizer que morar aqui está sendo muito legal. Falar inglês, conseguir ler a maior parte dos anúncios nas ruas, das notícias dos jornais, dos rótulos das comidas, das sinopses atrás dos DVD, entender o que é dito na TV, tudo isso é, realmente, maravilhoso!
As pessoas por aqui me pareceram alegres e mais falantes, nas ruas é muito comum ouvir idiomas completamente diferentes. Aqui você só fica em casa se quiser, tem muitas coisas para fazer e ver nos museus, mercados e bairros. Vou fazer um resumão do que já fizemos por aqui. No primeiro fim de semana fomos ver o Palácio de Buckingham, o Big Ben e passamos rapidamente pela Oxford Street. No segundo fim de semana fomos ao Tate Modern (museu de arte moderna, um detalhe: estava me preparando para abrir a sombrinha para sair do Tate, quando vi FHC, tomei o maior susto e falei sem respirar "Lu, Itamar Franco ali, olha!", Lu olhou e disse "Que Itamar Franco nada, é o FHC", que vergonha... tomara que ele não tenha ouvido...eu sempre confundo os dois, deve ser por causa do topete, hehehe... :-) ) e no terceiro fomos ao Museu Natural, ao show de Muntu Valdo, Danilo Perez e Richard Bona. Fizemos um almoço aqui em casa e convidamos Mariana e Julia. Conhecemos Mariana em Salvador, ela é amiga de Lia, outra grande amiga soteropolitana. Julia é prima de Mariana de Portugal. O nosso almoço foi muito bom, fiz aquela torta de espinafre de sempre, para não correr o risco de fazer algo bizarro. Ficou uma delícia! Depois vimos o filme "The Hapenning", não gostei, pois tinha muita gente morrendo de diferentes formas, um horror! Voltando ao almoço, foi massa recebê-las aqui, elas são pessoas muito legais, com certeza teremos outros encontros!
No último fim de semana fomos ao show de jazz do Bosco D'Oliveira (de graça) e ao mercado aberto na Portobello Road. Deu para perceber que é difícil ficar em casa e ainda temos muitos outros lugares para ir. Ebaa! :-)


Eu ao lado do ônibus e da cabine britânica (foto clássica)


Lu e o Big Ben (foto clássica)


No Tate Modern

O clima por aqui está bem frio, para piorar Londres é um lugar muito úmido e venta demais, então dá para imaginar o frio que fica. Já tirei do armário os nossos casacos de inverno. De vez em quando temos dias com sol, mas a maioria dos dias o céu fica coberto de nuvens, mas não chove muito, fica caindo aquela chuvinha fraquinha que você não sabe se abre o guarda-chuva ou se aguenta mais um pouquinho porque já está perto de casa. Nessa de aguentar mais um pouquinho, eu e Lu ficamos doentes, Lu já está melhor, eu ainda estou me recuperando, mas já estou me sentindo bem.


Dia de sol no outono londrino

Lu está muito bem no trabalho, todo dia enfrenta 50 minutos de metro para chegar no trabalho, mas está adorando ir para o escritório encontrar com os colegas de trabalho. Eu estou no curso de conversação em inglês. Nos primeiros dias estava procurando por trabalhos voluntários, mas depois de conversar com Mariana e muito com Lu, decidi procurar por emprego em escritório e ver no que dá, quem sabe alguém se interessa e me contrata?
Tenho muitas coisas para contar daqui de Londres, mas vou contando aos pouquinhos quando eu tiver tempo durante o dia. Até o próximo post!

Obs: Tem mais fotos lá no Flickr de Lu.

domingo, outubro 26, 2008

Mudança para Londres

É isso mesmo, no final dessa semana nos mudaremos para Londres! Êêêêêêêê! Encontramos um apartamento para morar em Londres e já estamos com as passagens compradas.
Ainda não estou acreditando, acho que só vai cair a ficha mesmo quando chegarmos em Londres com nossas malas. Não vou mentir, que depois de ver as malas prontas já estou começando a ficar ansiosa com o nosso futuro em Londres.

Enquanto a viagem não chega, na próxima semana iremos visitar alguns amigos, arrumar as nossas malas, mandar as nossas caixas para Londres pelo correio e resolver algumas pendências, vai ser uma semana bastante cheia.

As despedidas começaram ontem. Encontramos com alguns amigos e amigas em um restaurante em Helsinki (abaixo coloquei algumas fotos). O almoço foi muito bom, foi legal reencontrar todos e um pouco triste despedir deles também. Valeu a todos que foram! À noite eu e Lu fomos a um show de forró com Sanna. Engraçado que quando chegamos aqui na Finlândia, Sanna também nos levou para o show dessa mesma banda de forró e agora que estamos nos mudando, tivemos a oportunidade de ver a mesma banda com Sanna novamente.
Falando em Sanna... ela foi uma das pessoas que iremos sentir muita falta, foi uma grande amiga mesmo, daquelas para todos os momentos, sensível, risonha, compreensível, metade finlandesa metade baiana... vou parar por aqui senão irei encharcar o computador de tanto chorar...
Sanna, vamos sentir muita saudade de você!


Eu


Lu


Eu e Sanna


Patrícia e Gustavo


Letícia


Rodrigo


Karla


Lu e Rodrigo


Jane


Rosinha

Da Finlândia vou levar comigo muitas lembranças: as amizades que fizemos aqui; a primeira vez que vi a neve; a escuridão do inverno; os pães feitos com cardemuma (as pullas); os morangos doces e vermelhos; a bebedeira dos finlandeses, principalmente, nas noites de sexta-feira e sábado; a fissura dos finlandeses pela sauna; o frio de -20 graus de doer o rosto e as orelhas; as comidas sem sal e saudáveis; o sistema de transporte organizado e eficiente; a segurança nas ruas em qualquer horário; o "kerrosateria" que eu pedia no Hesburger; as festas de carnaval nas ruas de Helsinki; a honestidade, tranquilidade e confiança finlandesa; o Vappu; o verão finlandês; as ilhas; os lagos e praias com terra e pedrinhas; o desfile do Papai Noel na Aleksanterinkatu; o gosto horrível, na minha opinião, do mämmi e do salmiakki; e muitas outras coisas que agora eu não lembro mas, querendo ou não, levarei para o resto da minha vida.

O mais legal de tudo isso é que nesses dois anos de Finlândia conhecemos muitas pessoas, com algumas pessoas fizemos festas, passeios, almoços, jantares, cafés, lanches e piqueniques e a partir desses encontros os laços de amizade foram se reforçando, compartilhamos nossas experiências de vida, nossos erros e acertos, e vejo que o resultado disso é que levo um pouquinho de cada um deles e deixo um pouquinho de mim também.

Que venha Londres!

quinta-feira, setembro 25, 2008

Mais animada

Depois de quase 5 meses de espera, fomos pegar o nosso visto no consulado do Reino Unido em Helsinki na quarta-feira passada. Estamos tão contentes!
Para mim, a espera foi muito difícil, pois não podia me comprometer com nada já que o visto poderia sair em qualquer momento. Pra Lu foi muito difícil engolir a enrolação do advogado, a péssima comunicação à distância, os dias angustiantes e noites sem dormir, mas por incrível que pareça ele ainda conseguia produzir muito no trabalho. Impressionte! Tenho que agradecer muito pelo apoio, paciência e carinho das nossas famílias, de nossos grandes amigos e, principalmente, de Lu, que esteve sempre do meu lado aturando as minhas variações repentinas de humor. Haja paciência. :-)
Agora estou voltando aos poucos a pensar no que eu quero fazer daqui pra frente em Londres, curso de inglês, trabalho e estudo. É tão bom voltar a pensar nessas coisas, me sinto muito mais animada.
Lu está super feliz também, não vê a hora de voltar a trabalhar em um escritório de verdade com colegas de verdade, "de carne e osso". :-)
A mudança vai demorar só mais um pouquinho pra acontecer de fato, mas agora sabemos que em breve até teremos uma data certa. Uau! Que avanço né?!
Lu fará uma viagem de trabalho em breve de mais ou menos 10 dias e quando ele voltar, pegamos nossas roupinhas e nossos trequinhos e nos mandamos. Claro que marcaremos alguma coisa para nos despedir de todo mundo daqui.
Ai...ai...não vejo a hora de mudar. :-P

