quarta-feira, setembro 26, 2007

Céu de Suely e Cirque du soleil

Ultimamente os dias são os mesmos, sem muitas emoções.
Esse módulo de finlandês está bem puxado, aprendemos 2 novos assuntos por semana, é muita coisa, considerando o idioma. Fico me perguntando quando vai ficar fácil? Talvez daqui a três anos, falando e escrevendo em finlandês sem parar.
A professora já marcou o próximo teste, será no dia 05.10. Para estudar tudo até o dia da prova, vou ter que deixar de lado minha queridíssima sonequinha da tarde e as horas em frente a televisão.
Lu está bem no trabalho e tem passado por uns apertos de prazos e muito trabalho.
Disse que nossos dias foram sem emoções, não foi? Na verdade nem todos os dias.
Na sexta passada fomos assistir um filme brasileiro "Céu de Suely" no Festival Internacional de Filmes em Helsinki. Nesse ano, o festival teve 2 filmes brasileiros (Céu de Suely e É proibido proibir), além de diversos filmes de outros países.
No caminho para o cinema, encontramos com Sanna que tinha acabado de assistir um filme. Fomos para uma lanchonete conversar e, é claro, comer também. Lu tomou um café, Sanna, um suco e eu, um super-ultra-delicioso sorvete de creme com morango. Hummm, estava muito bom! A amiga de Sanna foi nos encontrar na cafeteiria e depois fomos para o cinema, que fica do lado da cafeteira. Entramos na sala e logo depois Cássio e Patrícia chegaram. Vimos o filme. É tão bom ouvir e ver um filme em português, diferente dos outros filmes e da televisão que preciso ficar catando as palavras em finlandês na legenda ou me concentrar no inglês para entender o que está acontecendo. O filme é bom, o sotaque do nordeste é bem forte, acho que era do ceará. Mesmo sendo cearense em alguns momentos nos fez relembrar o nosso sotaque baiano. Quem já foi pro cinema com Lu sabe que, quando ele gosta de alguma coisa, ele ri sem parar. Nesse filme quando ele ouvia algo mais próximo do nosso sotaque ele ria, algumas vezes, a cena nem era engraçada e ele ria (doido, doido). :)
Depois do filme nos despedimos de Sanna e da amiga dela, fomos, eu, Lu, Cássio e Patrícia pegar o ônibus para casa. No caminho para o Kamppi, eles nos lembraram que o espetáculo do Cirque du Soleil seria no dia seguinte às 18h. Eu e Lu achávamos que esse espetáculo era bem no final de setembro. Se a gente perdesse esse espetáculo... ai, ai... nem gosto de pensar nisso. Pegamos o ônibus e voltamos para casa.
No sábado às 16h30 encontramos com Cássio e Patrícia pegamos o mesmo ônibus e depois um trem para o estádio onde foi o espetáculo. As cadeiras tinham número marcado, então não precisava muita correria. Entramos e ficamos esperando sentados o início do espetáculo. Eu estava ansiosa, antes do espetáculo um pensamento não saía da minha cabeça "Nunca imaginei que um dia pudesse ver esse espetáculo ao vivo. Eu estou aqui e logo ali o Cirque du Soleil! Uau, parece um sonho!". O nome do espetáculo é Delirium. O espetáculo começou e foi lindo, cheio de efeitos, luzes, som ao vivo (tinha sempre uma banda ou os instrumentos no palco), canções, danças... Mistura tudo isso e acrescenta algumas apresentações dos artistas do circo! Sucesso! Os efeitos do espetáculo me impressionaram, foram sensacionais, nunca tinha visto nada parecido. Nesse espetáculo teve uma homenagem ao Brasil: os cantores cantaram em português, não dava para entender muito bem, mas com certeza, era português. Tinha uma "Carmem Miranda" com uma saia gigante, embaixo da saia alguns dançarinos sambando e jogando capoeira e a banda tinha uma cuica. Se eu visse esse espetáculo no Brasil, eu acharia que a homenagem era porque estavam no Brasil, mas não, vimos aqui na Finlândia e fica claro a cada dia que passamos aqui na Europa, que o Brasil é uma referência cultural mundial. Aêêêê Brasil!!! E para os baianos, "Bóra Baêa!!!" ;)
Para fechar o espetáculo com chave de ouro, eles cantaram uma música em português também. Uau! Eu só lembro de um palavra da música: "Alegria". A melodia está até hoje na minha cabeça.
Saímos de lá felizes e extasiados. Quero mais! Quero mais! Quero mais! Tomara que no próximo ano eles voltem com outro espetáculo!

