terça-feira, dezembro 02, 2008

Do finlandês para o inglês

Desde o dia 11 de Novembro, estou no curso de inglês, comecei no nível intermediário, graças aqueles ao colégio que fiz em Salvador aprendendo a mesma coisa todo o ano, o que é o verbo "to be" e como conjugá-lo no presente e no passado, graças também ao vestibular e aos anos na faculdade de computação que me obrigou a ler em inglês e por isso meu vocabulário aumentou um pouco mais, e claro ao período que moramos na Finlândia, ouvindo inglês na TV e nos filmes ou quando encontrávamos para nossa sorte e salvação algum finlandês que falava inglês, o inglês soava como algo divino.
O curso que estou fazendo usa um método chamado Callan. Eles dizem que aprendemos inglês 4 vezes mais rápido do que nos cursos das outras escolas. Eu acho que para quem não fala nadinha, realmente eu concordo, deve aprender mais rápido mesmo, mas para quem já fala alguma coisa, é um curso bom para acostumar o ouvido com inglês britânico, escrever e falar razoavelmente. Nesse caso, não faz muito sentido dizer que aprendemos 4 vezes mais rápido. Sei lá. Não entendo de onde eles tiraram esse número, de qualquer jeito, isso não importa, o que importa é se o curso acrescenta alguma coisa ou não acrescenta nada para o aluno. Só fazendo para saber.
A principal característica desse método é a repetição. Todo dia vou para o curso e fico lá durante 3 horas. Nessas 3 horas, temos 3 aulas cada aula com um(a) professor(a) diferente, cada professor tem 50 min (10 min de ditado + 10 min de leitura + 30 min de perguntas e respostas, a duração dessas atividades é aproximada, depende de cada professor), entre duas primeiras aulas e as duas últimas temos 10 min de intervalo. As perguntas, a leitura e o ditado ficam indo e voltando, em um dia ouvimos perguntas, respondemos e escrevemos sobre diferentes partes/temas do livro. Além disso, em cada aula aprendemos algumas palavras novas. Os professores são britânicos e explicam as novas palavras em inglês. Toda aula eu aprendo alguma coisa nova, presto atenção também na gramática e como as frases estão estruturadas.
Todo dia saio do curso caminhando com uma amiga do curso, Estela, ela é espanhola e percebo que às vezes uso algumas frases do curso como base para as nossas conversas. Por isso, acho que o curso está me ajudando bastante.
Nesse curso a gente sempre fala, sempre temos a vez para responder as perguntas. As aulas ficam mais legais quando o professor sai um pouco do livro, conversa com a gente e deixa a gente usar as nossas próprias respostas.
O livro que usamos é antigo foi publicado em 1960 e como existem muitas escolas usando esse método durante muito tempo, eles dizem que fica difícil atualizar todos os livros com suas respectivas traduções e enviar depois para todas as escolas. Não acho que isso é um motivo, mas não quero discutir isso, deixa para lá, eles sabem o que fazem. Por isso, às vezes, a gente se depara com assuntos sobre guerra, batalhas, navios, soldados e outros assuntos bem ultrapassados. A última pergunta esquisita que ouvi na sala foi "Which do you think it's worse to lose, a leg or an arm?", que pergunta, né? Quando vou falar sobre isso com alguém? Que assunto mais mórbido! No entanto, por mais absurda que seja, nós temos que responder e a resposta para essa pergunta é "I think it's worse to lose a leg, because we can do most things with only one arm, but we can't walk very well with only one leg". Se você achar que o melhor é não perder nem um nem outro, para alguns professores você não poderá responder isso, pois tem professores que seguem o livro a risca, então para essa pergunta você só pode responder que o pior é perder uma perna, se você responder outra coisa, o professor diz enfaticamente "a leg is worse". Ainda bem que temos outros professores que não são tão rigorosos e até tiram sarro dessas perguntas malucas. :-)
O engraçado desse método é que às vezes quando não sabemos o que a pergunta significa, consequentemente, não sabemos se é para concordar ou discordar ou completar a resposta com algo mais, então, às vezes, o aluno da vez diz "no...??" e o professor fala "yes..." ou deixa passar e lá no meio da frase o aluno descobre que era para ser "yes", e na maioria das vezes, o aluno dá um sorrizinho e repete a frase toda de novo só que agora afirmando. Outra coisa engraçada é quando não sabemos o que estamos dizendo, não temos a mínima noção qual é o significado de uma palavra ou como se escrever, nenhuma referência e temos que falar mesmo sem saber. Vem aquele som que não sabemos o que é, nem como escreve e nem como se fala, a boca fica meio mole, tentando acompanhar a forma como a boca do professor mexe. É muito engraçado, sai cada coisa, me sinto uma criança aprendendo a falar. hehehe...
Me divirto também com o ditado, principalmente, a primeira vez que fiz o ditado foi muito engraçado. Para cada frase o professor fala 2 ou 3 vezes, já tinha escrito 3 frases tranquilamente quando veio esta frase: "Where inside a building and came here because outside", entenderam alguma coisa? Nem eu. Eu ouvi isso, quando comecei a escrever pensei (achando que estava abafando) "começou com 'where' deve ser uma pergunta", só que depois não apareceu nenhum verbo, pensei já dando risada comigo mesma "escutei errado, agora vou até o fim e depois vejo o que eu errei", aí escrevi essa frase completamente sem sentido. A frase correta era: We're inside a building and can hear the cars outside (tudo isso com um forte sotaque britânico). Muito louco, né? O que me tranquiliza é que só errei uma frase inteira assim no meu primeiro ditado, então está tudo bem. :-)
Enfim, o curso está sendo bem legal. Tenho conversado bastante nos intervalos das aulas e com isso, estou conseguindo soltar mais o inglês. Estou mais confiante para fazer algumas coisas sozinha, consigo perguntar coisas básicas, na medida do possível, estou me virando bem. Talvez mais para frente, se eu achar necessário, procure outro curso que tenha mais teoria do que esse. Por enquanto vou ficando nesse curso e estudando gramática nos livros.
Voltando a Finlândia, também tenho que agradecer muito ao tempo que fiquei estudando finlandês e tentando me comunicar. Hoje por causa do finlandês sei como devo estudar um idioma completamente novo, não me atrapalho quando uso pronome possessivo ou adjetivo, sei que sempre vem na frente, e muitas outras coisas que nem sei de fato, mas que fizeram meu cérebro trabalhar muito para aprender a pensar usando todas aquelas declinações. However, I am so happy because I am studying and speaking a language easier than finnish. Ebaaa! (finlandeses, perdoem minha sinceridade) :-)
Já escrevi demais, até o próximo post!
Maybe I'll write my next post in english, hã? Até parece... hehehehehe...