Jantar no escuro

Na quinta-feira passada, eu, Lu, Mariana, Sam (inglesa que mora com Mariana), Odete (brasileira, dona da casa que Mariana mora), Carmem (brasileira que mora com Mariana) e um amigo de Carmem e Odete, Curtis, fomos para o restaurante Dans le Noir?, onde nós jantamos no breu completo, tudo escuro mesmo.
Chegamos mais ou menos às 20h45, nossa mesa era para às 21h, estavámos ansiosos para nos chamarem logo, quer dizer, a gente e todas as pessoas que estavam lá. Dava para notar a excitação pelo barulho na sala de espera. Até que o momento chegou, vieram nos chamar e lá fomos nós para o local onde ficam as mesas, todos de trenzinho seguindo um garçom cego.
No começo dá uma certa aflição de querer ver e não conseguir ver nadinha. Você podia escolher entre 4 menus: red = carne, blue = peixe, green = vegetariano, white = surpresa. Eu e Lu escolhemos o red. A primeira coisa que fizemos foi nos localizarmos na mesa, sentir onde estão os talheres, onde estão os copos, quem está ao seu lado, quem está a sua frente, a mesa é redonda ou retangular? Enfim, tudo isso só dava para saber tocando e/ou perguntando. No meio desse momento de descobertas, veio o garçom se apresentar e entregar as bebidas que já tínhamos escolhido antes de entrar no breu. Logo depois vieram as entradas. É muito estranho comer sem ver, tentei primeiro usar o garfo, mas não foi tão eficiente quanto comer com as mãos. Com as mãos dá para você ter certeza absoluta que não tem mais nada no seu prato. Enquanto a gente ia comendo, ia tentando descobrir o que nós estávamos comendo. Eu senti um gosto de bacon envolto na batata frita e um queijo que parecia gorgonzola enrolado em alguma coisa. A primeira mordida foi no queijo usando o garfo, como não tinha noção do tamanho (se você não pega com as mãos, não tem como saber o tamanho da comida que você está levando à boca), na primeira mordida já comi metade do queijo e percebi que era um queijo que eu não gostava, dei o resto pra Lu que estava ao meu lado.
Demorou um pouquinho e veio o garçom tirar os pratos. Depois de alguns minutos, ele trouxe o nosso prato principal, para cada pessoa que ele tocava, ele perguntava qual era o menu escolhido. O nosso como eu disse era de carne e foi isso mesmo: 3 tipos de carnes, duas estavam boas e uma em especial, parecia uma milagnesa, estava uma delícia, e um pouquinho de salada com nozes, que estava muito amarga, não consegui comer até o fim. Tentei primeiro comer com o garfo, percebi que não dava e fui com as mãos mesmo. Quando terminamos, veio o garçom tirar os nossos pratos e talheres.
A sobremesa demorou muito pra chegar, quer dizer, não sei se a sensação de não enxergar faz o tempo ficar mais lento, mas foi o que sentimos. Já não queria mais ficar ali, meus olhos já estavam cansados de tentar enxergar e não conseguir. Lu disse que ficou de olhos fechados e que assim era melhor, mas eu não conseguia manter meus olhos fechados.
Até que depois de muitos minutos (ou não), o garçom veio com as colheres e depois com as sobremesas. A sobremesa estava show!! Muito boa mesmo! Um creme de limão com 2 biscoitinhos e 2 chocolatinhos.
Quando terminamos, o garçom perguntou se a gente queria ir embora e todos gritaram "yeah!", me senti tão aliviada, iria sair dali. Fomos de trenzinho novamente guiados pelo garçom para o lado de fora. Quando recebemos as primeiras luzes, os olhos demoraram um pouquinho para acostumar, ficamos todos meio perdidos para onde ir e o que fazer.
Descobri rapidamente que voltar a enxergar é tão bom!! Que bom!!!
Fomos pagar a conta que não foi nada barata... Depois mostraram as fotos dos pratos que tínhamos comido. Na entrada erramos o queijo, era queijo de cabra, as três carnes foram de pato, de bezerro e uma milagnesa, e a sobremesa acertamos tudo, fácil, fácil. :-)
Acho que não iria de novo, fiquei cansada no final, não sei se por causa da gravidez ou porque ficava o tempo todo tentando enxergar. Não pagaria de novo para descobrir... hihihi...