domingo, fevereiro 03, 2008

Viagem de ida ao Brasil (2)

Para relembrar, nosso roteiro era:

Saída -> Chegada
Helsinki (08:00h) -> Munich (09:30h)
Munich (17:00h) -> Paris (18:40h)
Paris (21:00h) -> SP (05:40h)
SP (07:30h) -> RJ (08:30h)

E mudou para...

Saída -> Chegada
Helsinki (11:30h) -> Copenhagen (13:00h)
Copenhagen (13:30h) -> Munich (15:00h)
Munich (17:00h) -> Paris (18:40h)
Paris (21:00h) -> SP (05:40h)
SP (07:30h) -> RJ (08:30h)

Nosso vôo de Helsinki para Copenhagen atrasou e por isso, já sabíamos que tínhamos perdido o vôo de Munich para Paris e assim sucessivamente. Embarcamos no vôo mesmo assim. Eu e Lu, por incrível que pareça, não brigamos em nenhum momento, foi um exercício de muita paciência e muito silêncio. No avião trocamos poucas palavras e quando desembarcamos em Copenhagen também mal nos falamos, estávamos focados em resolver o problema, então fomos direto para o TransferCenter. TransferCenter é o lugar onde se concentra a maior quantidade e variedade de problemas relacionados a uma determinada empresa aérea. No nosso caso a empresa era a SAS. Chegamos lá, pegamos a nossa senha e ficamos olhando fixamente para o painel que indicava a senha da vez. Naquele lugar dava para sentir a tensão das pessoas presentes, inclusive a nossa.
Chegou a nossa vez. Lu explicou para a atendente o que tinha acontecido. Falou que por causa de um problema (ele não disse qual) nós perdemos o vôo de Helsinki para Munich, depois compramos as passagens de Helsinki para Munich com conexão em Copenhagen para não perder as passagens da outra reserva para o Brasil e por causa desse atraso nós perdemos os vôos seguintes. A atendente pediu para Lu explicar, Lu deve ter explicado mais umas duas vezes o nosso "probleminha", quase tivemos que apelar para aquela célebre pergunta "quer que eu desenhe?". Depois de tudo esclarecido, ela fez algumas ligações e buscas na internet. Lu disse que só via a atendente apertar a tecla "esc", o que significa que ela buscava alguma coisa e depois cancelava a busca. Depois de tantas buscas, "esc" e ligações, ela chamou o supervisor. Quando eles chamam o supervisor é porque o problema é sério mesmo. Tentávamos deduzir o que estava acontecendo pois eles conversavam em dinamarquês e algumas palavras eram parecidas com o inglês, mas não tivemos muito sucesso na tradução. Quando o supervisor foi embora. Pedi para Lu perguntar pra ela o que estava acontecendo. Estávamos com medo dela dizer a qualquer momento "sinto muito mas vocês terão que voltar para Helsinki". Engulimos o medo e Lu perguntou. Ela respondeu sorrindo "vocês trouxeram um problema pra me testar, é a primeira vez que resolvo um problema como esse". Ufa, essa resposta foi bem melhor do que nós estávamos esperando! Depois de mais alguns minutos, ela disse "tenho uma solução para vocês". Acho que dá para imaginar como essas palavras nos fizeram bem. Foi a primeira boa notícia de toda a viagem. Ela sugeriu que pegássemos um vôo direto de Copenhagen para Paris, chegando em Paris teríamos 30 min para chegar no terminal e fazer o checkin e assim não perderíamos a nossa reserva inicial. Nós aceitamos, é claro, e como sabíamos a dimensão do aeroporto de Paris, perguntamos se perdêssemos o próximo vôo o que deveríamos fazer. Ela respondeu para nós procurarmos o setor de transferência novamente e acrescentou "quando vocês chegarem em Paris terá uma pessoa esperando vocês, espero que tudo dê certo e ah! esqueçam as malas, algum dia elas chegarão no RJ". Nesse momento nem estávamos preocupados com as malas, só queríamos chegar no Brasil. Essa atendente foi um anjo pra gente, agradecemos muito, pegamos nosso novo roteiro e fomos tomar um café para relaxar.
Liguei para o RJ e falei para minha mãe que tivemos um problema e que chegaríamos um pouco atrasados. Não adiantava detalhar o que tinha acontecido e o que poderia acontecer, então adotamos a estratégia de falar em um modo genérico. Minha mãe também não perguntou muito pois eu disse que não poderia demorar no telefone pois senão a ligação ficaria muito cara.
Depois passeamos tranquilamente no aeroporto, voltamos a conversar, até mesmo a sorrir, ficamos fazendo hora até o horário de embarque.
Tivemos a nossa segunda boa notícia do dia, o vôo não atrasou. Embarcamos e fomos a Paris no horário previsto.

2 comentários:

Vinicius disse...

Tem mais!? Jesuis! Isso daria um ótimo episódio de 24hs...

Pata disse...

Caraca, que dureza! Conta o resto aí, vai?
Bjs