Ninguém merece isso

Não sou de comentar esses tipos de coisa aqui no meu blog, mas estou tão indignada que não resisti.
Na última terça-feira um cara de 22 anos entrou em uma escola profissionalizante do interior da Finlândia, matou 10 pessoas e depois se matou. É triste ouvir isso aqui na Finlândia sabendo que a maioria dos finlandeses são simpáticos, calmos, honestos, calados, tem uma qualidade de vida maravilhosa, todos tem acesso a mesma educação escolar e acesso a um bom atendimento médico. Fica a pergunta de que vale isso tudo se a saúde mental das pessoas não está sendo levada à sério e o "não me incomode e eu não te incomodo" é tão comum por aqui. Já é a segunda vez aqui na Finlândia que uma pessoa entra em uma escola, atira em outras pessoas e depois se mata. Por que isso está acontecendo? Será porque eles tem "tudo" na mão? Será porque é fácil para eles conseguirem um bom emprego e ter uma vida tranquila? Pode ter uma parcela disso, pode ser uma doença de um povo rico, mas o que mais me chama atenção é que nas duas vezes eles deixaram na internet materiais que expressavam o ódio que eles sentiam em relação as pessoas ao redor deles. Eu vejo como um "por favor, me ajude" e ninguém levou à sério ou simplesmente o encaminhou para um psiquiatra ou avisou/conversou com a família.
No Brasil eu diria que é bem provável que ele tivesse uma família desestruturada ou uma infância complicada, mas e aqui? Será que vale o mesmo? Não saberemos, mas a atitude da família de não se meter na vida dos filhos pode (ou não) ter suas consequências. Vejo os finlandeses sozinhos cada um com seus conflitos. É comum ver nas ruas de Helsinki pré-adolescentes fumando e bebendo. Quando passo na estação de trem em Helsinki para ir pra casa, principalmente nos fim de semana à noite, vejo adolescentes sentados no chão conversando, fazendo nada, às vezes só calados olhando o movimento da estação. Fica a pergunta: onde está os pais dessas crianças (pra mim são crianças ainda)? Será que eles não tem outro lugar melhor para ficar e conversar?
A falta do que fazer em um país tão distante e isolado pode ter sido um motivo para esses dois meninos cometerem essas atrocidades? Será que isso é agravado no interior? Nunca morei no interior da Finlândia pra saber mas pode ter contribuído para o isolamento desses meninos que viram a internet como uma forma de dizer para o mundo "por favor, me ajude".
Claro que temos que levar em conta o fato que é fácil comprar arma aqui na Finlândia. Acho que isso se deve à cultura de caça reforçada de gerações em gerações finlandesas mas mesmo assim acho que a compra de armas tem que ser mais dificultada.
A Finlândia é um país pequeno, tem recursos e políticos honestos para fazer e acredito que os resultados de possíveis projetos e soluções implantadas agora serão sentidas pela sociedade em pouco tempo. Tomara que eles achem um caminho melhor para seguir e evitar que esse tipo de coisa não se repita, pois ninguém merece sofrer.

Artigo em inglês sobre esse caso no Helsingin Sanomat.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Nosso visto e viagem para Bélgica

Na primeira semana de agosto, depois de passar por um estresse tamanho, resolvemos viajar para algum lugar. Sem pensar muito, compramos as passagens mais baratas no momento e assim, fomos à Bélgica.
Antes de contar como foi a viagem, vou contar como chegamos nesse "estresse" que me refiro.
Tudo começou quando o advogado contratado pela empresa que Lu trabalha disse que o nosso visto HSMP tinha sido aprovado, não lembro exatamente quando isso aconteceu, acho que foi, mais ou menos, 3 semanas antes de viajarmos. Ficamos radiantes, o visto finalmente tinha sido aprovado e já estava a caminho de Boston (foi pra lá porque o endereço que está no processo é o endereço do escritório do advogado que fica em Boston).
Na segunda semana, Lu perguntou ao advogado se ele tinha notícia da carta, ele respondeu que iria verificar o que tinha acontecido e propôs começar um novo processo de visto, chamado Tier 1. Esse visto Tier 1 entrou em vigor no final de Junho, substituindo o HSMP, é um visto mais descentralizado, os processos são avaliados nos consulados de cada país, por exemplo, se a gente tentar esse visto, nosso processo será avaliado aqui na Finlândia. Ele disse que o Tier 1 poderia sair mais rápido que o HSMP. Achamos essa proposta um tanto esquisita, como o processo todo do Tier 1 poderia ser mais rápido que o correio? Nesse momento optamos por esperar a carta de aprovação do HSMP.
Depois de 3 semanas sem notícias da carta, começamos a ficar preocupados, pois junto com a carta estavam todos os documentos originais que tínhamos enviado para Londres. É para preocupar mesmo, pois quem é brasileiro ou já morou no Brasil sabe como é complicado tirar segunda cópia dos documentos no Brasil, né? Três palavras resume o que eu quero dizer: burocracia, demora e grana. Para entender melhor o que estava acontecendo, Lu resolveu ligar para o Home Office (a secretaria de imigração britânica). Eles disseram que o nosso visto não tinha sido aprovado. Tomamos o maior susto e ficamos com muita raiva de tudo isso. Lu mandou um email para o chefe dele explicando o que tinha acontecido, eles marcaram um telefonema com o advogado para saber o que estava acontecendo de fato. O advogado não sabia explicar e disse que iria entrar em contato com o Home Office. Acho que agora dá para entender porque resolvemos viajar.
Viajamos no dia 2 de agosto e voltamos no dia 5, Lu pediu 2 dias de férias e o chefe dele na mesma hora liberou. Mesmo com esse estresse, conseguimos curtir a viagem, andamos muito por lá, visitamos cidades lindas, a viagem ótima e nos fez muito bem. Ficamos hospedados em Bruxelas, passamos o primeiro dia em Bruges (fica a uma hora de trem de Bruxelas, eu recomendo, é uma cidade linda, cheia de canais, é conhecida como a "Veneza do Norte", lá tem mais coisas para ver/fazer do que na capital Bruxelas), no segundo dia, fomos para Bruges e Damme (uma cidadezinha perto de Bruges) e no terceiro dia, ficamos em Bruxelas.
Lu comeu os mexilhões com batata frita, uma combinação um pouco estranha, né? É o que tinha de mais famoso por lá. Comemos wafles, que são realmente deliciosos e todo santo dia comemos batata-frita, não tinha como fugir, a maioria dos pratos vem acompanhados dessa coisa maravilhosa e gordurenta que só faz a gente engordar. Essa fixação dos belgas pelas batatas-fritas tem uma razão, elas surgiram na Bélgica, no entanto ficaram conhecidas em inglês como "french fries". Uma lenda diz que na primeira guerra mundial, o termo "french" foi dado por soldados ingleses ou americanos quando experimentaram esse tipo de batata na Bélgica. Eles deram esse adjetivo "french" às batatas porque os soldados belgas usavam o francês como idioma oficial. Veja só, que injustiça, elas deveriam ser chamadas de "belgian fries" e não "french fries". Nós, que falamos português, não precisamos nos preocupar com isso, já que chamamos de batata frita, totalmente imparcial, muito melhor, e assim, não cometemos nenhuma gafe. :-)


Wafle de chocolate (hummmm...)


Manneken Pis (famosa escultura
do menino fazendo xixi - Bruxelas)



Eu na Grand Place de Bruxelas


Lu em Bruges


As autênticas


Os mexilhões belgas


Damme


No passeio de barco em Bruges


Atomium, um átomo de ferro gigante (Bruxelas)

A situação atual do nosso visto é a seguinte: o advogado conseguiu falar com uma pessoa do Home Office que explicou que existiam 2 processos em nome de Lu, um, foi aberto logo no início e o outro, foi aberto depois que enviamos separadamente o teste de inglês. O processo com o teste de inglês foi aprovado e o outro não, por isso deu essa confusão toda. O Home Office disse que não tinha enviado os documentos de Lu pelo correio e irá emitir outra carta de aprovação do nosso visto HSMP e enviar direto para nosso endereço aqui na Finlândia. Depois de tudo esclarecido, decidimos tentar o Tier 1, já que não influenciará no processo do HSMP, enfim, não temos nada a perder. Na próxima semana, iremos para uma entrevista no consulado britânico em Helsinki para dar início ao novo processo de visto, agora Tier 1. Vamos ver no que dá.

