terça-feira, fevereiro 12, 2008

Viagem de ida ao Brasil (3)

Embarcamos em Copenhagem e seguimos para Paris sem atraso. Chegamos em Paris no horário previsto, no entanto com 30 minutos para achar o terminal, fazer o checkin e entrar no avião.
Saímos correndo como uns loucos pelo aeroporto. Paramos no primeiro balcão de informação do aeroporto e Lu perguntou onde ficava o balcão da TAM, a atendente disse para pegarmos o elevador e seguirmos em frente que acharíamos o terminal 2 onde fica a TAM. Fomos correndo, pegamos o elevador e continuamos correndo, só que não conseguíamos achar nenhuma placa indicando para que lado estava o terminal 2. O tempo passando, o tempo passando, Lu perguntou a outra pessoa e no meio da explicação, ela disse as palavras mágicas "...peguem o trem e...". Ah! O trem, é claro. Voltamos para o lugar que a primeira atendente tinha nos dito e quando estávamos chegando, o trem saiu. Ficamos lá durante 3 longos minutos esperando o próximo trem. Pegamos o trem, só para contrariar, o terminal 2 é o último e vem depois do terminal 3. Saímos do trem e corremos, corremos e corremos. Já sabíamos que o aeroporto da França é muito grande, mas não imaginávamos que o balcão da TAM fosse tão longe. No meio da maratona, eu comecei a passar mal, perguntei se Lu ainda aguentava, ele disse que sim e passei as passagens para ele, parecia até aquela prova do bastão que tem nas olimpíadas. Lu continuou correndo e eu fui andando/correndo para recuperar o fôlego. Depois de muito correr, Lu resolveu perguntar a uma atendente se estávamos indo para a direção certa, ela disse "tá vendo aquele restaurante? a TAM é depois dele", o restaurante estava láááá no final do corredor, a gente não aguentava mais. Falei para Lu "vamos andando porque eu acho que já perdemos o vôo, não adianta mais correr". Andamos até a TAM em passos rápidos. Quando chegamos no balcão, Lu falou uma frase em inglês:"precisamos fazer o checkin para esse vôo", o cara que estava lá, falou "vocês falam inglês, francês ou português?", eu respondi na mesma hora "português". Ainda bem que ele falava português, porque Lu estava passando mal e não conseguia falar mais nenhuma palavra. Expliquei novamente o que aconteceu, ele disse que perdemos o vôo e falou o nosso problema em francês para um outro cara que estava no computador em nossa frente. Os dois ficavam conversando em francês na nossa frente e falavam "...SSA-GRU-GIG...". Percebi que estavam falando das siglas dos aeroportos de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Eu repetia "não tem salvador, não, é só são paulo e rio de janeiro". Depois de alguns minutos, para a nossa surpresa, o cara do computador falou com a gente em português, "vocês perderam esse vôo, mas temos outro vôo para SP. Esse é com escala em Salvador, não precisarão sair do avião e em SP vocês pegarão outro vôo para RJ, ok?", nessa situação só poderíamos dizer "ok". Fica aí a questão: por que eles falavam em francês na nossa frente? Foi uma grosseria da parte deles, enfim, naquele momento o que mais importava era entrar no avião para o Brasil em francês ou em português.
Pegamos as passagens e fomos em direção ao portão de embarque, a fila para entrar estava um pouco grande, ficamos um pouco apreensivos de perder novamente o vôo, mas conseguimos passar a tempo. Entramos no avião, sentamos e respiramos fundo. Agora sim, estamos a caminho do Brasil, ufa!
A viagem foi tranquila mas muito longa e, é claro, adivinhem? O vôo atrasou. Saímos do avião um pouco tontos. Chegamos em SP às 9h da manhã. Enfrentamos uma fila gigante de brasileiros vindo do exterior e depois outra fila gigante da alfândega. Imagine o aeroporto de Guarulhos na época de Natal, é isso mesmo, insuportável, mas estávamos felizes de estar no Brasil. Agora até de ônibus nós iríamos para o Rio. Depois de enfrentar essas filas, fomos para outra fila da TAM de transferência de vôo, pois tínhamos perdido o vôo. Isso nem era mais novidade. Depois de mais ou menos 20 minutos, chegou a nossa vez. A atendente disse que tinha duas opções: um vôo em Guarulhos às 17h para o RJ e eles pagavam uma diária em algum hotel até a hora do vôo ou pegar um vôo SP-RJ em Congonhas, o outro aeroporto de SP, e eles pagariam o táxi para Congonhas. Escolhemos a segunda opção, estávamos muito cansados e queríamos chegar logo no RJ. Na minha inocência perguntei a atendente "teremos que esperar naquela fila lá fora?", ela disse "não, é só chegar lá e pegar o táxi, sem fila, agora são 10h, o vôo de vocês é às 12h, em 1 hora e meia vocês estarão em Congonhas". Mentira. Chegamos lá, falamos que estávamos atrasados com a responsável pela empresa do táxi e ela disse "todo mundo dessa fila está atrasado também, vocês terão que esperar na fila, hoje está difícil, porque choveu muito e os táxis estão fazendo 2h daqui até Congonhas". Iríamos perder mais um vôo. Grande novidade, ha...ha...ha, isso nem nos abalava mais.
Pegamos o táxi, o motorista confirmou que seria 2h daqui até Congonhas. Quando estávamos chegando perto do aeroporto, ele falou "o santo de vocês é forte, porque aqui estava tudo parado, acho que vocês chegarão a tempo" e eu respondi "nosso santo é forte mesmo, se eu te contar o que passamos nessa viagem, você nem vai acreditar". O vôo para RJ não estava atrasado. Liguei para minha mãe avisando que não chegaríamos no aeroporto Galeão e sim, no Santos Dumont mais ou menos às 13h. Tadinha, estava no Galeão desde 8h30 nos esperando. Pegamos o vôo no horário certo e enfim, chegamos no Rio de Janeiro.
Só para manter registrado, o nosso roteiro final da viagem foi: Helsinki -> Copenhagen -> Paris -> Salvador (escala) -> São Paulo -> Rio de Janeiro. Aff...
O cansaço foi grande, mas vontade de chegar no Brasil, foi maior ainda. Conseguimos vencer essa maratona de estresse, sem nenhuma briga, com muita paciência, silêncio e, quando era possível, muito carinho. :)
No próximo post conto como foi a volta para a Finlândia, mas já adianto que foi beeem mais tranquila.