sexta-feira, setembro 07, 2007

Viagem para Paris (3)

No domingo acordamos às 8h, tomamos o café rapidinho e fomos direto para a estação de metrô. Nesse dia usamos o metrô porque queríamos chegar cedo no Louvre, já que fomos no primeiro domingo do mês, no qual todos os museus tem entrada grátis. O ônibus só passaria no ponto às 10h, depois teríamos que pegar outro ônibus e acho que às 11h30 chegaríamos no Louvre. Optamos pelo metrô para chegar mais rápido, já que o Louvre abre às 9h e assim, evitar a fila. Pegamos o metrô e chegamos lá antes das 9h30. Estávamos esperando uma fila quilométrica. Tinha fila mas não estava grande e andava bem rápida, as pessoas chegavam e entravam logo, sem nenhuma espera. Foi ótimo porque eu odeio esperar.
Entramos e pegamos o mapa do Louvre. Algumas pessoas já tinham nos dito que o Louvre é gigante e acreditem é mesmo. Tem 4 andares e um monte de seções, por isso antes de começarmos, escolhemos os lugares que queríamos visitar. Assim ficou mais fácil.
Vimos as antiguidades medievais, iranianas, francesas, gregas, romanas, egípcias e italianas. Não dava para olhar todas com cuidado, paramos em algumas, tiramos fotos e depois continuávamos caminhando. Dentre as esculturas, nós vimos a Vênus de Milo e as esculturas de Michelangelo. Ao mesmo tempo que olhávamos para as antiguidades em cada sala, olhávamos também para cima, os tetos são lindos. Hoje já não se faz tetos como antigamente. E vimos, é claro, a Mona Lisa. O quadro não é tão grande, eu pensava que ele era maior do que ele é. Não pode chegar perto e você precisa entrar no meio de uma fileira desordenada e tentar tirar uma foto de longe com um monte de gente te empurrando. Lu foi e fiquei esperando, não dava para entrar os dois, era muita confusão. Olhamos mais alguns quadros franceses e italianos do séc. XIII até o séc. XVII. Nesse mesmo andar vimos outras esculturas, não deu tempo para ir no último andar, pois já era 12h e ainda queríamos ir ao Museu D'Orsay. Para sair do Louvre é uma aventura, acho que nos perdemos um pouco, mas foi até bom, porque vimos as seções que não tínhamos visto ainda. Conseguimos sair do Louvre e pegamos outro ônibus para o D'Orsay.


Museu do Louvre


Teto do Louvre


Vênus de Milo


"The Dying Slave" de Michelangelo


Eu no Louvre


Mona Lisa


Lu no Louvre

Quando chegamos no D'Orsay, tinha uma fila enorme, estava andando mas esperamos uns 15 minutos. Pegamos o mapa e Lu disse que queria ir logo para o quinto andar, onde estão as obras dos principais pintores do Impressionismo. Em cada seção que Lu entrava, os olhos ficavam brilhando. Ele já tinha lido muito à respeito desses pintores quando ele morava com os pais dele. Cada quadro que ele via, ele queria tirar uma foto. Lu não é de fazer isso, ficar que nem aqueles turistas japoneses, que querem sair sempre na foto, não importa o que seja, eles tem que aparecer. Lu estava muito emocionado e queria ter o registro que ele esteve ao lado desses quadros. Depois disso, passamos rapidinho nos outros andares e na loja. Compramos 3 cópias e um livro pequeno sobre artes. Saimos do D'Orsay e comemos uns sanduíches em uma lanchonete pertinho do museu.