Obs: Tem mais fotos da nossa viagem lá no Flickr.

domingo, julho 27, 2008

Ainda por aqui

É...ainda estamos por aqui. Infelizmente nós estávamos certos, o advogado falou, falou e até agora nada, mesmo assim continuamos esperançosos que o visto seja aprovado logo. Não está sendo fácil passar por esse período tão incerto, principalmente para mim que estou sem trabalho, sem curso, sem nenhuma atividade constante que me distraia, então tento passar o dia. Quando o astral está bom (nem sempre está bom), tento sair, passear, arejar a cabeça e quando isso coincide com fim de semana e sol, eu e Lu aproveitamos para pegar uma praia em Helsinki. Foi o que fizemos ontem, fomos a Pihlajasaari, uma ilha perto do Kaivopuisto em Helsinki. Foi massa! O dia estava quente, entre 25 a 30 graus, foi tão bom lembrar daquela sensação de ressaca/moleza pós-praia. Ainda bem que estamos esperando a aprovação do visto durante o verão, imaginem se fosse durante o inverno, com aquela escuridão e frio? Aff...já tínhamos voltado para o Brasil com certeza.


Vista de Pihlajasaari


Lu em Pihlajasaari


Eu em Pihlajasaari

No último post, escrevi que Salete estava aqui, ela passou 2 semanas com a gente, nos fez tão bem! Comemos cuzcuz que ela trouxe (é impossível achar fubá pré-cozido por aqui, eu sofro com a falta pois adoro), fomos comer no restaurante preferido de Lu, Chico's, passeamos em Helsinki, fomos ao Esplanadi, ao Kauppatori, comemos kirsikka (cereja) e tomamos um copão de refresco de morango em Töölö e fomos em Seurasaari. Fomos ver "Wanted" no cinema, não gostei muito, muito parecido com Matrix, legal para quem gosta de ação. Compramos sandálias tipo aquelas que todo turista tem, para levarmos para Istambul. Infelizmente, não usamos em Istambul, não usamos porque não fomos. Depois que Lu viajou, eu tive um probleminha de saúde, nada grave, mas minha médica achou melhor eu não ir e ficar para fazer mais exames. Não foi dessa vez. :-(
Lu foi para o congresso no domingo e voltou no sábado seguinte, eu e Salete passamos uma semana juntas, foi bem legal. Compramos um monte de coisinhas para fazer artesanato e Salete me ensinou a fazer tricô. Viajamos para Porvoo, uma cidade próxima de Helsinki. Pegamos um ônibus no Kamppi e voltamos no mesmo dia de tarde, a viagem dura em torno de 1 hora e custa mais ou menos 40€ (ida e volta). Eu já conhecia, foi massa rever a cidade com Salete. Porvoo é bem pequena, em um dia dá para conhecer toda a cidade antiga tranquilamente. O dia estava ótimo, ensolarado, uma delícia. A viagem de volta foi um pouco emocionante, o ônibus quebrou mas depois voltou a funcionar. A motorista do ônibus avisou pelo microfone que o ônibus estava com problemas. Só entendi o "valitettavasti..." que significa "infelizmente...", logo suspeitei que não vinha coisa boa. A moça que estava na nossa frente disse em inglês que o ônibus estava quebrado confirmando a minha suspeita. A motorista encostou no acostamento e aquele cheiro de óleo queimado invadiu o ônibus. Ela fez algumas ligações pelo celular, depois desceu do ônibus, subiu e seguimos a viagem. Ainda bem que nada aconteceu, chegamos inteiras em Helsinki. Foi um passeio bem legal, provavelmente, vou lá de novo, só que agora com Lu. :-)
Lu voltou do congresso no sábado, o tadinho teve tantas reuniões que mal conheceu Istambul, pelo menos, ele teve tempo para comprar uns presentinhos para gente. No dia seguinte, fomos levar Salete no aeroporto para pegar o vôo para o Brasil.
[Recadinho] Salete, sua estadia foi ma-ra-vi-lho-sa (como você mesma diz), beijo.[/Recadinho]


Lu e Salete em Seurasaari


Esquilo em Seurasaari

Alguns dias depois, mas exatamente no dia 19 de Julho, foi meu vigésimo sétimo aniversário. Não quis nenhuma festa, estava sem clima para qualquer comemoração. Ficamos em casa e de noite eu e Lu fomos jantar em um restaurante italiano. Depois fomos passear no centro, pois ainda tinha sol, encontramos um lugar com música ao vivo, a banda se chamava "Soul Uncovered", ficamos um pouco e depois voltamos para casa. Foi um aniversário calmo que me fez bem, passei ao lado de Lu, uma pessoa que me conhece muito bem, me traz tranquilidade e me faz feliz. O que mais poderia querer? ;-)


Eu no restaurante italiano


Lu no restaurante italiano


Banda Soul Uncovered


Céu do dia 19.07.2008 (meu aniversário)


Essas eram as novidades que eu queria partilhar, espero que no próximo post o Home Office colabore e eu possa contar boas notícias sobre o visto.

Obs: Quando Salete publicar as fotos que estão com ela, eu coloco mais aqui.

segunda-feira, junho 30, 2008

Segunda mudança - temporária

Faz tanto tempo que não escrevo, não é mesmo? Esse meu sumiço reflete um pouco a falta de novidades em relação ao nosso visto. Por enquanto ainda estamos esperando o visto sair, já faz no total 3 meses de espera. O advogado da empresa toda a semana dizia para gente que "na próxima semana" ou "daqui a dois dias" o visto sairia e ele só falava isso porque Lu ficava mandando e-mail e/ou ligando para o escritório dele para fazer mais pressão. Manter essa cobrança nos cansava muito, principalmente, Lu. Para amenizar isso, Lu decidiu dizer para o chefe dele o que estava acontecendo, que não dava para ficar cobrando um feedback do advogado todo dia, pois se o advogado trabalhasse "de verdade", ele faria isso sem ninguém cobrar. O chefe de Lu encaminhou a reclamação para o RH da empresa e agora o advogado está mais presente, mandando e-mail sem ninguém pedir. Que maravilha, né?

A última notícia que ele nos deu foi que o Home Office (o setor de imigração do Reino Unido) queria um certificado que comprovasse que os diplomas de bacharelado e mestrado são equivalentes com os respectivos diplomas na Inglaterra. O bom disso é que não fizemos nada, o próprio advogado pediu a uma empresa para certificar os diplomas e ele mesmo enviou para o Home Office. O certificado já chegou no Home Office e o advogado disse que o visto sairá em até 10 dias. Claro que tentamos ser sempre positivos, mas depois de 3 meses de espera, fica a pergunta que não quer calar: quem acredita nesse prazo?

Como não sabemos exatamente quando iremos nos mudar, resolvemos ir para um apartamento temporário. Nos mudamos na segunda-feira passada, dia 23 de Junho, com a grande ajuda de Cássio que nos deu uma carona até o novo apartamento, ajudou Lu a carregar as malas para o apartamento (que fica no segundo andar e não tem elevador) e depois foi com a gente no mercado fazer as nossas primeiras compras de comida e limpeza. Valeu, Cássio! Além dessa grande ajuda, somos muito gratos a eles, Cássio e Patrícia, por terem nos aturado durante 1 mês e meio hospedados no apartamento deles. Muito obrigada mesmo! Foi muito legal conhecê-los de mais perto, participar da rotina deles e experimentar novas receitas com Patrícia (e claro, engordar a cada receita :-) ). Valeu! Nunca esqueceremos o que vocês fizeram por nós. ;-)

