segunda-feira, janeiro 28, 2008

Viagem de ida ao Brasil (1)

Essa viagem para o Brasil mexeu muito comigo. Está difícil voltar para o clima frio e escuro daqui. Desde o dia que chegamos aqui, tivemos um dia de sol. Todos os outros dias foram nublados e escuros. Nevou forte somente um dia. Agora vemos poucos pontos de neve pela cidade. Tomara que a neve venha para valer mesmo, precisamos de algo branco no meio dessa escuridão.
Mudando de assunto, vamos direto ao post: a viagem de ida para o Brasil.
Tudo começou em algum dia de Agosto quando compramos as passagens na agência de viagem seat24. Logo depois recebemos em casa os bilhetes da viagem de ida e de volta. Do dia que recebemos tais bilhetes até o dia da viagem a agência mandou três e-mails informando mudanças no roteiro da viagem.
Um dia antes da viagem eu perguntei a Lu se precisávamos imprimir o último email que a agência tinha mandado com as modificações da viagem. Lu disse que seria bom ter impresso com a gente. Imprimi.

O nosso roteiro de viagem seria:

Saída -> Chegada
Helsinki (08:00h) -> Munich (09:30h)
Munich (17:00h) -> Paris (18:40h)
Paris (21:00h) -> SP (05:40h)
SP (07:30h) -> RJ (08:30h)

Vimos alguns sites sobre Munich e programamos um passeio pois ficaríamos lá de 09:30 às 17h. Tínhamos que aproveitar a chance.
No dia seguinte, dia da viagem (20.12), Lu perguntou "pegou as passagens?" e eu respondi "peguei". O táxi chegou atrasado em casa, já estávamos ficando nervosos. Felizmente às 7h estávamos na fila do checkin. Nós estávamos muito ansiosos por causa da viagem. Conversa vai, conversa vem, quando Lu faz "a" pergunta da viagem "você pegou os bilhetes ou o papel impresso?", eu respondi com medo "o papel impresso".
Lu olhou para mim com um olhar desesperador e disse "nós não vamos entrar, eles não vão deixar a gente viajar sem os bilhetes". Eu não estava entendendo nada, como não iríamos embarcar se tínhamos o número da reserva? Lu explicou que tínhamos o número mas não tínhamos como provar que a reserva era nossa, nossos nomes não estavam registrados, só os números dos bilhetes podem provar que as reservas eram nossas mesmo. As reservas estavam associadas aos números dos bilhetes e os bilhetes associados a gente. Sem os bilhetes nada feito. Se fossem bilhetes eletrônicos, só o número da reserva e algum documento que identificasse que você é você mesmo, funcionaria, pois nesse caso, a reserva está associada ao número de identificação do passageiro. Por isso os bilhetes "físicos", aqueles de papel, não podem ficar em casa, tem que levá-los para o aeroporto consigo. Eu nunca imaginei que isso poderia acontecer, nunca viajei com esses bilhetes. Lu sabia porque ele já tinha feito uma viagem que precisou mostrar o bilhete físico no checkin. Eu sou de uma era que usa bilhetes eletrônicos, bilhetes físicos são coisas do passado.
Mesmo assim, tentamos. Fomos até o balcão e conversamos com a atendente. Ela disse "me desculpem, mas preciso ver os bilhetes".
Fiquei tão triste. Não tínhamos tempo para ir em casa pegar os bilhetes. A atendente sugeriu que fossemos em duas agências tentar comprar passagens para Munich, pois ainda tínhamos tempo para chegar em Munich (veja o roteiro acima) e usar os bilhetes de Munich para Paris e os outros bilhetes sucessivamente. Fomos na primeira agência, a atendente falou que não tinha mais passagem e sugeriu outra agência. Eu já estava quase chorando, sentia um aperto no coração. Nós sabíamos que senão conseguíssemos esses bilhetes perderíamos todas as passagens. Todas mesmo, pois seria muito caro comprar todas as passagens de ida para o Brasil novamente, não tínhamos essa grana. Se não fôssemos ao Brasil, perderíamos as passagens de volta também. Que prejuízo!
Lu viu que eu estava ficando muito nervosa e disse para eu esperar no saguão do aeroporto enquanto ele tentava na outra agência. Eu fiquei, mas fiquei andando de um lado para o outro. Os minutos passavam tão devagar. Até que Lu apareceu, a expressão do rosto dele não me dava nenhuma pista. Ele tinha conseguido ou não? Ele conseguiu. Eu chorei de soluçar no meio do saguão, enquanto ele me explicava que tinha comprado duas passagens para Munich saindo de Helsinki ao meio dia, com uma escala em Copenhagen. Fomos para casa pegar os bilhetes pois iríamos usá-los de Munich para Paris, de Paris para SP e de SP para o RJ. Quando chegamos em casa com as malas, aquela sensação de ter perdido o vôo e de quase ter perdido a viagem toda para o Brasil, ainda estava atravessada na nossa garganta. Ainda estávamos nervosos. Tomamos um chá e vimos TV para distrair.
Para não termos mais imprevistos, duas horas antes da viagem nós fomos para o aeroporto. Fizemos logo o checkin, entramos e fomos fazer um lanche. Comemos e fomos para o portão esperar a hora de embarcar. Quando chegamos no portão, descobrimos que o nosso avião estava atrasado. Se esse avião atrasasse nós perderíamos o vôo de Munich para Paris e todos os outros sucessivamente.
Atrasou tanto que antes de embarcarmos nós já sabíamos que tínhamos perdido os outros vôos. Lu falou com um rapaz da companhia aérea sobre nosso problema e ele disse para embarcarmos de qualquer jeito e resolvermos isso em Copenhagen. Lá fomos nós. Embarcamos com medo de chegarmos em Copenhagen e não resolverem nosso problema, já que a responsabilidade da agência de viagem era fazer a gente chegar em Munich e não no RJ. Eram reservas diferentes com empresas diferentes. Estávamos nervosos de novo.

Um comentário:

Vinicius disse...

Carácolesssssssssssssssssssssssss!!!
Quando vc falou que tinha sido complicado chegar aqui eu não sabia que tinha sido praticamente um trhiller! Rapaz, hahahaha... sério mesmo... muito foda! Estou esperando a segunda parte dessa odisséia cheia de suspense, drama e aventura.