Museu D'Orsay


Relógio do D'Orsay


A ponte de Monet e Lu


A sesta de Van Gogh e eu

Depois do lanche, pegamos o ônibus de novo e fomos em direção a Igreja Sacré Cœur. Nós fomos encontrar com meu primo, Thiago, na frente do portão dessa Igreja. Esperamos um pouco, logo em seguida, Thiago chegou e fomos visitar outro museu. O museu de Salvador Dali. Como esse museu é privado, tivemos que pagar as entradas. Vimos as pinturas e esculturas de Dali, descobrimos que ele também foi estilista de moda, cada coisa doida. Depois do museu, fizemos outro lanche e colocamos a conversa em dia. Às 18h, Thiago nos levou à estação de metrô e de lá fomos direto para o Aeroporto.


Salvador Dali


Museu Salvador Dali


Pintura de Salvador Dali


Eu, Lu e Thiago (meu primo)

Gostei muito de Paris, foi uma viagem intensa, a cidade é muito bonita e bem conservada, nos fez muito bem. Se um dia sobrar alguma grana, pretendemos voltar à França e conhecer Versalhes, dizem que é uma cidade muito bonita. Sonhar não custa nada, não é mesmo?

quinta-feira, setembro 06, 2007

Viagem para Paris (2)

Sábado, 1 de Setembro, acordamos cedo para termos tempo suficiente para ver os principais pontos turísticos de Paris. Tomamos café da manhã no hotel, estava muito bom o café e principalmente os pães. Foi um café modesto, mas muito saboroso. Depois conversamos com o recepcionista (não foi o mesmo que nos recepcionou à noite) sobre o ônibus "Hop on Hop off". Esse recepcionista era mais alegre, falou algumas palavras em português, disse que tinha ido ao Brasil, já ganhou a gente, foi muito mais educado e gentil. Ele nos explicou que podíamos comprar os tíquetes do "Hop on Hop off" isto é "L'Open Tour" com ele mesmo. Ele nos deu o mapa com as rotas que o ônibus percorre em Paris e os pontos onde nós podíamos descer e subir. Pegamos 2 tíquetes para dois dias incluindo passeio de barco, pagamos 6€ (preço total) no hotel pelo serviço e mais 34€ (cada tíquete) para o motorista do ônibus. Eu acho que essa é a melhor opção para quem quer conhecer a cidade em poucos dias. Nós usamos o metrô só quando queríamos chegar em algum lugar mais rápido ou quando não tinha mais esse ônibus para pegar. Se você tem tempo, eu acho que andar de ônibus em Paris é melhor do que de metrô. De metrô você não conhece a cidade de fato, não vê as ruas, os bares, as lojas, vê só os túneis. Usamos o ônibus a maior parte dos dias, sempre íamos para o segundo andar do ônibus. Por falar nisso, quando o ônibus está em movimento, lá em cima faz um frio, pois venta muito, mas quando o ônibus pára ou quando você anda pela cidade não tem tanto vento. Então é bom levar um casaco na mochila para esses momentos. Esse ônibus tem 4 rotas turísticas e um monte de pontos. Escolhemos quais pontos nós queríamos visitar e os outros, vimos e tiramos foto do ônibus mesmo.
Lá fomos nós. Pegamos o mapa e fomos em direção ao ponto mais próximo.
Antes de chegar no ponto vimos a Torre Montparnasse, ela muito é grande, tem 210 metros e 56 andares. Uau!