Voltando ao apartamento temporário, ele é bem legal para um temporário, tem uma sala (com TV, sofá, 2 poltronas, mesa com 4 cadeiras, cama de solteiro, mesa de centro e armários), cozinha (com microondas, cafeteira, chaleira elétrica, fogão com um forno que não sabemos a que temperatura está mas suspeitamos que esteja no máximo porque tudo que a gente coloca sai de lá bem tostado hehehe..., máquina de lavar roupa e máquina de lavar louça, talheres, copos, canecas, panelas e pratos), um quarto (com armários e duas camas de solteiro que transformamos em uma cama de casal), um banheiro (atenção especial para a banheira que foi feita para tomar banho sentado, é claro, que não tomamos banho sentados, na verdade Lu fez um armengue para o chuveirinho se transformar em um chuveiro de verdade. Durante o banho, nos equilibramos dentro da banheira para não cair, é praticamente uma aula de step debaixo d'água, subimos e descemos o degrau enquanto tomamos banho, legal, né? Acho que quando sairmos daqui, estaremos mais magrinhos e mais definidos, uau!) e para terminar uma varanda com vidro (sempre quis ter uma varanda com vidro, pois corta mais o vento e o frio e por isso, dá para ficar mais tempo curtindo mais a varanda). Perto do nosso apartamento (há um minuto) fica a estação de trem (fica perto mas o barulho não nos incomoda, é ótimo ter transporte tão perto), temos alguns mini-mercados, há algumas estações de trem temos um shopping bem legal, chamado Sello com supermercados maiores, lanchonetes e lojas, e há poucas estações de trem chegamos em Helsinki. Enfim, está legal, mas esperamos que a gente não fique aqui por muito tempo a ponto de se apegar ao apartamento e ao lugar. :-)

Ontem, domingo, Salete, minha sogra, chegou por aqui e ficará com a gente até 13 de Julho. Tenho certeza que esses dias que ela passará aqui com gente nos fará muito bem, teremos uma pessoa, que nos conhece pra valer, para conversar e nos distrair. Nesse tempo que ela estará aqui, Lu irá para um evento durante uma semana em Istambul e eu e Salete iremos para lá, mas ficaremos somente 3 dias. Vai ser ótimo, estávamos precisando mesmo dessa viagem. Se alguém tiver alguma dica sobre Istambul, estamos aceitando e agradecemos já antecipadamente. :-)

Quando tivermos mais novidades, eu volto a escrever, até o próximo post!

sexta-feira, maio 09, 2008

Primeira mudança

Semana retrasada foi bem cheia, no dia 29 de Abril nos mudamos de mala e cuia para o apartamento de Cássio e Patrícia. No dia 30 de Abril à tarde, entregamos a chave do nosso apartamento e logo depois fomos para uma festa no centro de Helsinki, véspera do Vappu (acho que já comentei sobre essa festa em outro post no ano passado). Quando tiver um tempinho colocarei as fotos aqui da véspera do Vappu e do piquenique no Vappu, que foi no dia 1 de Maio.
O processo para se desfazer das coisas foi um pouco lento. Uma semana antes da entrega da chave, ainda estávamos fechando algumas caixas e quando saímos de lá, deixamos o nosso sofá em um salão do prédio.
Os moradores usam esse salão para guardar carrinhos de bebê, mas por incrível que pareça não tinha nenhum carrinho por lá. Foi até bom que sobrou mais espaço para o sofá. :-)
Pedimos permissão para a empresa que cuida do condomínio e eles liberaram. Eu e Lu tentamos descer o sofá pelo elevador e o "bendito" não entrava de jeito nenhum. Tivemos que descê-lo pela escada, um detalhe importante: a escada era em espiral. Aff, foi muito cansativo, mas conseguimos!
Nos sentimos aliviados quando arranjamos esse lugar no prédio para deixar o sofá, pois a Fida que topou pegar o nosso sofá só teria tempo livre na sexta (2 de Maio, dois dias depois da entrega da chave). A Fida é uma organização internacional que tem como principal objetivo ajudar pessoas no âmbito espiritual e material, o dinheiro arrecadado com as vendas dos produtos é destinado aos projetos sociais que eles participam.
Soube da Fida em uma conversa que eu tive com Carol. Essa dica "salvou" o sofá, pois o sofá foi a coisa mais difícil de vender/dar, ninguém queria, nem de graça. Tentamos vender na Nokia, na universidade, na comunidade brasileira do Orkut e entre amigos, não tivemos nenhuma resposta. Na última semana apelamos, enviamos email para o UNICEF e para a Cruz Vermelha dizendo que estávamos doando o sofá e nenhum dos dois se interessou. Carol também anunciou, em algumas listas da universidade, que estávamos doando o sofá, só tinha que pagar o transporte e ninguém apareceu. Ficamos preocupados, até que Carol comentou que existe essa organização (Fida) que revende móveis e outras coisas. Ligamos e combinamos um horário com eles. Caso a Fida não quisesse o sofá, teríamos que pagar 50€ por uma caçamba e o sofá seria levado para um lixão ou para algum lugar de reciclagem. Enfim, saímos no zero a zero, Fida não cobrou e a gente se livrou do sofá. Ufa!!

Depois dessa experiência percebemos como é difícil se desfazer de coisas por aqui. Tem três opções (nessa ordem): tentar vender para amigos, estranhos ou montar uma barraquinha em alguma feira de coisas/roupas usadas e tentar vender tudo; doar ou entregar para o lixão. Conseguimos vender a maioria das nossas coisas, mesmo assim ficaram ainda coisas miúdas de cozinha e de casa, fizemos um feirão lá no nosso antigo apartamento e oferecemos de graça para nossos amigos mais próximos (Cássio&Patrícia, Jane&Rodrigo&Rosa e Carol&Flávio). As roupas usadas, colocamos em sacos grandes bem fechados e deixamos nos pontos de coleta, que são pequenos containers parecidos com containers de lixo, mas que recebem só roupas e tecidos usados e limpos.

Agora estamos com algumas malas e mais 5 caixas que mandaremos por correio quando soubermos para onde iremos. Por falar nisso, ainda não tivemos nenhuma resposta do visto, Lu recebeu nessa semana a resposta do exame de inglês do IELTS que ele fez em Londres para saber em qual nível de inglês ele está e a média dele foi 7, isso significa que ele fala inglês! Uau, hein?! Ele precisava tirar para o visto 6 ou acima disso, então ainda estamos dentro. :-)
Já enviamos para o advogado o resultado do teste, ele disse que quando for entregar esse resultado, vai procurar saber como anda o nosso processo. Tomara que não demore muito mais.

Por enquanto, vamos ficando por aqui. A convivência com Cássio e Patrícia está muito legal, eles são pessoas tranquilas e receberam a gente com muito carinho e atenção. No começo foi um pouco estranho, porque tem aquele tempo para adaptar ao novo lugar, mas agora estamos bem à vontade. Eu e Patrícia cozinhamos juntas, testamos receitas novas, Cássio e Lu ficam jogando PS3 juntos, e cada dia que passa, nós quatro estamos nos aproximando e nos conhecendo cada vez mais. Está sendo uma experiência muito massa!

Semana passada, começou o curso de inglês que tinha me matriculado, está sendo legal para relembrar a gramática e soltar o inglês. O curso vai até o dia 21, acho que já vai ser um bom começo para Londres. Lu está trabalhando de casa e não está sendo nada fácil. Ele tem que ter muita disciplina, o problema é que ele não gosta muito de disciplina e por isso fica mais complicado. O pior é no final do dia, que ele precisa se desligar do trabalho, sendo que o "trabalho" está dentro de casa (no próprio quarto), dá para imaginar como é, né? Sei que agora não está legal para ele, mas quando essa fase terminar, ele vai tirar boas lições disso tudo.

As fotos abaixo tirei logo que chegamos no apartamento de Cássio e Patrícia, olha só a bagunça. Não fiquem apavorados, agora já está tudo arrumadinho. Quando tivermos mais novidades, volto a escrever.



Lu assumindo seu posto no nosso quarto


Sala com algumas caixas


Nosso quarto cheio de mala

sexta-feira, abril 18, 2008

Vem mudança por aí

Já faz muito tempo que não escrevo. Estava sem cabeça para pensar em blog. Durante esse tempo todo eu e Lu pensamos muito como seria nossa vida daqui para frente. Lu estava muito agoniado com algumas coisas que já vinham acontencendo no trabalho dele e decidimos que não dava para ele ficar em um trabalho que não fazia bem para ele e consequentemente, para nossa vida. Por essa razão, Lu começou a procurar um novo emprego, encontrou e pediu demissão.
Esse novo emprego foi oferecido por uma empresa que fica nos EUA e nesse semestre ela decidiu manter um grupo também em Londres, na Inglaterra. Então, em breve iremos para Londres.

