segunda-feira, julho 30, 2007

Ajudando o Brasil da Finlândia

Como estava previsto Lu chegou na madrugada do domingo retrasado, 22 de Julho. Eu não consegui dormir de ansiedade, fiquei acordada, rolando na cama até que ouvi o barulho da chave na porta e ele, enfim, chegou. Acho que era mais ou menos umas 2h da madrugada, ele chegou muito cansado, no dia seguinte acordou às 11h, isso porque eu chamei. Tínhamos que ir para o aniversário de Cássio.
Às 12h30 fomos para casa de Cássio e Patricia antecipar a entrega dos presentes que eles tanto mereceram pela semana que me apoiaram aqui na Finlândia. Compramos o livro mais novo de Harry Potter para Cássio e orquídeas para o casal. Pela reação deles, acho que gostaram. :)
Depois fomos para o restaurante turco comemorar o aniversário de Cássio. Foi dez! A comida era muito saborosa e a companhia foi ótima. Além da gente, foram Carol e Flávio, Rhaoni, Lidi, Rodrigo, Paula e Àtila. Muito legal! Rhaoni, Lidi, Rodrigo, Paula e Àtila tiveram que sair mais cedo, uma pena, eles perderam um "programaço". Depois do almoço, fomos para casa de Flávio e Carol e tomamos "Café do Ponto". Depois de alguns meses na Finlândia, tomando o café daqui, dá para pereber claramente a diferença entre o café brasileiro e o café finlandês. O gosto do café do Brasil, é infinitamente melhor, é mais forte, tem mais gosto e cheiro de café. O café daqui tem gosto de café misturado e é bem mais fraco, o único bom é o expresso, que chega perto do nosso, mas nem tão perto, o gosto ainda é diferente. Foi uma delícia sentir o cheiro e o gosto de um cafezinho tipicamente brasileiro, huummm... Depois disso, Lu e Flávio começaram a tocar violão e nós acompanhamos cantando e, às vezes, dançando. Foi muito divertido. Lu saiu de lá, dizendo que nunca tinha se divertido tanto aqui na Finlândia quanto naquele dia. Então, dá para imaginar, né?


Lu, eu, Cássio, Patricia, Carol e Flávio


Lidi, Rhaoni e Patricia


Átila, Paula e Rodrigo (de trás para frente)


Cássio soprando as "velinhas" na casa de Flávio e Carol


Café brasileiro, huuummmm...