Torre Montparnasse

Andamos um pouco mais e chegamos no ponto. Todo o ponto que esse ônibus pára tem uma marca amarela e verde e tem escrito "L'OpenTour". Não é tão difícil de encontrar considerando essas cores. No ponto conhecemos 2 brasileiras que já estavam em Paris há 4 dias e disseram que o ônibus estava atrasado. Depois de alguns minutos o ônibus chegou, entramos e pagamos de fato os tíquetes. Pode pagar com cartão de crédito ou dinheiro, mas acho melhor pagar com dinheiro. Digo isso porque tentamos usar o cartão e a máquina demorou tanto para dá um sinal de vida que resolvemos pagar com dinheiro mesmo. Algumas pessoas já estavam olhando feio para gente, pois estávamos atrasando o passeio de todos, inclusive o nosso.
O primeiro ponto foi a Catedral de Notre Dame. Antes de chegar lá tiramos algumas fotos de cima do ônibus do prédio da Assembléia Nacional e da Les Invalidés que fica perto da Escola Militar. Quando chegamos na Catedral ficamos impressionados com os detalhes nas paredes, os vitrais, o altar, o teto, como tudo é bonito e bem feito. Essa catedral foi feita em homenagem a Maria, por isso o nome Notre Dame, ou seja, Nossa Senhora. Ela foi construída em uma pequena ilha chamada "Ile de la Cité". Não precisa pagar para entrar, acho que se você quiser pode subir, nós não subimos então não sei se paga para subir.


Catedral de Notre Dame


Parede da Catedral de Notre Dame (repare nos detalhes)


Vitral da Catedral de Notre Dame

Depois entramos no ônibus de novo e fomos conhecer a avenida Champs-Élysées e o Arco do Triunfo. Descemos em um ponto que fica no meio da avenida para tirar algumas fotos e sentir de perto o que é a tão falada Champs-Élysées. Quando nós descemos percebemos como é extensa. De um lado pode-se ver o Arco do Triunfo e do outro o Obélisque de la Concorde. Em cada lado da avenida tem duas fileiras de árvores, as quais dão um visual bem legal à avenida.


Avenida Champs-Élysées ao fundo o Arco do Triunfo


Avenida Champs-Élysées ao fundo o Obélisque de la Concorde


Eu na Avenida Champs-Élysées


Lu na Avenida Champs-Élysées

No caminho para o Arco do Triunfo, paramos em uma lanchonete e comemos uma deliciosa baguete (especialidade francesa) de presunto parma. Depois desse lanche rápido, caminhamos mais um pouco e percebemos que o Arco do Triunfo fica no meio de uma rotatória, só que não tem como atravessar pela rua. Depois de alguns segundos procurando um forma para atravessar a rua, avistamos uma placa que dizia que tínhamos que descer uma escada para chegar do outro lado. Ahá! Descemos as escadas, passamos pelo túnel e conseguimos chegar no Arco do Triunfo. Ele é muito, muito grande. Quando eu via nas fotos, achava que ele era médio, não tão grande, sei que isso é muito relativo, fica difícil de explicar, enfim, não imaginava ele do tamanho que ele é realmente. Ele foi inaugurado em 1836 e foi construído para comemorar as vitórias militares de Napoleão Bonaparte. Lá tem os nomes de 128 batalhas e 558 generais. No meio do arco tem um túmulo de um soldado desconhecido, construído em 1920. Quando vi isso, achei meio esquisito por que construir um túmulo para um soldado desconhecido naquele lugar? Li sobre o assunto na wikipedia e entendi o porquê. No tempo de guerra, muitos soldados morreram sem serem identificados, por isso, alguns países construíram esse tipo de túmulo que representa a sepultura desses soldados não identificados. Agora sim!


Arco do Triunfo


Lu no Arco do Triunfo (ele está de casaco azul e de braços abertos,
repare como Lu ficou pequenininho em relação ao Arco do Triunfo)



Batalhas e nomes de generais escrito na parede do Arco do Triunfo

Pegamos o ônibus de novo e fomos para a Torre Eiffel. Esse sim é um lugar famoso. Foi tão estranho ver a Torre Eiffel de tão perto, a qual só tinha visto em livros ou na internet. Eu me senti um pouco sem ar, com um sorriso preso, meio eufórica por estar tão perto e pensar "ela realmente existe!". A Torre Eiffel tem 317 metros de altura, pesa 10.000 toneladas e o seu nome veio do engenheiro que a fez, Gustave Eiffel. Li no wikipedia que ela foi construída para um evento de comemoração do centenário da Revolução Francesa. Inicialmente, Eiffel planejou construir a Torre no Canadá, mas foi rejeitada. Imagine se essa torre fosse construída lá? Qual seria o ícone de Paris hoje? Talvez o Arco do Triunfo, sei lá. Resolvemos não subir na Torre, pois não tínhamos tempo, se um dia a gente voltar, quem sabe?