Esse período que estive ausente ficamos focados em negociar com a empresa as melhores condições possíveis para gente e focados em dar início ao processo da emissão dos nossos vistos. No início de abril Lu foi à Londres encontrar com os futuros colegas de trabalho e visitar alguns apartamentos com a empresa de relocação. Ele chegou até a escolher o apartamento mas resolvemos não ficar pois o advogado da empresa que está nos ajudando com os vistos, demorou (e demora) para responder nossos emails e o resultado disso foi que ele resolveu pedir novos documentos. Isso inclui uma carta de conclusão do mestrado de Lu que virá de Salvador traduzida para inglês e um teste de inglês chamado IELTS que Lu terá que fazer, pois o tipo de visto que ele está pedindo tem interesse em saber em qual nível de inglês Lu se encaixa. A carta, conseguimos resolver com a grande ajuda do meu sogro em Salvador, e o teste, Lu foi a Londres nesse fim de semana novamente, só para fazê-lo, pois aqui em Helsinki o próximo teste seria no final de Junho. Imagine se a gente iria esperar até lá?

Essa semana Lu começou a trabalhar no novo emprego daqui da Finlândia mesmo. Essa foi a melhor opção que achamos até o visto ser emitido.
Eu saí do curso que estava fazendo no HESOTE em Helsinki e começarei um curso de inglês em Maio. Serão dois cursos básicos, vai ser bom para eu relembrar do vocabulário básico e começar a falar alguma coisa antes de ir para Londres. Quando chegar lá eu me inscrevo em algum curso mais avançado e se a grana der, em outro de conversação.
O meu plano inicial em Londres é estudar inglês e depois procurar algum trabalho. Talvez eu procure algum mestrado legal para fazer ou algum curso para Assistente Social. Não quero perder mais tempo, mas também não quero ter pressa, já que estarei construindo o meu futuro profissional. Vamos ver no que dá. :-)

Estávamos muito tensos, agora, só ansiosos. Quem me conhece sabe que esse "só" ansiosos, não representa muito bem o que eu sinto, é MUITO mais que "só", mas saibam que estou conseguindo me distrair. Às vezes tenho aqueles ataques de desespero de querer resolver tudo em apenas 5 minutos, e quando isso acontece, Lu conversa comigo na maior paciência e consegue me acalmar. Em situações como essas, Lu é muito mais tranquilo que eu. Claro que ele também se preocupa e se estressa às vezes, mas se a gente tivesse concorrendo o prêmio do mais estressado, eu teria ganho em disparada e ele teria perdido feio. :-)

Nesse pouco tempo, eu posso dizer que já sentimos alegria, medo, saudade, ansiedade, raiva (do advogado enrolado, mas já passou) e outros sentimentos que não existem falados e nem escritos, só sentidos. Isso tudo intensamente. Enfim, de tudo isso o importante é que estamos nos sentindo vivos e preparados para essa nova mudança. Que venha Londres! Uhuu!!

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Novo curso

Mal chegamos do Brasil, no dia seguinte tive que acordar bem cedo (às 6h) para ir ao primeiro dia no curso que estou fazendo em Helsinki. A aula começa às 8h30 mas preciso acordar duas horas antes para tomar banho, fazer o meu café da manhã, pegar um ônibus e depois um trem. "Rapadura é doce mas não é mole, não."
Faço isso de segunda a sexta. Pelo menos, uma coisa é boa não preciso fazer almoço, a escola oferece almoço de graça, como qualquer coisa sem reclamar. Saio às 15h direto para casa. Chego em casa muuuito cansada e tento dormir um pouquinho. Tento porque fico pensando "se eu dormir agora, não dormirei de noite, então Carol, você não pode dormir". Fico nessa briga interna. Já percebi que não consigo dormir de tarde e nem de noite. É muita ansiedade para uma pessoa só. Preciso fazer yoga (será se eu aguento uma yoga?).
Esse curso que estou fazendo é oferecido pela Hesote para estrangeiros que querem conhecer e ter o primeiro contato com a área social e de saúde. Hesote é uma escola profissionalizante, além do curso que estou fazendo, ela oferece qualificação profissional em assistente de farmacêutico, assistente de laboratório dentário e enfermeira (nível básico em diferentes linhas de atuação), a duração desses cursos varia de 2 a 3 anos.
O curso que estou fazendo tem duração de um ano e terá 2 períodos de estágio. Durante esse ano teremos diferentes tipos de aulas, por exemplo, aulas de informática, de matemática, de sociedade e vida no trabalho, de finlandês, entre outras.
Por isso também teremos diferentes tipos de professores. Alguns já conhecemos, a professora da aula de finlandês é muito boa, as aulas dela são bem tranquilas, ela fala em um ritmo que nós entendemos bem (nem muito rápido e nem Teletubby). O professor da aula de sociedade e vida no trabalho é também o tutor da nossa turma, ele fala muito rápido, entendo metade e a outra metade passa batida. Já pedimos para ele falar mais devagar, mas não adianta. Não vou falar de todos os professores, só de mais um, quer dizer, de mais uma. Ela dá aula de estudos na Finlândia. Ainda não entendi o que isso significa, mas ela já fez a gente dançar e cantar músicas de crianças, participamos de um monte de dinâmicas e pediu para a gente desenhar a planta da nossa escola no período da alfabetização. Nessa última atividade perguntamos para ela qual era o objetivo em saber onde ficava a cantina, o parquinho, o banheiro, a sala de aula da minha escola e dos meus colegas, ela enrolou, enrolou e não disse nada. Depois dessa aula ela melhorou muito. Conversei com ela, disse que nós precisamos saber o motivo das tarefas antes de fazermos, se for uma atividade surpresa, que seja dito após a atividade, nós não somos crianças e podemos entender perfeitamente os objetivos de cada atividade que realizamos. Acho que ela aceitou a minha dica.
Sinceramente, o curso não está sendo do jeito que eu esperava. Eu esperava conhecer mais as profissões da área social. Conhecemos até agora somente as três profissões oferecidas pela Hesote. Puro marketing. Quando fui pedir ajuda a orientadora educacional, ela não sabia me dizer quais são as profissões na área social. Olhou em um livro que ela tinha por lá, me deu uns folhetos sobre os cursos da Hesote e para terminar, perguntou se eu conhecia o Google. Vocês acreditam nisso?
Se fosse para eu procurar no Google nem teria entrado nesse curso, por isso eu não estou gostando tanto assim do curso.
Além disso, descobri conversando com os professores e colegas do curso que para eu passar em um curso em finlandês de uma AMK, ou seja, de uma escola superior de educação profissional preciso ter no mínimo nível 4 em finlandês. Como vocês sabem meu nível de finlandês é 3 e para ter um nível 4, preciso estudar mais e mais finlandês e conversar bastante. Conclusão, precisarei de mais uns 2 anos estudando somente finlandês e depois mais 3 anos e meio para me formar na AMK, total 5 anos e meio estudando (se eu passar de primeira na AMK). Depois de um ano estudando finlandês, fazendo "trabalhinhos" na escola, tentando ler uma frase inteira no jornal ou nas cartas que chegam aqui em casa, não aguento mais estudar finlandês. Não sinto que está avançando. Nesse período que percebi isso, fiquei um muito perdida, conversei muito com Lu, com amigos e amigas, pesquisei, li muito e descobri que tem 2 AMK que oferecem cursos em inglês de Bacharel em Serviço Social. Agora decidi investir no inglês, já me inscrevi em dois cursos de inglês que acontecerão durante o mês de maio inteiro. Tenho a impressão que vai ser mais fácil e rápido avançar no inglês do que no finlandês.
Por enquanto, continuo no curso da Hesote, pois não quero ficar em casa fazendo nada. Essa semana estou de férias, chamadas por aqui de férias de inverno. Nem todo mundo está de férias, acho que os únicos sortudos são os estudantes e algumas pessoas que aproveitam essas férias para viajar para esquiar, patinar e praticar outros esportes de inverno. Vou aproveitar essa semana para tentar organizar melhor a minha cabeça e descansar muito.
No próximo post conto o que temos feito por aqui.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