Carol, eu e Patricia


Cássio, Lu e Flávio

E a segunda-feira chegou, mal deu para curtir Lu e ele já teve que ir trabalhar. Passei essa semana inteira me sentindo muito sozinha, sei que não estava sozinha, mas me sentia assim. Talvez porque não tivemos tempo suficiente para matar a saudade. A semana foi passando e eu fui ficando melhor.
Na quinta-feira, fomos visitar Sanna. Ela tinha feito pulla e torta de mustikka, tudo estava delicioso! Encontramos com Sabrina e Larissa, irmã de Sabrina que está por aqui de férias. Foi massa!
Na sexta passada, pela tarde, eu e Patricia encontramos com Carol, Selene e Tânia. Eu conheci Selene e Tânia por causa da comunidade do orkut "Brasileiros na Finlândia" da qual todas nós fazemos parte. Esse encontro foi o resultado de uma discussão gigante sobre "Por que você veio para Finlândia se sente tanta falta do Brasil?" desse tema foi para outra discussão gigante dos pontos positivos e negativos do Brasil e da Finlândia e depois surgiu a idéia de ajudar o Brasil de alguma forma daqui Finlândia. Acho que foi isso, não acompanhei essa discussão direito, só li alguns comentários. Povo da comunidade "Brasileiros na Finlândia", se eu disse algo errado me corrijam.
Então, lá estávamos nós para tentar pensar em alguma forma de ajudar alguns brasileiros de tão longe.
Tânia começou o papo contando das suas experiências na Finlândia e deu boas idéias para participarmos de projetos sociais por aqui, ajudando os refugiados. Não seriam brasileiros, mas estaríamos ajudando pessoas de outras partes do mundo que vêm para cá em uma situação de desespero, buscando uma vida mais tranquila e melhor. Pelo o que Tânia e Carol, que também já trabalhou com refugiados, disseram é que muitos dos que vem, são crianças e adolescentes que são mandados pelos pais, pois estes sabem que se mandarem as crianças ou adolescentes para cá, a Finlândia não pode rejeitar, tem que acolher. Tânia e Carol também disseram que tem adultos de 30 anos que chegam aqui dizendo que tem 17 anos. Elas falaram que dá para ver claramente que a pessoa não tem 17, mas não tem como provar que ela tem mais que 18 anos, pois chegam aqui sem nenhum documento, a princípio a Finlândia tem que acolher também. Não sei o que acontece depois, talvez eles achem um jeito de descobrir e mandar a pessoa de volta ou talvez, vão esquecendo, esquecendo e a pessoa acaba ficando. Sei lá.
Tânia disse que tem ótimos contatos, pois participou de um projeto ensinando matemática para os refugiados, e que assim que ela puder passaria para nós por email. Essa é uma boa forma de ajudar diretamente pessoas, eu preciso disso, não consigo ajudar de longe, queria participar de algum projeto que pudesse ajudar de perto. Acho que esse é o caminho aqui na Finlândia.
Carol e Tânia disseram que também tem angolanos que vem para Finlândia só falando português, que podíamos buscar algum projeto no governo ou em outra instituição que precisasse de ajuda na integração dos angolanos na Finlândia. Essa também é uma boa idéia para ajudar de perto, Tânia disse que iria se informar à respeito disso e depois avisaria a gente.
Depois Selene sugeriu dois projetos para ajudar pessoas no Brasil. O primeiro é ajudar brasileiros que estivessem vindo para a Europa, dando contatos e dicas para se manterem por aqui e o segundo é quando nós fôssemos para o Brasil, déssemos palestras em algumas instituições sobre temas que estas estivéssem precisando. Por exemplo, suponha que exista um grupo de costureiras que queiram fazer uma cooperativa, a gente estudaria o assunto e apresentaria para elas quando fôssemos no Brasil. Legal, é uma forma de ajudar, mas não é tão intenso, seria uma ajuda pontual.
Quase no final do encontro, Carol deu uma super idéia para ajudar algumas pessoas no Brasil, eu achei a melhor de todas. Ela sugeriu que vendêssemos produtos de artesãos brasileiros aqui na Finlândia. Como não tínhamos pensado nisso antes?! Se der certo, iremos ajudar essas pessoas diretamente contribuindo para o crescimento da renda e melhoria da vida delas no Brasil. Para isso, definimos que iremos escolher 2 projetos inicialmente. Esses projetos podem ser 2 cooperativas ou 2 grupos de artesãos ou 1 uma cooperativa e 1 grupo de artesão. Patricia disse que vai marcar uma entrevista na Embaixada para eles explicarem o que é preciso para nós importarmos esses produtos do Brasil. Eu fiquei responsável em encontrar 1 cooperativa ou 1 grupo de artesãos, pois Carol disse que já tem um grupo para indicar. Agora vamos trabalhar nesse idéia e buscar todas as informações necessárias para que isso dê certo.
Depois do encontro, eu e Patricia fomos para casa dela e de Cássio, pois Lu e Cássio estavam lá jogando Playstation 3. Cássio conseguiu alugar na Nokia. Os dois ficaram viciados em um jogo de guerra, jogaram até 2h da madrugada. No sábado de tarde, fomos na casa deles de novo, vimos um filme e depois eles jogaram novamente até 1h30 da madrugada. Que vício! Ainda bem que é alugado, senão eles iriam viver só para isso.
Essa foi a nossa semana. Provavelmente, agora, nessa semana será a defesa do mestrado de Lu. Ele ainda não divulgou o dia, porque ainda não temos certeza se o sistema de videoconferência irá funcionar certinho. Quando soubermos o dia, hora e local, nós avisaremos com certeza.
Depois de tantas novidades vou parando por aqui. Em breve escreverei de novo. :)

7 comentários:

Vinicius disse...