Torre Eiffel


Lu, eu e a torre ao fundo


Depois fomos andando em direção ao Museu de Rodin. No caminho vimos a Escola Militar e um monumento à paz, onde tem a palavra paz escrita em vários idiomas. Andamos mais um pouco, passamos na frente do "Les Invalides", onde tem museus e monumentos, todos relacionados a história militar da França. Como eu disse só passamos na frente, não tivemos tempo para visitá-lo. Andamos mais um pouco e achamos o museu. Pagamos nos dois tíquetes 14€ (eu acho). Vimos a coleção dele de artes japonesas e depois fomos para o jardim onde estão as obras dele. É impressionante ver as esculturas dele de tão perto, elas são muito expressivas e a sensação que dá é que a qualquer momento elas vão se mexer de tão real que parecem ser. Adorei! Eu nunca tinha visto uma exposição como essa, não sou muito referência, já que só vou de vez em quando a um museu de arte, mas eu garanto é de impressionar qualquer um.


Escultura de Rodin


Escultura de Rodin


Pensador de Rodin

Depois dessa experiência maravilhosa, pegamos o ônibus de novo e fomos em direção a Igreja de Sacré Cœur. De cima do ônibus vimos o Obélisque de la Concorde (agora de perto), a Igreja La Madeleine, a Academia Nacional de Música e o cabaré Moulin Rouge. O Obélisque de la Concorde fica na praça La Concorde onde durante a revolução francesa mais de 1300 pessoas foram guilhotinadas, entre elas o rei Luis XVI, a rainha Maria Antonieta, Madame du Barry, Antoine Lavoisier, Danton e Robespierre. Esse obelisco fica no centro da praça de La Concorde, decorado com hieróglifos egípcios que exaltam o reino do faraó Ramses II. Mehemet Ali, governador do Egito, ofereceu à Paris em 1831 esse obelisco que tinha, naquela época, 3.300 anos. Era nesse lugar, no qual o obelisco está atualmente, que ficava a guilhotina.
O cabaré Moulin Rouge foi construído em 1889 e até hoje oferece musicais. Antigamente, era um cabaré de striptease e onde tinha as famosas apresentações de Cancan, hoje não sei o que acontece por lá. Quem quiser pode ir lá e conferir, não esqueça de contar pra gente. :)


Obélisque de la Concorde


Igreja La Madeleine


Academia Nacional de Música


Moulin Rouge

Chegamos na Igreja Sacré Cœur, estávamos mortos de cansaço. Quando saimos do ônibus, colocamos nossa câmera na mochila, porque lá tinha muitas pessoas e também não nos sentimos à vontade com o clima do lugar. Andamos um pouco, compramos um crepe de nutela, maravilhoso! No entanto, a vendedora era muito grossa, parecia que alguém a obrigou a vender crepe. Travamos uma conversa bem rápida, pedi um crepe de nutela, ela fez o crepe com uma cara mal-humorada, depois de pronto me entregou e eu paguei. Só que me atrapalhei e paguei 2€ ao invés de 3€. Ela me olhou séria e disse "3€!" em francês, eu entendi falei "pardon" e entreguei o restante. Aff! Ninguém merece! Vou logo avisando, ela fica no final da ladeira em direção a Igreja Sacré Cœur exatamente na esquina, à direita de quem está subindo. Não vá ou vá lá e dê 2€ ao invés de 3€ hihihihi...
Quando chegamos na Igreja, uns caras vieram em nossa direção e pediam o nosso dedo. Como somos escolados no Pelourinho, não sabíamos nem o que eles queriam e fomos logo dizendo "No, no, no!". Eles rapidamente desistiram da gente. Depois descobrimos a intenção deles, pois vimos eles fazendo nas mãos de outros turistas. Eles pedem o seu dedo, colocam um argolinha com umas fitinhas no seu dedo, traçam bem rápido essas fitinhas, que se transformam em um pulseirinha e depois tentam vender a pulseira para você. Depois ficamos sabendo por meu primo, que está estudando em Paris, que se você não paga, o cara diz "respeite o Senegal!" e chama os outros colegas dele para cobrar a grana de você. Que onda, né? Moral da história: nunca dê seu dedo sem saber para quê. (essa frase ficou meio esquisita, entendam como quiser, hehehe)
Depois de ultrapassar a "galera do Senegal", subimos a escadaria para ver a Igreja. Lá em cima tem uma vista muito bonita de Paris, entramos na Igreja rapidinho e depois voltamos para o ponto pegar o último ônibus para o passeio de barco.