De volta à Finlândia

A viagem de volta para Finlândia não foi tão complicada como a viagem de ida. Tivemos um momento de tensão.
Um dia antes da nossa viagem Lu ligou para a companhia aérea para saber quanto era o limite de peso por passageiro. Somente isso. Eles pediram o número da nossa reserva para saber se teríamos que fazer algum chekin no meio do caminho e avisaram a Lu que nossa reserva estava cancelada. Isso mesmo, can-ce-la-da! Logo depois de dizer essa bomba, responderam a pergunta sobre o peso das bagagens que naquele momento nem era tão importante assim. Lu chegou na sala assustado, dizendo que a nossa reserva foi cancelada. Lá fomos nós para o aeroporto resolver isso cara-a-cara com a empresa aérea. Detalhe isso aconteceu em uma tarde de domingo, ou seja, a agência SUECA que nos vendeu a passagem estava completamente fora de serviço.
Conclusão, fomos diretamente no balcão da empresa aérea no aeroporto internacional do RJ e conseguimos resolver mais esse problema. O bendito funcionário da empresa aérea conseguiu duas vagas em todos os vôos (RJ-Alemanha-Helsinki) que nós tínhamos "perdido", só que para um dia depois do previsto. Sem problemas. Foi ótimo pois ficamos mais um dia com meus pais e meu irmão e não pagamos nada pela mudança. O engraçado foi que ele nos disse que nossa reserva foi cancelada pois não usamos a primeira passagem de Helsinki para Munich, por isso todas as outras foram canceladas, sucessivamente, depois de 24h do horário da primeira passagem.
Para quem leu os três últimos post, sabe o que isso poderia implicar. Se aquela confusão toda demorasse mais que 24h de viagem, ficaríamos no meio do caminho com todos os vôos cancelados sem ter como ir para o Brasil e nem como voltar para a Finlândia. Ainda bem que não ficamos sabendo disso no meio do caminho para o Brasil. Só com emoção.
A viagem de volta foi tranquila, tirando o fato que no maior trecho (RJ->Alemanha), o vídeo das nossas cadeiras não funcionaram. No começo da viagem isso me abalou um pouco, fiquei triste, já que não consigo dormir em viagens de avião e os filmes que passam no avião me distraem. Lu resolveu tomar logo uma taça de vinho e eu fui na onda também. Não demorou muito para dormirmos, o álcool fez efeito bem depressa.
Enfim, depois de todas essas emoções fomos para o Brasil e voltamos para Helsinki bem, dessas confusões todas, isso é o que importa. :)

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Viagem de ida ao Brasil (3)

Embarcamos em Copenhagem e seguimos para Paris sem atraso. Chegamos em Paris no horário previsto, no entanto com 30 minutos para achar o terminal, fazer o checkin e entrar no avião.
Saímos correndo como uns loucos pelo aeroporto. Paramos no primeiro balcão de informação do aeroporto e Lu perguntou onde ficava o balcão da TAM, a atendente disse para pegarmos o elevador e seguirmos em frente que acharíamos o terminal 2 onde fica a TAM. Fomos correndo, pegamos o elevador e continuamos correndo, só que não conseguíamos achar nenhuma placa indicando para que lado estava o terminal 2. O tempo passando, o tempo passando, Lu perguntou a outra pessoa e no meio da explicação, ela disse as palavras mágicas "...peguem o trem e...". Ah! O trem, é claro. Voltamos para o lugar que a primeira atendente tinha nos dito e quando estávamos chegando, o trem saiu. Ficamos lá durante 3 longos minutos esperando o próximo trem. Pegamos o trem, só para contrariar, o terminal 2 é o último e vem depois do terminal 3. Saímos do trem e corremos, corremos e corremos. Já sabíamos que o aeroporto da França é muito grande, mas não imaginávamos que o balcão da TAM fosse tão longe. No meio da maratona, eu comecei a passar mal, perguntei se Lu ainda aguentava, ele disse que sim e passei as passagens para ele, parecia até aquela prova do bastão que tem nas olimpíadas. Lu continuou correndo e eu fui andando/correndo para recuperar o fôlego. Depois de muito correr, Lu resolveu perguntar a uma atendente se estávamos indo para a direção certa, ela disse "tá vendo aquele restaurante? a TAM é depois dele", o restaurante estava láááá no final do corredor, a gente não aguentava mais. Falei para Lu "vamos andando porque eu acho que já perdemos o vôo, não adianta mais correr". Andamos até a TAM em passos rápidos. Quando chegamos no balcão, Lu falou uma frase em inglês:"precisamos fazer o checkin para esse vôo", o cara que estava lá, falou "vocês falam inglês, francês ou português?", eu respondi na mesma hora "português". Ainda bem que ele falava português, porque Lu estava passando mal e não conseguia falar mais nenhuma palavra. Expliquei novamente o que aconteceu, ele disse que perdemos o vôo e falou o nosso problema em francês para um outro cara que estava no computador em nossa frente. Os dois ficavam conversando em francês na nossa frente e falavam "...SSA-GRU-GIG...". Percebi que estavam falando das siglas dos aeroportos de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Eu repetia "não tem salvador, não, é só são paulo e rio de janeiro". Depois de alguns minutos, para a nossa surpresa, o cara do computador falou com a gente em português, "vocês perderam esse vôo, mas temos outro vôo para SP. Esse é com escala em Salvador, não precisarão sair do avião e em SP vocês pegarão outro vôo para RJ, ok?", nessa situação só poderíamos dizer "ok". Fica aí a questão: por que eles falavam em francês na nossa frente? Foi uma grosseria da parte deles, enfim, naquele momento o que mais importava era entrar no avião para o Brasil em francês ou em português.
Pegamos as passagens e fomos em direção ao portão de embarque, a fila para entrar estava um pouco grande, ficamos um pouco apreensivos de perder novamente o vôo, mas conseguimos passar a tempo. Entramos no avião, sentamos e respiramos fundo. Agora sim, estamos a caminho do Brasil, ufa!
A viagem foi tranquila mas muito longa e, é claro, adivinhem? O vôo atrasou. Saímos do avião um pouco tontos. Chegamos em SP às 9h da manhã. Enfrentamos uma fila gigante de brasileiros vindo do exterior e depois outra fila gigante da alfândega. Imagine o aeroporto de Guarulhos na época de Natal, é isso mesmo, insuportável, mas estávamos felizes de estar no Brasil. Agora até de ônibus nós iríamos para o Rio. Depois de enfrentar essas filas, fomos para outra fila da TAM de transferência de vôo, pois tínhamos perdido o vôo. Isso nem era mais novidade. Depois de mais ou menos 20 minutos, chegou a nossa vez. A atendente disse que tinha duas opções: um vôo em Guarulhos às 17h para o RJ e eles pagavam uma diária em algum hotel até a hora do vôo ou pegar um vôo SP-RJ em Congonhas, o outro aeroporto de SP, e eles pagariam o táxi para Congonhas. Escolhemos a segunda opção, estávamos muito cansados e queríamos chegar logo no RJ. Na minha inocência perguntei a atendente "teremos que esperar naquela fila lá fora?", ela disse "não, é só chegar lá e pegar o táxi, sem fila, agora são 10h, o vôo de vocês é às 12h, em 1 hora e meia vocês estarão em Congonhas". Mentira. Chegamos lá, falamos que estávamos atrasados com a responsável pela empresa do táxi e ela disse "todo mundo dessa fila está atrasado também, vocês terão que esperar na fila, hoje está difícil, porque choveu muito e os táxis estão fazendo 2h daqui até Congonhas". Iríamos perder mais um vôo. Grande novidade, ha...ha...ha, isso nem nos abalava mais.
Pegamos o táxi, o motorista confirmou que seria 2h daqui até Congonhas. Quando estávamos chegando perto do aeroporto, ele falou "o santo de vocês é forte, porque aqui estava tudo parado, acho que vocês chegarão a tempo" e eu respondi "nosso santo é forte mesmo, se eu te contar o que passamos nessa viagem, você nem vai acreditar". O vôo para RJ não estava atrasado. Liguei para minha mãe avisando que não chegaríamos no aeroporto Galeão e sim, no Santos Dumont mais ou menos às 13h. Tadinha, estava no Galeão desde 8h30 nos esperando. Pegamos o vôo no horário certo e enfim, chegamos no Rio de Janeiro.
Só para manter registrado, o nosso roteiro final da viagem foi: Helsinki -> Copenhagen -> Paris -> Salvador (escala) -> São Paulo -> Rio de Janeiro. Aff...
O cansaço foi grande, mas vontade de chegar no Brasil, foi maior ainda. Conseguimos vencer essa maratona de estresse, sem nenhuma briga, com muita paciência, silêncio e, quando era possível, muito carinho. :)
No próximo post conto como foi a volta para a Finlândia, mas já adianto que foi beeem mais tranquila.

domingo, fevereiro 03, 2008

Viagem de ida ao Brasil (2)

Para relembrar, nosso roteiro era:

Saída -> Chegada
Helsinki (08:00h) -> Munich (09:30h)
Munich (17:00h) -> Paris (18:40h)
Paris (21:00h) -> SP (05:40h)
SP (07:30h) -> RJ (08:30h)

E mudou para...