Oi Kerol, muito legal o esforço de vcs em ajudar o Brasil de alguma forma. Achei a idéia de importar produtos artesanais muito legal e espero que dê certo!

To com saudades! Vamos ver se marcamos algum dia no skype. Vcs vão ficar alguma tarde ou noite em casa nesse fds?

Teea disse...

Quantas novidades aqui...! Respondi ao seu comentário no meu blog mesmo.

Será que podemos nos ver um dia destes?

bjos

Maria de Salete disse...

Carol e brasileiras solidárias (pelo jeito são todas mulheres). Tem uma cooperativa de artesãos da região do sisal, muito legal e com um belo trabalho de desenvolvimento social e comunitário.
Vou opegar o nome com Ruy do UNICEF e mando pra vcs. Tem tb os produtos do Axé de salvador (Sanna deve ter os contatos). A do sisal é mais do interior e tem um trabalho muito sério há muitos anos e os produtos deles são bonitos.
Parabens, acho que essa idéia é a melhor de todas, é uma ajuda de raiz, como se diz.
Bjs,

Cassio disse...

Carol, obrigado por vocês terem alegrado o meu aniversário! Eu estava meio cabisbaixo durante a semana, mas adorei o almoço e principalmente a tarde de café com violão. Era exatamente isso que eu queria fazer no meu aniversário, então para mim foi como uma festa surpresa.

A flor ainda está vivinha e radiante lá em casa, e terminei de ler o Harry Potter (muito bom!). Eu queria muito ganhar o livro de presente, vocês acertaram na mosca.

Bjs,
Cássio

Mauricio Vieira disse...

Oi,

Sobre o café brasileiro: todo estrangeiro que eu conheço diz q o café brasileiro q conheciam no exterior é muito melhor do que qualquer café que tomaram em território brasileiro. Ou seja, exportamos o melhor e consumimos o pior -- então o gosto que vc sente aí não deve ser lá típico (supondo q os estrangeiros q me disseram isto estejam certos).

Sobre a idéia: muito massa! Acredito que vc vai achar, muito facilmente, o grupo de artesãos. Se tiver dificuldade e não fizer questão de ser baiano, posso achar algo do RN ou PB (usando msn e orkut).

Pra Cássio: parabéns atrasado :)

Beijos

Anônimo disse...

Olá Cá,


Vicente é uma boa fonte para nome de empreendimentos para esse seu projeto, que por sinal é muito bom :-)

O de acolher pessoas também é ótimo!

Foi bom poder estar na defesa de Lú daqui do BR, pena que não pude ficar até o fim...

Não estou podendo tomar café. Queria desabafar: EU SOU VICIADA!!!!!
Então quando estou tomando café e que páro um dia, fico morta de dor de cabeça. Assim tenho que encarar a abstinência e ficar sem tomar mesmo, mas sinto uma falta!

Beijos

Anônimo disse...

Oi, Cá!

Gostei da idéia de vocês em ajudar pessoas de maneira não-assistencialista puramente, mas viabilizando maneiras de auto-sustentação, muito bom! Isto me lembra um sítio que vi no blog de uma conterrânea bahiana.

Li esta sua nota beeeeeeeeem depois, como pode ver pela data de envio. Sinal não à toa: mudei-me do antigo apartamento e estou vivendo na casa de Noemi. Aliás, o nosso casório será nesta sexta agora, sabia (preciso repassar esta informação para a "galera do bem")? :-)

Beijos e uma ótima semana a vocês!

É isso,
Wagner - Fpolis, SC, BR, 07.08.2007, 23h52.