Igreja Sacré Cœur (e as escadas, tem muito mais escadas
do que está aparecendo nessa foto)



Vista da Igreja Sacré Cœur

Descemos do ônibus e pegamos o barco. Na verdade não é um passeio guiado, é um barco para ir de um lugar para outro. Foi legal ver Paris do barco. Descemos perto do Louvre e fomos jantar. Jantamos em um restaurante francês em uma ruela, agora não lembro o nome da rua. Eles tem um esquema de almoço completo com entrada, prato principal e sobremesa. Nós pagamos 14€ cada um para ter tudo isso. É muita comida, já não tinha espaço para sobremesa. O garçom atendeu a gente bem, mas eu sentia um "quê" de irritação da parte dele, os franceses realmente não gostam de falar inglês. Depois do jantar, pegamos um metrô de volta (é sempre bom ter o mapa do metrô nas mãos) e fomos para a Torre Montparnasse, ver Paris de noite.


Eu no barco


Lu no barco


Vista do barco


Eu no restaurante francês


Lu no restaurante francês


Restaurante francês

Quando chegamos na Torre Montparnasse, compramos o ingresso lá mesmo (não lembro quanto foi) e subimos até o 56º andar. O elevador sobe tão rápido que você sente aquela mesma sensação nos ouvidos de quando o avião está decolando. No 56º andar, fomos para o terraço de escada. Foi tão lindo. A torre Eiffel estava brilhando, lindo, lindo! Deu para ver alguns lugares que a gente tinha conhecido só que agora de noite e com iluminação. De lá dá para ver Paris 360º. Foi massa! Eu recomendo!


Vista da Torre Montparnasse (Torre Eiffel brilhando)


Vista da Torre Montparnasse (Les Invalides em verde)


Depois desse dia cheio e intenso, voltamos para o hotel andando e dormimos vendo o US Open de tênis na TV.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Viagem para Paris (1)