Saída -> Chegada
Helsinki (11:30h) -> Copenhagen (13:00h)
Copenhagen (13:30h) -> Munich (15:00h)
Munich (17:00h) -> Paris (18:40h)
Paris (21:00h) -> SP (05:40h)
SP (07:30h) -> RJ (08:30h)

Nosso vôo de Helsinki para Copenhagen atrasou e por isso, já sabíamos que tínhamos perdido o vôo de Munich para Paris e assim sucessivamente. Embarcamos no vôo mesmo assim. Eu e Lu, por incrível que pareça, não brigamos em nenhum momento, foi um exercício de muita paciência e muito silêncio. No avião trocamos poucas palavras e quando desembarcamos em Copenhagen também mal nos falamos, estávamos focados em resolver o problema, então fomos direto para o TransferCenter. TransferCenter é o lugar onde se concentra a maior quantidade e variedade de problemas relacionados a uma determinada empresa aérea. No nosso caso a empresa era a SAS. Chegamos lá, pegamos a nossa senha e ficamos olhando fixamente para o painel que indicava a senha da vez. Naquele lugar dava para sentir a tensão das pessoas presentes, inclusive a nossa.
Chegou a nossa vez. Lu explicou para a atendente o que tinha acontecido. Falou que por causa de um problema (ele não disse qual) nós perdemos o vôo de Helsinki para Munich, depois compramos as passagens de Helsinki para Munich com conexão em Copenhagen para não perder as passagens da outra reserva para o Brasil e por causa desse atraso nós perdemos os vôos seguintes. A atendente pediu para Lu explicar, Lu deve ter explicado mais umas duas vezes o nosso "probleminha", quase tivemos que apelar para aquela célebre pergunta "quer que eu desenhe?". Depois de tudo esclarecido, ela fez algumas ligações e buscas na internet. Lu disse que só via a atendente apertar a tecla "esc", o que significa que ela buscava alguma coisa e depois cancelava a busca. Depois de tantas buscas, "esc" e ligações, ela chamou o supervisor. Quando eles chamam o supervisor é porque o problema é sério mesmo. Tentávamos deduzir o que estava acontecendo pois eles conversavam em dinamarquês e algumas palavras eram parecidas com o inglês, mas não tivemos muito sucesso na tradução. Quando o supervisor foi embora. Pedi para Lu perguntar pra ela o que estava acontecendo. Estávamos com medo dela dizer a qualquer momento "sinto muito mas vocês terão que voltar para Helsinki". Engulimos o medo e Lu perguntou. Ela respondeu sorrindo "vocês trouxeram um problema pra me testar, é a primeira vez que resolvo um problema como esse". Ufa, essa resposta foi bem melhor do que nós estávamos esperando! Depois de mais alguns minutos, ela disse "tenho uma solução para vocês". Acho que dá para imaginar como essas palavras nos fizeram bem. Foi a primeira boa notícia de toda a viagem. Ela sugeriu que pegássemos um vôo direto de Copenhagen para Paris, chegando em Paris teríamos 30 min para chegar no terminal e fazer o checkin e assim não perderíamos a nossa reserva inicial. Nós aceitamos, é claro, e como sabíamos a dimensão do aeroporto de Paris, perguntamos se perdêssemos o próximo vôo o que deveríamos fazer. Ela respondeu para nós procurarmos o setor de transferência novamente e acrescentou "quando vocês chegarem em Paris terá uma pessoa esperando vocês, espero que tudo dê certo e ah! esqueçam as malas, algum dia elas chegarão no RJ". Nesse momento nem estávamos preocupados com as malas, só queríamos chegar no Brasil. Essa atendente foi um anjo pra gente, agradecemos muito, pegamos nosso novo roteiro e fomos tomar um café para relaxar.
Liguei para o RJ e falei para minha mãe que tivemos um problema e que chegaríamos um pouco atrasados. Não adiantava detalhar o que tinha acontecido e o que poderia acontecer, então adotamos a estratégia de falar em um modo genérico. Minha mãe também não perguntou muito pois eu disse que não poderia demorar no telefone pois senão a ligação ficaria muito cara.
Depois passeamos tranquilamente no aeroporto, voltamos a conversar, até mesmo a sorrir, ficamos fazendo hora até o horário de embarque.
Tivemos a nossa segunda boa notícia do dia, o vôo não atrasou. Embarcamos e fomos a Paris no horário previsto.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Viagem de ida ao Brasil (1)

Essa viagem para o Brasil mexeu muito comigo. Está difícil voltar para o clima frio e escuro daqui. Desde o dia que chegamos aqui, tivemos um dia de sol. Todos os outros dias foram nublados e escuros. Nevou forte somente um dia. Agora vemos poucos pontos de neve pela cidade. Tomara que a neve venha para valer mesmo, precisamos de algo branco no meio dessa escuridão.
Mudando de assunto, vamos direto ao post: a viagem de ida para o Brasil.
Tudo começou em algum dia de Agosto quando compramos as passagens na agência de viagem seat24. Logo depois recebemos em casa os bilhetes da viagem de ida e de volta. Do dia que recebemos tais bilhetes até o dia da viagem a agência mandou três e-mails informando mudanças no roteiro da viagem.
Um dia antes da viagem eu perguntei a Lu se precisávamos imprimir o último email que a agência tinha mandado com as modificações da viagem. Lu disse que seria bom ter impresso com a gente. Imprimi.

O nosso roteiro de viagem seria:

Saída -> Chegada
Helsinki (08:00h) -> Munich (09:30h)
Munich (17:00h) -> Paris (18:40h)
Paris (21:00h) -> SP (05:40h)
SP (07:30h) -> RJ (08:30h)

Vimos alguns sites sobre Munich e programamos um passeio pois ficaríamos lá de 09:30 às 17h. Tínhamos que aproveitar a chance.
No dia seguinte, dia da viagem (20.12), Lu perguntou "pegou as passagens?" e eu respondi "peguei". O táxi chegou atrasado em casa, já estávamos ficando nervosos. Felizmente às 7h estávamos na fila do checkin. Nós estávamos muito ansiosos por causa da viagem. Conversa vai, conversa vem, quando Lu faz "a" pergunta da viagem "você pegou os bilhetes ou o papel impresso?", eu respondi com medo "o papel impresso".
Lu olhou para mim com um olhar desesperador e disse "nós não vamos entrar, eles não vão deixar a gente viajar sem os bilhetes". Eu não estava entendendo nada, como não iríamos embarcar se tínhamos o número da reserva? Lu explicou que tínhamos o número mas não tínhamos como provar que a reserva era nossa, nossos nomes não estavam registrados, só os números dos bilhetes podem provar que as reservas eram nossas mesmo. As reservas estavam associadas aos números dos bilhetes e os bilhetes associados a gente. Sem os bilhetes nada feito. Se fossem bilhetes eletrônicos, só o número da reserva e algum documento que identificasse que você é você mesmo, funcionaria, pois nesse caso, a reserva está associada ao número de identificação do passageiro. Por isso os bilhetes "físicos", aqueles de papel, não podem ficar em casa, tem que levá-los para o aeroporto consigo. Eu nunca imaginei que isso poderia acontecer, nunca viajei com esses bilhetes. Lu sabia porque ele já tinha feito uma viagem que precisou mostrar o bilhete físico no checkin. Eu sou de uma era que usa bilhetes eletrônicos, bilhetes físicos são coisas do passado.
Mesmo assim, tentamos. Fomos até o balcão e conversamos com a atendente. Ela disse "me desculpem, mas preciso ver os bilhetes".
Fiquei tão triste. Não tínhamos tempo para ir em casa pegar os bilhetes. A atendente sugeriu que fossemos em duas agências tentar comprar passagens para Munich, pois ainda tínhamos tempo para chegar em Munich (veja o roteiro acima) e usar os bilhetes de Munich para Paris e os outros bilhetes sucessivamente. Fomos na primeira agência, a atendente falou que não tinha mais passagem e sugeriu outra agência. Eu já estava quase chorando, sentia um aperto no coração. Nós sabíamos que senão conseguíssemos esses bilhetes perderíamos todas as passagens. Todas mesmo, pois seria muito caro comprar todas as passagens de ida para o Brasil novamente, não tínhamos essa grana. Se não fôssemos ao Brasil, perderíamos as passagens de volta também. Que prejuízo!
Lu viu que eu estava ficando muito nervosa e disse para eu esperar no saguão do aeroporto enquanto ele tentava na outra agência. Eu fiquei, mas fiquei andando de um lado para o outro. Os minutos passavam tão devagar. Até que Lu apareceu, a expressão do rosto dele não me dava nenhuma pista. Ele tinha conseguido ou não? Ele conseguiu. Eu chorei de soluçar no meio do saguão, enquanto ele me explicava que tinha comprado duas passagens para Munich saindo de Helsinki ao meio dia, com uma escala em Copenhagen. Fomos para casa pegar os bilhetes pois iríamos usá-los de Munich para Paris, de Paris para SP e de SP para o RJ. Quando chegamos em casa com as malas, aquela sensação de ter perdido o vôo e de quase ter perdido a viagem toda para o Brasil, ainda estava atravessada na nossa garganta. Ainda estávamos nervosos. Tomamos um chá e vimos TV para distrair.
Para não termos mais imprevistos, duas horas antes da viagem nós fomos para o aeroporto. Fizemos logo o checkin, entramos e fomos fazer um lanche. Comemos e fomos para o portão esperar a hora de embarcar. Quando chegamos no portão, descobrimos que o nosso avião estava atrasado. Se esse avião atrasasse nós perderíamos o vôo de Munich para Paris e todos os outros sucessivamente.
Atrasou tanto que antes de embarcarmos nós já sabíamos que tínhamos perdido os outros vôos. Lu falou com um rapaz da companhia aérea sobre nosso problema e ele disse para embarcarmos de qualquer jeito e resolvermos isso em Copenhagen. Lá fomos nós. Embarcamos com medo de chegarmos em Copenhagen e não resolverem nosso problema, já que a responsabilidade da agência de viagem era fazer a gente chegar em Munich e não no RJ. Eram reservas diferentes com empresas diferentes. Estávamos nervosos de novo.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