5 comentários:

Teea disse...

Querida Carol,
Depois destes posts seus só posso falar que sempre tive muita sorte com os vôos... vamos ver se a minha sorte continua. Ainda bem que não comprei uma passagem mais barata a Fortaleza com uma escala em Paris assim que tem que ir de um aeroporto ao outro (sim, estou falando de aeroporto, não terminal), ou talvez seja mais fácil assim, no caso de Paris? ;)
Ahh, vou a Lisboa só na semana santa! E o que ainda não contei no meu blog, a Ceará no final de abril... comprei a passagem hoje mesmo.

Beijão!

Pata disse...

Oi Cá!

Só posso te dizer uma coisa: o Lucas é um santo! Nessa confusão toda o Cas ia brigar muito comigo, nossa, não quero nem pensar! Aliás, a maioria dos homens costuma agir assim numa hora dessas, portanto, nesse ponto ele merece nota dez, hehe.

Quando ao texto lá do blog, eu peguei pesado mesmo. Explico: a idéia era mostrar que realmente a escuridão não se compara a nenhum dos problemas que podem tirar a paz e a felicidade de uma pessoa. Como vc disse, ela pode acentuar os conflitos internos que temos, os problemas reais que passamos na nossa vida. Nesse sentido é que se torna realmente importante olhar para dentro e procurar o que de fato está nos deixando tristes ou deprimidos. Essa atitude pode nos ajudar a identificar melhor os nossos problemas e a descartar o que não precisa entrar nessa categoria ;)

Bjnhs!

Mauricio Vieira disse...

Da próxima vez, venham mais dias antes do Natal, simples :)

Beijos,

Vinicius disse...

PQP...
Mas veja pelo lado bom: vocês SÓ perderam 4 (quatro!!!) vôos. Poderia ter sido 5! Mas o incrível mesmo é vocês terem conseguido cumprir a rota até o Rio. Outra coisa: puta merda, que tanto vôo atrasado hein? Será que é só na época do natal ou a aviação mundial no mundo tá tão caótica quanto no Brasil? Por fim, parabéns à paciência de vocês. É assim mesmo, não adianta ficar irritado um com o outro num momento em que discutir não ia adiantar nada para resolver o problema. E da próxima vez leva até a certidão de nascimento pra não dar sopa pro azar! :-)

André Lage disse...

Oi Carol!!

"Fica aí a questão: por que eles falavam em francês na nossa frente? Foi uma grosseria da parte deles,"

O outro cara falava português? Tvz o outro cara fosse francês, nao?

Bom, o aeroporto de Paris (o CDG, Charles de Gaule) é dividido em 3 partes. Tem um metrô que liga as partes 1 e 3 à parte 2, a parada eh grande mesmo! Jah passei bons bocados ali, "crendeuspai"!! A gente só pensa: vou perder o vôo, vou perder o vôo!.. O de Madrid eh a mesma coisa, a ideia eh "pongar" em alguem que vá pro mesmo lugar - e que conheça o aeroporto, eh claro, rss.

Eu tive q sorte de conhecer um brazuca/alemao que tava indo pra alemanha passando por Madrid e o voo dele de conexao era no mesmo portao/lugar que o meu. Fui com ele até o lugar de embarque (vide 1o. post do meu blog).

Pois eh.. que parto essa sua história! E que nao se repita! ;)

Lage.