Na sexta-feira passada, 31.08, fomos para Paris. Ganhamos essas passagens em uma promoção da nossa academia. Nos preparamos para a viagem, peguei um guia de Paris na biblioteca, lemos algumas coisas sobre Paris na internet, escolhemos os pontos turísticos que iríamos visitar, etc.
Saímos de casa mais ou menos às 18h, entramos no avião às 20h10. A viagem foi tranquila, o único (e grande) problema foram as poltronas. Quando fizemos o check-in só tinha duas poltronas juntas na última fileira do avião, ou seja, perto do banheiro, praticamente na cauda do avião. Não podíamos reclinar as poltronas, foi muito desconfortável, não conseguimos dormir.
Descobri durante o vôo que a empresa aérea (Blue1), na qual estávamos viajando, não serve comida e nem bebida a bordo para baratear o preço das passagens. Lu sabia disso mas não tinha me contado, me desesperei por um segundo, porque, logo em seguida, ele me explicou como funciona. Eles oferecem um menu com alguns lanches e bebidas, você escolhe e paga na hora em dinheiro ou cartão de crédito. Ufa! Que alívio. Compramos 2 sanduíches e uma Coca-Cola. Deu para aguentar bem a viagem inteira. Enfim, para ir à Paris tudo é suportável.
Chegamos às 22h10 em Paris. No aeroporto começamos a procurar onde é a saída para o RER (tipo de trem usado para ir das regiões suburbanas para o centro de Paris ou vice-versa). Antes de ir para Paris vimos no site de transporte como ir de trem/metrô do Aeroporto Charles de Gaulle para o nosso hotel em Montparnasse. Esse site é bem simples de usar, você coloca o endereço de onde e para onde você vai, em seguida uma outra janela é aberta com os metrôs/trens que você deve pegar e as opções de horários disponíveis. Por isso, sabíamos que precisaríamos pegar o "RER B" e depois "M 4". Em pouco minutos, encontramos a "saída" do aeroporto, quer dizer, não era ainda a saída. Pegamos um trem interno dentro do aeroporto para só assim chegar na saída onde tem a estação do RER. Procuramos um lugar para comprar os tíquetes para o centro e encontramos um balcão de vendas. Pagamos no total 16,40€ por dois tíquetes. Não é preciso comprar outros tíquetes para o metrô, esses podem ser usados tanto no RER quanto no metrô. Pegamos o RER B e depois o metrô 4. Tudo tranquilo, o metrô é bem sinalizado, se você sabe qual direção você deseja ir, tudo fica fácil. Quando entramos no RER e no metrô, sentimos diferença com relação aos transportes daqui da Finlândia e de Paris. Em Paris os transportes são mais antigos e mais acabadinhos, são mais sujos, descuidados e as pessoas falam alto, isso não é nenhuma novidade, já que são coisas comuns de cidades grandes. No entanto, acreditem, já estamos descostumados. Aqui os trens são relativamente mais novos, limpos e quase não ouvimos as pessoas falarem. Podemos dizer que moramos em uma cidade pequena com infra-estrutura de cidade grande.
Chegamos em Montparnasse mais ou menos à meia-noite e começamos a nossa peregrinação para encontrar o nosso hotel. Não foi muito fácil, mas encontramos. O clima de Montparnasse à noite não é muito agradável. Na verdade não aconteceu nada com a gente, mas como estávamos em uma cidade grande de verdade, eu me sentia em alerta o tempo todo. Claro que Paris não se compara a Salvador ou Rio de Janeiro (cidades nas quais já morei), mas eu relembrei o que é andar à noite em uma cidade grande. Além disso, perto da Torre Montparnasse estava tendo algum evento, acho que era um festa ou show ou sei lá, todos que estavam perto da entrada eram muito esquisitos, olhavam para a gente de uma forma esquisita, enfim, é de assustar qualquer um que está indo pela primeira vez a uma cidade tão grande como Paris e não sabe como as pessoas se comportam.
Deixando isso de lado, encontramos o hotel e estávamos super cansados. Lu falou com o recepcionista em inglês que nós tínhamos uma reserva. O cara perguntou na lata: "Por que vocês chegaram a essa hora? Já ia cancelar a reserva de vocês". Nenhum "boa noite", nadinha. Lu respondeu que nós tínhamos chegado a pouco tempo em Paris e que tínhamos avisado a agência que vendeu a reserva que nós chegaríamos de noite. Ele não disse nada e depois entregou a chave do quarto. Pegamos a chave e Lu tentou abrir a porta, mas a chave não funcionava. Lu desceu e falou com o recepcionista. Ele riu e Lu falou "você deve saber de algum jeitinho para abrir a porta". Ele subiu com o sorriso no rosto, colocou a chave na porta, fez o jeitinho dele e a porta não abriu. Aí nós rimos dele, ha-ha-ha!!! Ele ficou todo sem graça e disse "é, você tem razão". Ele tentou mais algumas vezes, até que conseguiu e mostrou para Lu como tinha que fazer. Se um dia nós voltarmos em Paris, não fico nesse hotel de jeito nenhum e não recomendo para ninguém, só por causa desse recepcionista, que cara grosso! Então gravem esse nome Arcadie Montparnasse e nem passem perto da porta.
Deixamos as coisas no quarto e fomos comer alguma coisa na rua, eu não estava com muita fome mas Lu estava morto de fome. Saímos, andamos um pouco e encontramos um lugar que vendia sanduíche com batata frita, compramos um pois era grande e dava para nós dois numa boa. Voltamos para o hotel e dormimos.
Vou parando por aqui, senão esse post ficará gigante, amanhã eu conto como foi o segundo dia em Paris.