De volta...

Depois de 25 dias no Brasil, voltamos para Finlândia. Ir para o Brasil foi muito bom. Nesse período revezamos entre Rio de Janeiro, Arantina e Salvador.
A história da viagem de ida para o Brasil merece um post único, então depois eu conto com detalhes. No dia 21 de dezembro chegamos no Rio de Janeiro, ficamos na casa de meus pais e Yuri (meu irmão). Para nos recepcionar minha mãe preparou uma maravilhosa feijoada, estava muito boa! No mesmo dia Salete (mãe de Lu) chegou no RJ e infelizmente teve que ir para Arantina no dia 23 pela manhã. Nesse dia (23.12) fomos comemorar o aniversário de Lu em uma churrascaria para matar a vontade de comer carne brasileira. Foi muito bom sentir de novo o gosto de uma boa picanha. Natal ficamos em casa mesmo com meus pais, Yuri, Malu e Tutuca (nossas cadelas). Trocamos presentes, minha mãe fez uma super ceia, nós comemos e logo em seguida fomos dormir.
No dia 26 de dezembro, fomos de carro com meus pais e Yuri para Arantina, cidade do interior de Minas Gerais. Em Arantina, o clima estava bem mais ameno do que no Rio de Janeiro, enquanto no RJ fazia 37-40°C, em Arantina fazia 25-30°C. Uma delícia de clima. Ficamos na casa da família de Salete (mãe de Lu), meus pais e Yuri voltaram para o RJ no dia seguinte. Por lá, encontramos uma parte da família de Lu, Salete, Tiago (irmão de Lu), alguns tios, tias, primos e primas de Lu. Conversamos muito com eles, fizemos aquela hiper atualização.
No dia 29 de dezembro, voltamos para o RJ de ônibus executivo. Quando chegamos no RJ fazia 40°C!! Quando eu saí do ar condicionado do ônibus, senti o "bafo quente", logo fiquei doente com a mudança drástica de temperatura. Nesse mesmo dia à noite fomos para Salvador.
Em Salvador ficamos na casa do Chico (pai de Lu). Ficar lá foi muito bom para conhecer o pai de Lu melhor, mais de perto. Passamos o Ano Novo com ele, Liu (a namorada dele), tias, tio de Lu e mais alguns amigos de Chico. Foi massa! Deu até para ver da janela do quarto os fogos da Barra. Lindo, lindo!
O clima não estava tão quente como no RJ, deu para aguentar. No primeiro dia em Salvador encontramos com algumas tias de Lu (irmãs de Chico) e fomos comer uma moqueca. À tarde encontramos com a maioria dos nossos amigos de Salvador e com uma amiga da Finlândia (Teea) no Shopping Salvador, é o shopping mais novo da cidade (sim, sim, fomos ao shopping, lembre-se eu estava doente, por isso não rolou a praia tão desejada). Foi ótimo conversar, abraçar, rir das besteiras e, é claro, ver que eles estão construindo para eles (cada um em seu tempo) uma vida legal e estável, formando família, comprando apartamento, carro e tudo isso com saúde. Eu e Lu ficamos muito felizes!
Nos outros dias fizemos muitas coisas (não necessariamente nessa ordem): fomos à praia; fomos à uma festa que o Paroano Sai Milhó tocou (Lu até tocou também); encontramos com minha irmã e o noivo dela, fomos com eles conhecer o novo terreno que eles compraram; encontramos com a madrinha de Lu; conhecemos a irmã e a sobrinha de Patrícia; encontramos com Sanna e Hanna no Pelourinho; encontramos com Débora (nossa professora na UFBA e agora amiga); jantamos na casa de Eulina e Lia (mariscada e o pudim estavam um espetáculo); fomos ao show do Motumbá e jantamos em uma Pizzaria com nossos amigos e amigas que ainda não tínhamos visto e também com os que já tínhamos visto.
Em Salvador comemos de mais, foi tapioca, acarajé, carangueijo, casquinha de siri, moqueca, bolo de aipim, etc, etc.
No dia 8 de janeiro voltamos para o RJ. Meu tio Walter (irmão de minha mãe) e a esposa dele, tia Graça estavam na casa de meus pais. Fazia mais ou menos 10 anos que não os via, não mudaram nada, continuam as mesmas pessoas doces e engraçadas de sempre. Como Lu ainda não conhecia o Pão Açúcar e nem o Cristo Redentor e eu fui lá há muito tempo, resolvemos tirar dois dias para conhecê-los. Um dia eu, Yuri e Lu fomos ao Pão de Açúcar. Sinceramente, fui para nunca mais voltar, tenho medo de altura, só não sofri muito porque ficava no meio do bondinho e por isso não via nada lá embaixo, mas garanto que o pouco que eu vi é muito bonito. No outro dia fomos nós três, minha mãe, tia Graça e tio Walter ao Cristo. O caminho do trenzinho para o Cristo é lindo, bem tranquilo e cheio de árvores. A vista lá de cima do Cristo é linda! Alguns dias depois encontramos com minha tia Bethânia (irmã de minha mãe) e o marido dela, Maurício, no restaurante perto da casa dos meus pais. Fazia muito tempo que também não os via, foi bom ver que eles estão bem.
Dias depois tio Walter e tia Graça foram para São Paulo e no dia 14 de Janeiro entramos no avião para Finlândia, chegamos no dia 15. A viagem foi bem tranquila, o único problema é que eu não durmo e para me distrair eu vejo filme, por azar, a minha televisão e a de Lu não funcionavam e não tinha outras cadeiras disponíveis. Fiquei a viagem inteira tentando me distrair, gastei toda a bateria do iPod de Lu vendo um filme.
Chegamos muito cansados, ainda estamos tentando nos forçar a acordar e a comer no horário local, a cada dia que passa vamos nos acostumando mais.
Voltei para a Finlândia com o coração apertado, com saudade de tudo e de todos. Está sendo muito difícil focar no curso que estou fazendo, a vontade de voltar é muito grande, enfim, nada melhor do que um dia atrás do outro. :)
Deixando essa seção tristeza de lado, no próximo post conto como foi a nossa viagem de ida para o Brasil e como está a nossa vida pós-viagem.

Obs: Como são muitas, clique aqui para ver todas as fotos que tiramos no Brasil